Otimismo, teimosia, ética no trabalho e forte vínculo familiar – podem ser ingredientes para uma vida longa e feliz?
Um novo estudo sugere que sim.
Cientistas descobriram, que esses traços psicológicos eram comuns em um grupo de adultos idosos da Itália e que esses adultos tinham melhor bem-estar mental do que os membros mais jovens de sua família.
O autor do estudo Dr. Dilip V. Jeste – que trabalha no Centro de Envelhecimento Saudável da Universidade da Califórnia, na Escola de Medicina de San Diego – colaboradores acreditam que suas descobertas ajudaram a esclarecer as características psicológicas que podem beneficiar a saúde mental na maturidade.
Os pesquisadores apresentaram recentemente seus resultados na revista International Psychogeriatrics .
A maioria dos estudos que investigaram os motivos do aumento da vida dos seres humanos centrou-se na genética como um fator explicativo para o aumento da longevidade – mais especificamente, como certos genes podem nos proteger contra doenças relacionadas com a idade e aumentar a longevidade.
Em outras palavras, existem certos atributos psicológicos que podem ajudar a viver a maturidade plenamente com qualidade.
E o estudo em questão pesquisou idosos de nove aldeias remotas no sul da Itália. Os adultos tinham entre 90 e 101 anos e 10 eram do sexo masculino e 19 eram do sexo feminino.
A pesquisa também incluiu os familiares mais jovens de cada um desses adultos, que tinham entre 51 e 75 anos.
Para o estudo, todos os adultos foram entrevistados por um psicólogo, que questionou sobre a personalidade de cada um e histórias de vida, incluindo cultura, tradições e experiências de sofrimento e trauma. Os indivíduos mais jovens também foram convidados a relatar seus pontos de vista sobre os traços de personalidade de seus parentes mais velhos.
A saúde física e mental de cada participante foi avaliada através de uma variedade de questionários, incluindo a Escala de Estresse Percebido e o Questionário de Saúde do Paciente com nove itens.
Enquanto os idosos com idade mais avançada, tinham uma saúde física mais frágil do que os membros mais novos da família, a equipe descobriu que eles tinham melhor saúde mental.
Curiosamente, eles identificaram algumas características comuns associadas ao melhor bem-estar mental nos idosos. Isso incluiu positividade, ética de trabalho, vínculo forte com sua família e conexões fortes com religião e suas terras.
O amor do grupo à sua terra”, explica a autora do primeiro estudo, Anna Scelzo, do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias na Itália, “é um tema comum e lhes dá um propósito na vida. A maioria deles ainda está trabalhando em suas casas e na terra. Eles pensam: “Esta é a minha vida e não vou desistir”.
Os pesquisadores observam que a autoconfiança, forte capacidade de tomada de decisão e teimosia eram outros traços comuns entre os idosos.
Os pesquisadores também descobriram, que este grupo tendia a ser dominador, teimoso e precisava de um senso de controle, o que pode ser uma característica desejável, pois eles são verdadeiros em suas convicções e se preocupam menos com o que os outros pensam, diz Scelzo. “Essa tendência para controlar o meio ambiente sugere um peso notável que é equilibrado pela necessidade de se adaptar às circunstâncias em mudança”.
A equipe de pesquisadores, agora planeja monitorar esses indivíduos por longos períodos e procurar marcadores biológicos que possam mensurar sua saúde física e psicológica.
Tais estudos podem direcionar o caminho para o desenvolvimento de novas intervenções biológicas, bem como comportamentais, para aumentar os traços positivos em indivíduos mais jovens, promovendo não apenas a longevidade, mas também a saúde, o bem-estar e a felicidade na maturidade.
Estudar as estratégias de indivíduos bem idosos com muitos anos vividos, que não apenas sobreviveram, mas também prosperaram, aumentam a compreensão da saúde e capacidades funcionais em todas as faixas etárias.
Fonte:
https://www.medicalnewstoday.com/articles/320354.php
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