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Descomplicando os medicamentos antibióticos

Olá pessoal!!!

O nosso post fala sobre os antibióticos. E, porque eu decidi falar sobre eles???…

Bem, o motivo mais importante foi que existem tantos, mas tantos antibióticos no mercado que perdemos até as contas, né???

E, fora o monte deles que são receitados juntos pra gente tomar…

Aff, eu tenho mesmo que tomar todos já que servem pra mesma coisa??? Isso é o que nós pensamos.

Ou, será que meu caso é tão grave assim??? Será que tenho cura??? Porque tantos antibióticos juntos???

Calma pessoal!!!

Primeiramente, vamos conhecer esta classe de medicamentos e saber porque existem tantos.

Para começar, antibióticos são drogas que são usadas para combater infecção causada por bactérias (microrganismos).

Existem muitos tipos de bactérias e, um antibiótico combate apenas algumas delas e não todas, por isso devemos associar alguns antibióticos para poder combater um tipo difícil de bactéria (chamada resistente) ou vários tipos delas que aparecem no mesmo indivíduo.

E o grande problema do uso de antibióticos, é a chamada “resistência bacteriana”.Termo utilizado quando o antibiótico não funciona mais para determinada bactéria ou um grupo delas.

O maior causador da resistência bacteriana (perda do efeito do antibiótico) é o uso indiscriminado E errado desta classe de medicamentos pelas pessoas. Pois, quando as pessoas utilizam sem saber ou precisar, as bactérias se acostumam e desenvolvem mecanismos de defesa contra o antibiótico que foi administrado.

Devido a este uso errado, foi implantado a retenção de receita para a compra destes medicamentos. Isto é, a venda de antibióticos é controlada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Esta medida foi implantada, para que retarde o desenvolvimento de resistência bacteriana para antibióticos que ainda funcionam. Vocês podem notar: tempos atrás, quando se tratava de infecção, a penicilina era a certeza de cura da doença. E hoje em dia????? Tratar com penicilina G é dar comida pra bactéria ficar mais forte ainda…

Então vamos lá…

Eu irei falar das classes de antibióticos mais utilizadas, os nomes das drogas que pertencem cada uma delas (para vocês se acostumarem e ter um lugar onde procurar caso entrem em contato com as mesmas), como agem para combater as bactérias e os efeitos colaterais que produzem.

1- PENICILINAS

Drogas
– benzilpenicilina ou penicilina G; penicilina G procaína; penicilina G benzatina; penicilina V ou fenoximetilpenicilina; oxacilina; nafcilina; cloxacilina; dicloxacilina; ampicilina; amoxicilina; carbenicilina; ticarcilina; piperacilina

Como agem
– Estas drogas se ligam na membrana que protege as bactérias. Esta ligação faz com que as bactérias se rompam, causando a morte delas. Em termo técnico, estes antibióticos são classificados como bactericidas (antibióticos que destoem as bactérias).
As bactérias desenvolvem um mecanismo que destrói este tipo de antibiótico. Elas produzem uma enzima que inativa estas drogas. Para evitar esta defesa da bactéria, estas drogas são associadas a outras substâncias que impedem estas enzimas de agirem.
Estas substâncias são: ácido clavulânico, tazobactam e sulbactam. Por isso que vocês veem medicamentos sendo vendidos com duas substâncias, e são mais caros. Como exemplo podemos citar: Clavulin® (amoxicilina e clavulanato de potássio) e Tazocin ® (piperacilina e tazobactam).

Efeitos colaterais
– reações alérgicas, náuseas, vômitos, diarreia, urticária, asma, rinite, angioedema, anafilaxia, edema de laringe, convulsões em pacientes com insuficiência renal.

2- CEFALOSPORINAS

Drogas
cefazolina, cefadroxil, cefalexina, cefalotina, cefapirina, cefradina, cefaclor, cefonicida, ceforanida, cefotetan, cefoxitina, naftato de cefamandol, cefprozila, cefuroxima, ceftriaxona, cefotaxima, ceftazidima, ceftizoxima, moxalactama, cefetamet, cefixima, cefoperazona, cefpodoxima, cefepima, cefpiroma.

Como agem
– Estas drogas se ligam na membrana que protege as bactérias. Esta ligação faz com que as bactérias se rompam, causando a morte delas. É a mesma forma que age as penicilinas.

Efeitos colaterais

– Em cerca de 5% das pessoas que recebem cefalosporinas ocorre uma reação de alergia que se caracteriza por febre, diminuição de algumas células do sangue, erupção cutânea, anafilaxia, anemia, lesão renal e tromboflebite.
– Algumas cefalosporinas podem aumentar os efeitos danosos do alcool se administrados em conjunto. Este efeito é chamado tecnicamente de “efeito dissulfiram”.

3- CARBAPANENS

Drogas
Imipenem, meropenem

Como agem
– Estas drogas se ligam na membrana que protege as bactérias. Esta ligação faz com que as bactérias se rompam, causando a morte delas. É a mesma forma que age as penicilinas.

