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Calvície androgenética – Causas, tratamentos e perspectivas

A calvície é uma parte aceita do processo de envelhecimento para alguns, e uma fonte de angústia para os outros. A perda de cabelo afeta milhões de homens e mulheres, e apesar de décadas de pesquisa, uma cura ainda não está disponível. Quão perto estamos de encontrar uma fórmula para o combate da calvície?

A alopecia androgenética, mais conhecida como calvície padrão masculina e calvície padrão feminina, é o tipo mais comum de perda de cabelo, afetando cerca de 30 milhões de mulheres e 50 milhões de homens nos Estados Unidos.

Nos homens, devido a perda de cabelo, começam a surgir “entradas” nas laterais da linha frontal de crescimento dos cabelos, junto com o progressivo raleamento dos fios no topo da cabeça.

Com o avanço do quadro, as duas áreas de diminuição dos fios se encontram, sobrando uma faixa de cabelo na parte de trás e nas laterais da cabeça.

Com o passar do tempo, pode progredir para a calvície parcial ou completa.

Nas mulheres, a linha do cabelo não retrocede e, raramente, resulta em calvície total. Entretanto, o cabelo geralmente fica mais fino em toda a cabeça.

A calvície masculina é hereditária e pode estar ligada a hormônios sexuais masculinos. A perda de cabelo masculina pode começar na adolescência. Este quadro afeta dois terços dos homens aos 35 anos, e cerca de 85% até a idade de 50 anos.

As causas da calvície feminina não são claras. No entanto, a perda de cabelo ocorre com maior freqüência em mulheres após a menopausa, o que indica que a condição pode estar associada à diminuição dos hormônios femininos.

Como a alopecia androgenética afeta muitas pessoas, uma cura permanente não só iria diminuir a ansiedade para uma percentagem significativa da população, mas também seria financeiramente vantajosa para a empresa farmacêutica responsável pela descoberta.

Etapas do crescimento do cabelo e a miniaturização

O cabelo é composto do folículo piloso (um tipo de “bolsa” na pele que ancora cada cabelo) e o eixo (a fibra visível acima do couro cabeludo, ou fio de cabelo).

No bulbo do cabelo, localizado na base do folículo, as células se dividem e crescem para produzir o eixo do cabelo, que é feito a partir de uma proteína chamada queratina.

Minúsculos vasos sanguíneos circundam o bulbo, nutrem os folículos capilares e fornecem hormônios para regular o crescimento e a estrutura do cabelo.

Os folículos pilosos, bem como todas as células, têm ciclos. Uma parte natural do ciclo envolve a perda de cerca de 50 a 100 fios de cabelos por dia.

Cada folículo produz cabelo por 2 a 6 anos e, em seguida, faz uma pausa por vários meses.

Enquanto o folículo piloso estiver em sua fase de repouso, o cabelo cai.

Existem cerca de 100.000 folículos no couro cabeludo, mas como cada folículo entra em repouso em um momento diferente, a perda de cabelo, geralmente, é imperceptível.

A perda de cabelo mais perceptível ocorre quando há uma interrupção do ciclo de crescimento e ciclo de repouso, ou se o folículo capilar perde a sua função e é substituído por tecido cicatricial.

Os cientistas, agora, entendem que a calvície padrão ocorre através de um fenômeno conhecido como miniaturização.

Alguns folículos capilares parecem ser geneticamente hipersensíveis às ações da diidrotestosterona (DHT), um hormônio que é produzido a partir da testosterona com a ajuda de uma enzima (5-alfa-redutase) que é encontrada, também, nos folículos capilares.

A DHT se liga nos receptores presentes nos folículos capilares, encolhendo-os e diminuindo a sua atividade.

Ao longo do tempo, os folículos produzem cabelos mais finos e mais curtos do que o normal. Eventualmente, o folículo passar a não produzir cabelos, deixando a área calva.

Tratamentos existentes para evitar perda de cabelo

Atualmente, existem poucas opções de tratamento disponíveis para parar ou reverter a miniaturização.

A maioria dos tratamentos de perda de cabelo só gerencia a perda de cabelo, ao invés de ser uma solução permanente.

As duas drogas aprovadas pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para tratar a perda de cabelo são minoxidil (Rogaine®) e finasterida (Propecia®).

1- Minoxidil

O uso do minoxidil para a calvície padrão foi descoberto por acidente.

O Minoxidil foi amplamente utilizado para tratamento da hipertensão, mas os pesquisadores descobriram que um dos efeitos colaterais da droga era o crescimento do cabelo em áreas inesperadas.

A loção de minoxidil é aplicada no couro cabeludo e pode funcionar aumentando o fluxo sanguíneo e, portanto, a nutrição aos folículos pilosos.

A American Hair Loss Association diz que a maioria dos especialistas concorda que o minoxidil é “uma droga, relativamente, eficaz na luta contra a perda de cabelo”.

