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O volume cerebral pode auxiliar no diagnóstico de Demência de Lewy (Doença que matou Robin Williams)

Demência com corpos de Lewy (DCL) é um tipo relativamente comum de demência, afetando cerca de 1,3 milhões de americanos. Este tipo de demência, representa cerca de 10-15% de todos os casos de demência.

Os sintomas comuns de DCL incluem distúrbios do movimento (sinais parkinsonianos – bradicinesia e rigidez, o que pode aumentar o risco de quedas no portador), alucinações, problemas cognitivos, dificuldades de sono, depressão e déficits de atenção.

Alguns destes sintomas são comuns em portadores de doença de Alzheimer e Parkinson, dificultando muitas vezes o diagnóstico.

No entanto, os tratamentos para DCL e Alzheimer diferem, e quanto mais cedo um diagnóstico é alcançado, mais eficaz será o tratamento.

Um caso que ficou famoso na mídia, foi o do ator Robin Williams que foi diagnosticado com doença de Parkinson e acabou suicidando-se devido as complicações relacionadas a demência de Lewy não tratada, de acordo com informações em sua necropsia e de sua viúva.

Sendo assim, identificar pacientes com comprometimento cognitivo leve, que estão em risco de desenvolver DCL é vital para intervenções precoces em seus portadores.

Dificuldades para diagnosticar demência com corpos de Lewy

DCL é caracterizada por um acúmulo de corpos de Lewy – depósitos de proteína – no cérebro. Encontram-se também corpos de Lewy em outras doenças, incluindo a doença de Parkinson. Dependendo de onde os corpos de Lewy aparecem, os sintomas variam.

Se surgirem na base do cérebro, podem criar sintomas motores semelhantes aos de Parkinson. Quando eles aparecem nas camadas externas do cérebro, eles produzem sintomas cognitivos, semelhante ao Alzheimer.

Diagnosticar DCL é, principalmente, um caso de observação de sintomas, que se desenvolvem de forma gradual para excluir outras condições semelhantes.

Não existem testes de diagnóstico específicos parta esta demência, o seu diagnóstico e quase que exclusivamente clínico.

Pesquisadores da Clínica Mayo em Rochester, nos EUA, se propuseram a investigar se o volume do cérebro poderia ser útil no diagnóstico de DCL em um estágio anterior. Suas descobertas foram publicadas na revista Neurology recentemente.

Ser capaz de identificar as pessoas que estão em risco de demência com corpos de Lewy,  é importante para que o portador possa receber a terapêutica adequada.

O diagnóstico precoce, também ajuda os especialistas a conduta terapêutica assertiva – até 50% das pessoas com demência com corpos Lewy têm reações severas aos fármacos antipsicóticos.

Muitas vezes, em casos de demências são utilizados antipsicóticos para o controle das alucinações visuais, que são comuns na demência de Lewy, mas que deveriam ser evitados neste tipo de demência.

A pesquisa utilizou 160 participantes da Clínica Mayo Alzheimer’s Disease Research Center. Todos os indivíduos tiveram comprometimento cognitivo leve – uma redução ligeira, mas mensurável nas habilidades cognitivas. Pessoas com deficiências cognitivas leve,  são conhecidas por estarem em maior risco de desenvolver Alzheimer ou outros tipos de demência.

Indivíduos com outras condições neurológicas, epilepsia, tumores cerebrais e abuso de substâncias foram excluídos.

Alterações no volume do hipocampo

Cada participante do estudo foi submetido à ressonância magnética no início do estudo com a média de dois exames ou mais anuais.

Durante o estudo, 61 participantes (38%) desenvolveram a doença de Alzheimer e 20 pessoas (13%) progrediram para DCL provável. É referido como “provável” porque DCL só pode ser definitivamente diagnosticada por uma necrópsia..

Especificamente, a equipe examinou o volume do hipocampo, uma área conhecida por sofrer atrofia na doença de Alzheimer.

Os dados foram analisados e os indivíduos sem encolhimento mensurável tiveram 5.8 vezes mais probabilidade de desenvolver DCL quando comparados com aqueles que não apresentaram atrofia hipocampal. Ou seja, a DCL, não provoca encolhimento / atrofia de hipocampo que é a área do cérebro responsável pela memória de curto prazo e linguagem, o que comprova o que se vê na literatura atual.  Não há prejuízo de memória na fase inicial deste tipo de demência.

Dezessete dos 20 participantes (85%) que desenvolveram DCL tiveram volumes normais do hipocampo. Por outro lado, 37 dos 61 indivíduos (61%) estudados que apresentaram encolhimento da região hipocampal evoluíram para doença de Alzheimer.

DCL nem sempre afeta a memória, então quando os pesquisadores observavam apenas os dados de aqueles cujos déficits cognitivos não incluíam problemas de memória, os resultados foram ainda mais acentuados.

Os autores concluíram desta forma que aqueles indivíduos com volumes preservados do hipocampo estão em um risco aumentado provável DCL.

Embora, o estudo esteja em uma escala relativamente pequena, os resultados são encorajadores.

O pesquisador responsável pelo estudo, Dr. Kantarci, espera que a pesquisa seja duplicada e acompanhada com estudos que incluem a necrópsia pós-morte para confirmar os diagnósticos DCL.

Fonte:

http://www.medicalnewstoday.com/articles/313853.php

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