Efeitos colaterais
– náuseas, vômitos, diarréia e, em alta concentração pode provocar convulsões.

4- GLICOPEPTÍDEOS

Drogas
– vancomicina, bacitracina, polimixina B, teicoplanina

Como agem
– Estas drogas se ligam na membrana que protege as bactérias. Esta ligação faz com que as bactérias se rompam, causando a morte delas.

Efeitos colaterais
– A vancomicina pode provocar a denominada “Síndrome do homem vermelho” que consiste em provocar rubor em grande parte do corpo do paciente, devido a liberação da histamina, principalmente, quando a vancomicina é administrada por via endovenosa rapidamente. A prevenção desta síndrome consiste em administrar uma infusão mais lenta, e a administração prévia de anti-alérgicos.
– A vancomicina também pode produzir ototoxicidade (lesão no ouvido) com surdez, reações alérgicas até mesmo reação anafilática e nefrotoxicidade (lesão renal).
– A polimixina B é extremamente nefrotóxica (lesão renal) e neurotóxica (lesão neurológica).

5- ANTAGONISTAS DE FOLATO

Drogas
– sulfametoxazol, trimetoprima, sulfadiazina, sulfassalazina, sulfacetamida, mafenida, sulfatiazol e sulfabenzamida

Como agem
– Impedem a formação do DNA da bactéria. O DNA é o código genético necessário para que as células sejam produzidas, tanto no nosso organismo quanto nas bactérias. Os antibióticos desta classe não deixam que a bactéria seja formada, impedindo a reprodução bacteriana.

Efeitos colaterais
– Estes antibióticos não devem ser utilizados em recém-nascidos, especialmente prematuros, nem a crianças com menos de dois anos de idade porque estas drogas podem produzir icterícia nestas situações. Este quadro é chamado de kernicterus (aumento de bilirrubina no cérebro), podendo provocar letargia, recusa alimentar, vômitos (principalmente nos recém-nascidos), olhar fixo, surdez, convulsões e óbito.
– Outros efeitos colaterais destes antibióticos consistem em náusea, vômitos, cefaleia, depressão, erupções cutâneas alérgicas, hepatite, depressão da medula óssea e cristalúria (cristais na urina), que pode provocar a nefrotoxicidade.

6- AMINOGLICOSÍDEOS

Drogas
– estreptomicina, gentamicina, amicacina, tobramicina, netilmicina, neomicina, espectinomicina.

Como agem
– Estes antibióticos impedem a produção de proteínas bacterianas e, proteínas são essenciais para a manutenção da vida da bactéria. Portanto, se o antibiótico impede a produção destas proteínas, as bactérias não têm condição de vida, produzindo a sua destruição.

Efeitos colaterais
– Todos os aminoglicosídeos são potencialmente tóxicos para o ouvido (ototoxicidade), que, frequentemente, é irreversível, podendo causar vertigem, ataxia (perda de coordenação muscular), perda de equilíbrio e surdez.
– A nefrotoxicidade (lesão renal) também pode ocorrer.

7- TETRACICLINAS

Drogas
– tetraciclina, oxitetraciclina, doxiciclina, minociclina

Como agem
– Estes antibióticos impedem a produção de proteínas bacterianas e, proteínas são essenciais para a manutenção da vida da bactéria. Portanto, se o antibiótico impede a produção destas proteínas, as bactérias não têm condição de vida, produzindo a sua destruição.

Efeitos colaterais
– As tetraciclinas devem ser administradas antes das refeições pois, a sua passagem para o sangue (absorção) é dificultada quando administrada nas refeições, principalmente, com a presença de leite e derivados, antiácidos (contendo cálcio, magnésio ou alumínio), preparações vitamínicas (contendo ferro), provocando a passagem de uma menor quantidade destes antibióticos para o sangue. Sendo recomendado o uso de tetraciclina uma hora antes dos citados fármacos ou três horas após a administração.
– A lesão no ouvido provocada pela minociclina limita o seu uso, devido provocar tonturas, náuseas e vômitos.
– As tetraciclinas não devem ser administradas durante a gestação ou a qualquer criança com a idade inferior a oito anos devido a tetraciclina além de atravessar a placenta, se concentrar nos ossos, dentes fetais e esmalte dos dentes em desenvolvimento, produzindo uma coloração marrom ou amarela e diminuição do tamanho dos dentes.
– A tetraciclina e a doxiciclina podem provocar fototoxicidade (queimaduras solares graves) se o paciente em tratamento com um destes fármacos se expõe à luz solar ou ao raio ultravioleta.

8- MACROLÍDEOS

Drogas
– eritromicina, claritromicina, azitromicina, roxitromicina, espiramicina, miocamicina, diritromicina.

Como agem
– Estes antibióticos impedem a produção de proteínas bacterianas e, proteínas são essenciais para a manutenção da vida da bactéria. Portanto, se o antibiótico impede a produção destas proteínas, as bactérias não têm condição de vida, produzindo a sua destruição.