O tratamento tem efeito zero sobre o processo hormonal de perda de cabelo, e seus benefícios são temporários.

A perda de cabelo continua se o uso for interrompido.

2- Finasterida

O efeito colateral de crescimento de cabelo com o uso da finasterida foi observado durante o desenvolvimento de uma droga para prevenir o aumento da próstata.

A finasterida inibe a 5-alfa-redutase do tipo II, que é a enzima responsável pela conversão da testosterona em DHT, que é mais potente que a testosterona.

Os níveis de DHT são reduzidos em 60% quando o medicamento é tomado, o que evita que os folículos suscetíveis sejam afetados pelo hormônio e retornem ao seu tamanho e funcionamento normal.

Este tratamento não funciona nas mulheres, e seu efeito só permanece durante o tempo que é tomado.

3- Dutasterida

A dutasterida (Avodart®) é, originalmente, prescrito para prevenir o aumento da próstata (e/ou reduzir o seu volume) e melhorar o fluxo urinário em situações em que ele se encontra desregulado.

Enquanto a FDA não aprova o medicamento para tratar a queda de cabelo, os médicos, às vezes, prescrevem a dutasterida para o tratamento da calvície masculina.

Dutasterida funciona de forma semelhante à finasterida, mas pode ser mais eficaz.

Assim como a finasterida, a dutasterida inibe a atividade da enzima 5-alfa-redutase tipo II.

No entanto, a dutasterida inibe, adicionalmente, o tipo I da enzima. O bloqueio de ambos os tipos de enzimas diminui ainda mais o DHT, e reduz o risco de danos aos folículos capilares.

Esta droga apresenta as mesmas limitações que a finasterida, o que significa que ela só funciona se for administrada diariamente, e pode tornar-se menos efetiva ao longo do tempo.

Essas terapias podem diminuir a velocidade ou evitar a perda de cabelo, e podem estimular o rebrota dos folículos inativos mas ainda viáveis.

No entanto, eles podem fazer pouco para os folículos que já se tornaram inativos.

Usá-los em um estágio anterior de perda de cabelo verá resultados mais favoráveis.

4- Transplante de cabelo

O transplante de cabelo envolve a retirada de folículos capilares da parte de trás da cabeça, os quais são resistentes ao DHT, e transplantando-os para as áreas calvas. Um médico cirurgião irá remover laminas minúsculas de pele que contêm alguns cabelos e implanta-las nas áreas que os folículos estão inativos.

Cerca de 15% dos cabelos emergem de cada folículo como um único cabelo, e 15% crescem em grupos de quatro ou cinco cabelos.

Assim, no final do procedimento, a pessoa terá a mesma quantidade de cabelo, mas distribuída de forma mais uniforme ao redor do couro cabeludo.

Tratar a perda de cabelo através do procedimento cirúrgico pode ser doloroso e caro. Além disso, existe também um risco de cicatrização e infecção.

5- Terapia a laser de baixa intensidade

A terapia a laser de baixa intensidade (TLBI) é uma forma de tratamento leve e térmico.

A TLBI estimula o crescimento do cabelo em homens e mulheres.

Os pesquisadores levantam a hipótese de que os principais mecanismos envolvidos no processo são a estimulação das células-mães epidérmicas no folículo, e a mudança do folículo para a fase de crescimento do ciclo.

Perspectivas dos tratamentos para a calvície

Os medicamentos existentes para tratar a perda de cabelo têm eficácia limitada e requerem o seu uso contínuo para produzirem os seus efeitos.

Os pesquisadores continuam a lutar pelo Santo Graal das curas da perda de cabelo, tentando obter uma melhor compreensão de como o ciclo de crescimento do cabelo é controlado.

Ao invés de tratar os sintomas da perda de cabelo, os cientistas estão tentando atingir a causa, pois isso pode produzir menos efeitos colaterais.

Recentemente, houveram inúmeras descobertas na área de tratamento de calvície, e que podem levar a tratamentos promissores.

Proteína KROX20 e fator de células-tronco

Pesquisadores da Universidade do Texas (UT) Southwestern Medical Center, em Dallas, identificaram uma proteína chamada KROX20, que alterna as células na pele, fazendo com que elas tornem-se cabelo.

Além disso, as células precursoras de cabelo passam a produzir uma proteína chamada fator de células-tronco (SCF, sigla em ingles), que desempenha um papel crítico na pigmentação do cabelo.

Quando o gene da SCF foi excluído nas células precursoras de cabelo de camundongos, os cabelos cresceram  grisalhos.

Além disso, quando as células produtoras de KROX20 foram removidas, o cabelo parou de crescer e os camundongos tornaram-se calvos.

“Com este conhecimento, esperamos, no futuro, criar um composto tópico ou uma forma de implantar o gene necessário aos folículos capilares, a fim de impedir a calvície e o branqueamento dos fios”, disse o Dr. Lu Le, professor associado de dermatologia da UT Southwestern.

