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Uma reflexão sobre o que é ser feliz

Olá pessoal, tudo bem? Esses dias estava conversando com uma amiga, conversa vai, conversa vem, ela me perguntou o seguinte: “Pérola, você é feliz?” Antes que pudesse dar minha resposta, ela respondeu: “Eu tenho pais maravilhosos, que sempre me apoiaram, tenho um marido fantástico que é trabalhador, carinhoso, atencioso, não tem vícios e, acima de tudo, é um excelente pai. Tenho dois filhos carinhosos comigo, educados, estudiosos. Meu emprego é bom, sou feliz na minha profissão com um salário até que acima da média, não passo necessidades, posso comprar quase tudo o que desejo tanto para mim quanto para minha família mas, acredite ou não, eu não sou feliz.” Por isso, nosso post será sobre o que é ser feliz.

Se procurarmos em qualquer dicionário da língua portuguesa a definição de felicidade, encontraremos que é a qualidade ou estado de feliz, ventura, contentamento ou ainda bom êxito, sucesso, boa fortuna. Se pararmos para pensar minha amiga se enquadra na definição de felicidade, mas o que falta para ela se sentir feliz, então?

A felicidade é relativa de indivíduo para indivíduo. Por exemplo, para alguns ser feliz é ter saúde, para outros é ter emprego e uma família e para outros é chegar em casa sem ter sido assaltado. Felicidade para uns é o momento atual já para outros são momentos construídos ao longo do tempo. Ou seja, ser feliz é um conceito muito abstrato que não pode ser medido, pois, assim como minha amiga do início do post, que tem tudo para ser feliz não o é pelo simples fato de pensar que poderia ser mais feliz ainda.

A felicidade pode ser um estado de satisfação, de equilíbrio entre o físico e o mental, onde transformamos nossa inquietude em emoções (lembre-se: se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi) que vão desde o contentamento até a alegria intensa. Pode ser, ainda, um estado de espírito ou paz interna. Ser feliz depende de suas crenças, do seu psicológico, de seus princípios, de seu momento profissional, financeiro, social entre outros fatores. Resumindo, a felicidade tem muitas abordagens: filosófica, psicológica, religiosa.

Na China Lao Tsé, em torno do século VI a.C. acreditava que a harmonia na vida podia ser alcançada através da união com o tao (as forças da natureza). Nessa mesma época, Confúcio enfatizava o dever, a cortesia, a sabedoria e a generosidade como elementos que permitiriam uma existência feliz. Ser analisarmos a felicidade do ponto de vista do Budismo, a suprema felicidade só é obtida pela superação do desejo em todas as suas formas. O dalai lama, um dos principais mestres budistas da atualidade, defende que a felicidade é uma questão primordialmente mental, devendo-se, inicialmente, se identificar os fatores que causam a nossa infelicidade e os fatores que causam a nossa felicidade. Uma vez que esses fatores foram identificados, extinguir-se-ia os primeiros e estimular-se-ia os segundos, para se atingir a felicidade. Além disso, ele ressalta que devemos ter uma disposição mental adequada para a felicidade a qual está baseada na serenidade, sem isso, não adianta possuirmos riqueza, amigos, entre outros bens.

Para o filósofo grego Aristóteles (século IV a.C.) é uma atividade da alma de acordo com um princípio racional, isto é, uma atividade de acordo com a virtude. Já o pai da psicanálise, Sigmund Freud, acreditava que todo ser humano é movido pela busca da felicidade, o qual ele denominou de princípio do prazer, no entanto, essa busca estaria fadada ao fracasso porque o mundo real é incapaz de satisfazer a todos os nossos desejos, o que recebeu o nome de princípio da realidade, ou seja, segundo Freud o máximo a que poderíamos aspirar seria uma felicidade parcial.

Na atualidade, estudos científicos buscam padrões de comportamento e pensamento nas pessoas que se consideram felizes, dentre esses padrões, destacam-se:

  • Capacidade de se adaptar a novas situações;
  • Traçar objetivos de acordo com suas características pessoais;
  • Estabelecer relacionamentos humanos enriquecedores;
  • Possuir uma forte identidade étnica;
  • Ausência de problemas;
  • Ser competente naquilo que se faz;
  • Buscar auxílio de outras pessoas para enfrentar os problemas;
  • Receber apoio de pais, parentes e amigos;
  • Ser agradável e gentil no relacionamento com outras pessoas;
  • Não super valorizar suas falhas e defeitos;
  • Gostar daquilo que se possui;
  • Ser autoconfiante;
  • Pertencer a um grupo;
  • Ter independência pessoal.

Na minha opinião, a felicidade é uma miscelânea de todas correntes filosóficas, religiosas, psicológicas e de nossa vivência como seres humanos. Talvez, conforme envelhecemos e nos tornamos mais experientes, a nossa visão de felicidade vai mudando. Eu me lembro que, quando era criança, para mim ser feliz era conseguir passar de ano e ganhar meu tão sonhado presente de Natal. Na adolescência foi quando meus pais me deixaram ir no show do Menudo (sim, eu sou da época do Menudo!!!!) com minhas amigas e, lógico, as mães para garantirem que nada de ruim nos aconteceria. No início da idade adulta, foi a aprovação no vestibular de uma universidade pública. Atualmente, meu conceito de felicidade é ter saúde, paz de espírito, um emprego que me faz feliz, família, amigos, um pai, que mesmo com 80 anos e após um AVC está bem de saúde, ter uma casa para morar, roupas para me vestir, comida na mesa e a fé em Deus de que o mundo é um bom lugar para se viver.

Mas eu acredito, que acima de tudo, independente se você necessita de muito ou de pouco para ser feliz, devemos sempre sermos gratos pelas coisas que temos, pois nos dias atuais, inúmeras pessoas não tem o mínimo necessário para sobreviver com dignidade, e lembrar sempre que há pessoas em situações muito mais difíceis do que a nossa.

Portanto, respondendo à pergunta da minha amiga: Eu me considero uma pessoa feliz, com momentos de tristeza, óbvio, mas que entende que os momentos ruins servem para nos impulsionarem para a busca da felicidade.

Lembre-se da música Happy, composta por Pharrell Williams: “Porque estou feliz. Bata palmas junto se você sente que a felicidade é a verdade. Porque estou feliz. Bata palmas junto se você se sente que a felicidade é para você. Porque estou feliz. Bata palmas junto se você sente que é isso que você quer fazer.”

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