Efeitos colaterais
– os macrolídeos não são recomendados em pacientes em uso de anticoncepcionais orais, pois podem provocar prurido e icterícia.
– a eritromicina pode provocar náuseas intensas levando a recusa do paciente pela continuidade do tratamento com esse antibiótico. Além disso, pode provocar tromboflebite e ototoxicidade (lesão no ouvido). Em altas doses, a eritromicina pode provocar surdez temporária e, pacientes com disfunção hepática não devem ser tratados com este fármaco devido a possibilidade de acúmulo no fígado.
– A eritromicina não deve ser administrada a pacientes em uso de carbamazepina (Tegretol®) devido à possibilidade de ocorrer vômitos, torpor e ataxia. Paciente em uso de warfarina (anticoagulante) não é recomendável o uso de eritromicina devido ao risco de aumento da ação anticoagulante levando à hemorragia.
– Os efeitos colaterais da claritromicina consistem em cefaléia, irritação gástrica, náusea, dor abdominal, paladar anormal, podendo provocar em pacientes sensíveis erupção cutânea trombocitopenia e hepatite. Em pacientes com função renal comprometida, a dose deve ser ajustada, pois, a claritromicina poderá se acumular nestes indivíduos.
– Os efeitos colaterais da azitromicina consistem em diarréia, fezes amolecidas, flatulência, desconforto abdominal, podendo em alguns casos provocar náuseas e vômitos, além de erupções cutâneas e, pode levar a anafilaxia em pessoas sensíveis.

9- ANFENICÓIS

Drogas
– cloranfenicol e o tianfenicol.

Como agem
– Estes antibióticos impedem a produção de proteínas bacterianas e, proteínas são essenciais para a manutenção da vida da bactéria. Portanto, se o antibiótico impede a produção destas proteínas, as bactérias não têm condição de vida, produzindo a sua destruição.

Efeitos colaterais
– o cloranfenicol pode causar anemia hemolítica e anemia aplásica (ocorre quando a medula óssea produz em quantidade insuficiente os três diferentes tipos de elementos do sangue: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas).
– Em recém-nascidos, o cloranfenicol pode provocar a Síndrome cinzenta do recém-nascido (também denominada Síndrome do bebê cinza ou Síndrome do bebê cinzento) devido a cianose (falta de oxigenação nos tecidos do corpo) que pode provocar, além de má alimentação, depressão da respiração (principal causa da cianose), colapso cardiovascular e morte.
– O cloranfenicol deve ser evitado por gestantes e lactantes porque o cloranfenicol atravessa a placenta e é excretado pelo leite materno. Além disso, deve ser evitado o uso de bebidas alcoólicas devido ao efeito dissulfiram (explicado acima) provocado pela interação das drogas.

10- LINCOSAMIDAS

Drogas
– lincomicina e a clindamicina.

Como agem
– Estes antibióticos impedem a produção de proteínas bacterianas e, proteínas são essenciais para a manutenção da vida da bactéria. Portanto, se o antibiótico impede a produção destas proteínas, as bactérias não têm condição de vida, produzindo a sua destruição.

Efeitos colaterais
– O efeito adverso mais grave das lincosamidas é a colite pseudomembranosa é uma inflamação do cólon que se produz quando, em determinadas circunstâncias, a bactéria chamada Clostridium difficile lesiona o órgão mediante a sua toxina e produz diarreia e aparição no interior do cólon de placas esbranquiçadas chamadas pseudomembranas. Ela se caracteriza por diarreia, por vezes de odor fétido, febre e dor abdominal e pode chegar a ser grave e em alguns casos fatal), ocorrendo principalmente em mulheres de meia-idade e idosas, muitas vezes após intervenção cirúrgica.

11- QUINOLÔNICOS

Drogas
– ácido nalidíxico, ácido oxolínico, ácido pipemídico, rosoxacino, ciprofloxacino, gatinofloxacino, levofloxacino, lomefloxacino, moxifloxacino, norfloxacino, ofloxacino, pefloxacino

Como agem
– Impedem a formação do DNA da bactéria. O DNA é o código genético necessário para que as células sejam produzidas, tanto no nosso organismo quanto nas bactérias. Os antibióticos desta classe não deixam que a bactéria seja formada, impedindo a reprodução bacteriana.

Efeitos colaterais
– Estes antibióticos não devem ser utilizados na gravidez, nem em fase de lactação e, inclusive a idade mínima para o uso destas drogas é de 18 anos, pois, pode provocar lesões articulares permanentes, devido a erosão da cartilagem que tem ocorrido em crianças e adolescentes com estas drogas. Além disso podem provocar fotossensibilização (lesão por raios solares) nestas pessoas.
– cefaléia, tontura e a dor abdominal podem como efeitos colaterais comuns com o uso destes drogas.
– estudos recentes revelam que alguns pacientes podem apresentar excitação do cérebro (neuroexcitação) devido ao uso de ciprofloxacino levando a irritabilidade, confusão, agitação e, até mesmo, convulsões.

Espero que tenham gostado.

Abraços medicinais!!!

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