A próxima etapa da pesquisa se concentrará em descobrir se a proteína KROX20 e o gene SCF pararam de funcionar corretamente e levaram a calvície padrão masculino.

Genética subjacente à calvície masculina

Um estudo liderado pela Universidade de Edimburgo no Reino Unido descobriu 287 genes envolvidos na calvície masculina.

Muitos dos genes que os pesquisadores identificaram estão ligados à estrutura e ao desenvolvimento do cabelo.

“Identificamos centenas de novos sinais genéticos”, disse Saskia Hagenaars, Ph.D. Aluno do Centro de Envelhecimento Cognitivo e Epidemiologia Cognitiva da Universidade de Edimburgo. “Foi interessante descobrir que muitos dos sinais da genética da calvície masculina provêm do cromossomo X, que os homens herdam de suas mães”.

As descobertas da equipe ajudam a prever a probabilidade de um homem sofrer uma queda severa de cabelo.

Além disso, também, poderiam fornecer novos alvos para desenvolvimento de medicamentos para tratar a calvície.

Células imunes defeituosas

Os pesquisadores da Universidade da Califórnia-San Francisco (UCSF) relataram que defeitos em uma célula do sistema imunológico, chamada Tregs, que geralmente é associada ao controle da inflamação, pode ser responsável ​​por um tipo diferente de perda de cabelo: a alopecia areata, a qual é produzida por uma reação inflamatória.

Eles dizem que a Tregs pode desempenhar um papel na calvície masculina.

Em uma pesquisa, utilizando ratos, Michael Rosenblum, Ph.D., professor assistente de dermatologia na UCSF, e colegas descobriram que as células-tronco são incapazes de regenerar os folículos capilares, se a Tregs não atuar sobre estas células. Assim, se não ocorrer esta relação nas atividades entre a Tregs e as células-tronco, ocorrerá a perda de cabelo.

“É como se as células-tronco da pele e Tregs tenham evoluído de forma co-evolutiva, de modo que as Tregs não apenas protejam as células-tronco contra a inflamação, mas também participem no seu trabalho regenerativo”, explicou o Prof. Rosenblum. “Agora, as células-tronco dependem totalmente das Tregs para saber quando é hora de começar a se regenerar”.

Inibidores de JAK

O crescimento do cabelo pode ser restaurado através da inibição das enzimas Janus quinase (JAK), as quais estão localizadas em folículos capilares, de acordo com pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Columbia (CUMC) em Nova York, NY.

As pesquisas utilizando camundongos e folículos pilosos humanos mostraram que a aplicação de drogas que são inibidoras das JAK diretamente sobre a pele promoveu crescimento rápido e robusto de cabelo.

Dois inibidores de JAK que são aprovados pela FDA incluem ruxolitinib (para o tratamento de doenças do sangue) e tofacitinib (para o tratamento da artrite reumatóide).

Em um pequeno estudo clínico, os professores de dermatologia e de genética na CUMC, relataram que o tratamento da alopecia areata moderada a grave com ruxolitinib desencadeou um crescimento médio de cabelo de 92%.

Prof. Christiano e sua equipe planejam expandir seus estudos para incluir testes utilizando inibidores de JAK em outras condições de perda de cabelo e na calvície padrão.

“Esperamos que os inibidores de JAK tenham ampla utilidade em muitas formas de perda de cabelo com base em seu mecanismo de ação tanto no folículo piloso quanto nas células imunes”, acrescentou o Prof. Christiano.

Células-tronco

Pesquisadores do Sanford-Burnham Medical Research Institute em San Diego, CA, desenvolveram uma técnica para gerar novos cabelos usando células-tronco pluripotentes.

Este método proporcionaria uma fonte ilimitada de células sem se limitar a transplante de folículos de uma parte da cabeça para outra.

Alexey Terskikh, Ph.D., professor associado no Programa de Desenvolvimento, Envelhecimento e Regeneração de Sanford-Burnham, e colaboradores, estimularam as células-tronco pluripotentes humanas a se tornarem células da papila dérmica, as quais formam a raiz do cabelo.

“Desenvolvemos um protocolo para que as células-tronco pluripotentes humanas se diferenciem em células da papila dérmica e confirmou sua capacidade de induzir o crescimento do cabelo quando transplantadas, em camundongos”, afirmou o Prof. Terskikh.

O próximo passo em sua pesquisa é “transplantar células da papila dérmica humana derivadas de células-tronco pluripotentes humanas em humanos”.

Embora, grandes avanços para a cura da calvície sejam feitos em laboratórios de todo o mundo, as pesquisas estão andamento e, a espera de uma solução permanente ainda continua…

 

Fonte:

http://www.medicalnewstoday.com/articles/317788.php?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=daily

 

Crédito da Imagem:

http://br.freepik.com/fotos-gratis/o-velho-italiano_539658.htm#term=careca&page=4&position=18

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