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Esclerite – Causas, sintomas e tratamento

Esclerite, é uma inflamação da parte branca do olho, a esclera. Este agravo é considerado uma doença ocular grave, frequentemente associado a distúrbios autoimunes subjacentes. O diagnóstico imediato e o tratamento da esclerite, são fundamentais para prevenir  a perda permanente da visão. 

Esclerite, é uma inflamação da parte branca do olho, a esclera. Este agravo é considerado uma doença ocular grave, frequentemente associado a distúrbios autoimunes subjacentes. O diagnóstico imediato e o tratamento da esclerite, são fundamentais para prevenir  a perda permanente da visão.

A esclera é a camada dura e fibrosa da parede externa do globo ocular, um tecido conjuntivo. A esclera, é a parte branca do olho e responsável pela forma do globo ocular.

A esclerite é uma doença incomum e é diferenciada da episclerite, que é a inflamação da membrana da superfície que cobre a esclera e é uma condição ocular mais comum. Na episclerite, apenas o tecido superficial entre o branco do olho (esclera) e o revestimento cheio de vasos sanguíneos – conjuntiva – se encontra inflamado.

Aproximadamente, metade dos casos de esclerite estão associados a doenças subjacentes como as doenças sistêmicas. Distúrbios do tecido conjuntivo, doenças auto-imunes e anormalidades vasculíticas generalizadas, podem aparecer como esclerite em algum momento durante o curso da doença subjacente.

Esta condição, pode ser observada em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, artrite, poliarterite nodosa, esclerose sistêmica progressiva, poliangeíte granulomatosa, entre outras.

A esclerite, também pode ser o resultado de um processo infeccioso causado por bactérias, incluindo pseudomonas, fungos, micobactérias, vírus, parasitas, traumas exposição química ou inflamação ós-cirúrgica e pode afetar um ou ambos os olhos. Em pacientes onde ela ocorre em ambos os olhos, uma causa sistêmica subjacente é quase sempre encontrada.

A esclerite na maioria das vezes não é infecciosa, a não ser em casos de traumas ou cirurgias oculares.

Fatores de risco

A maioria dos casos de esclerite ocorre em pessoas com idade entre 40 e 50 anos. As mulheres são mais comumente afetadas que os homens e portadores de doenças auto imunes.

Sinais e sintomas

Os sintomas da esclerite incluem dor ocular, vermelhidão, lacrimejamento, sensibilidade à luz (fotofobia) e diminuição da acuidade visual.

A dor, se presente, geralmente é grave e acompanhada de sensibilidade ocular ao toque,  pode ser constante e latejante despertando o portador do sono . A dor extrema da esclerite, ajuda a diferenciá-la de outras causas comuns de inflamação ocular como a conjuntivite ou episclerite.

A descoloração da esclera,  é outro sinal notado neste caso, causada pela inflamação e apresenta uma tonalidade azulada e envolver todo o branco do olho ou ser localizada em apenas uma área.

A diminuição da acuidade visual pode ser causada pela extensão da esclerite às estruturas adjacentes, levando à inflamação da córnea – ceratite – ou da porção colorida da parte frontal do olho -uveíte, glaucoma,  catarata e  anormalidades da retina.

Na esclerite, há vermelhidão dos vasos sanguíneos adjacentes à esclera. Esta vermelhidão pode ter uma coloração azulada ou violeta. Com episódios repetidos ou esclerite prolongada, a esclera pode diminuir e a coróide marrom subjacente pode se tornar visível através da esclera residual.

A esclerite, pode ser nodular com múltiplas áreas elevadas arredondadas ou ovais da esclera, também pode ser necrosante, resultando em áreas de afinamento e amolecimento da esclera normalmente bastante rígida. Áreas de ausência de vermelhidão podem ser devidas à morte (necrose) de vasos sanguíneos inflamados.

A acuidade visual pode estar diminuída se houver turvação secundária da córnea ou do cristalino do olho.  A pressão intraocular apresenta-se aumentada pela congestão dos vasos sanguíneos envolvidos na drenagem do fluido aquoso do olho.  Distúrbios do movimento dos olhos podem ser notados, já que os músculos extra-oculares podem ficar irritados quando se inserem na esclera, podendo levar a visão dupla – diplopia.

Tratamento

O tratamento da esclerite, objetiva a causa da doença subjacente geralmente requer terapia específica.

O tratamento tópico com colírios é um complemento a esse tratamento sistêmico. Estes colírios geralmente são anti-inflamatórios, como gotas tópicas de esteroides ou colírios anti-inflamatórios não-esteroidais tópicos (AINEs ). Antibióticos tópicos são usados ​​se a esclerite é considerada infecciosa.

Em situações em que não haja nenhum processo de doença subjacente, colírios para podem ser indicados para combater a inflamação associados a AINEs, corticosteroides que apresentam uma melhor resposta.

A esclerite é uma doença ocular grave que deve ser avaliada, tratada e monitorada de forma agressiva para evitar a perda da visão. A esclerite pode ser recorrente, mas costuma responder à terapia. É fundamental que qualquer doença subjacente seja diagnosticada e tratada. Muitas das condições associadas à esclerite são graves e só podem ser diagnosticadas durante a avaliação pela causa da esclerite. A esclerite em si pode responder ao tratamento, mas o processo subjacente da doença pode não funcionar.

Em geral, a esclerite, associada à granulomatose com poliangiite é difícil de tratar e pode levar à perda da visão mesmo com o tratamento. A esclerite vista nas espondiloartropatias geralmente é muito responsiva ao tratamento. A esclerite que ocorre na ausência de uma doença subjacente normalmente responde bem ao tratamento. Quando os sintomas da esclerite recorrente são notados, o tratamento urgente pode levar a cura total.

Fonte:

URBANO, Andréia Peltier et al. Episcleritis and Scleritis. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v. 65, n. 5, p. 591-598, 2002.

CARVALHO, Alvaro Zica de; ORÉFICE, Fernando. Inquérito tuberculínico: estudo realizado em portadores de uveítes, esclerites e episclerites de causa endógena. Arq. bras. oftalmol, v. 51, n. 2, p. 53-8, 1988.

LIMA, Ana Karina Santiago de Medeiros et al. Cogan’s syndrome: ocular findings in an atypical case. Arquivos brasileiros de oftalmologia, v. 69, n. 6, p. 937-940, 2006.

 

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