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Doença celíaca ou sensibilidade ao glúten

Olá pessoal, tudo bem? O nosso post de hoje irá falar sobre uma doença que afeta alguns indivíduos conhecida como doença celíaca.

Mas, muita calma. O assunto é interessante, mas, como foi falado na Intolerância à Lactose, sem querer ser repetitiva, precisamos entender alguns conceitos antes.

O que é o gluten?

O gluten é uma proteína formada por outras duas proteínas: glutenina e gliadina.

Ele é responsável pela formação de uma rede tridimensional, viscoelástica, aderente e extremamente importante devido sua capacidade de influenciar a qualidade de produtos de panificação e de massas alimentícias.

O glúten está presente nos seguintes cereais:

– Trigo;

– Centeio;

– Cevada;

– Aveia que pode apresentar traços porque, no Brasil, ela é, na maioria dos casos, armazenada, processada e transportada junto com o trigo.

Gluten e sua relação com a doença celíaca

O glúten, como qualquer outra proteína, precisa ser digerido pelo nosso trato digestório até formar compostos menores, conhecidos como aminoácidos, que entram nas células e são utilizados na formação de novas proteínas, manutenção de tecidos ou como fonte de energia.

No caso do glúten, a digestão é mais complexa, não ocorrendo sua quebra total no intestino, “sobrando” uma cadeia de 33 aminoácidos, que compõem a gliadina.

No caso dos celíacos, os fragmentos não digeridos da proteína gliadina (uma das frações que formam o glúten)estimulam a produção de zonulina, que tem a capacidade de afrouxar as junções do intestino, deixando-o permeável.

Essa permeabilidade permite que o glúten atravesse a barreira intestinal e se acumule na parte externa do órgão, o que induz o sistema imunológico a combater esse agente agressor, causando uma inflamação no local.

A DOENÇA CELÍACA é uma enteropatia glúten induzida, ou seja, é uma sensibilidade auto imune (quando o sistema imunológico ataca células do próprio organismo) que causa inflamação crônica da mucosa do intestino delgado de crianças e adultos, geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de alimentos contendo glúten.

Como é uma doença genética, a Doença Celíaca só afeta os indivíduos que tem os genes HLA-DQ2 e HLA-DQ8, no entanto, a simples presença desses genes não significa que o indivíduo desenvolverá a doença.

Embora seja uma doença mais comum de se manifestar na infância, fatores ambientais, podem favorecer seu aparecimento mais tardiamente, como, por exemplo, na vida adulta.

De acordo com o gastroenterologista Dr. Jaime Zaladek Gil, do Hospital Israelita Albert Einstein, a incidência, no Brasil, é baixa: de 1 para cada 200 a 250 indivíduos.

Uma das principais consequências dessa patologia é a atrofia das vilosidades da mucosa do intestino delgado, o que causa prejuízo na absorção de nutrientes, levando à desnutrição.

Figura 1: Digestão do glúten e sua relação com Doença Celíaca.
Fonte: http://suplementacaoesaude.blogspot.com.br/2016/07/gluten-e-alimentos-processados.html

Sintomas

Os sintomas da Doença Celíaca variam de pessoa para pessoa, mas, de acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENACELBRA), os sintomas mais comuns são:

– Diarreia crônica (que dura mais do que 30 dias);

– Prisão de ventre;

– Anemia;

– Falta de apetite;

– Vômitos;

– Emagrecimento/obesidade;

– Atraso no crescimento;

– Humor alterado: irritabilidade ou desânimo;

– Distensão abdominal (barriga inchada);

– Dor abdominal;

– Aftas de repetição;

– Osteoporose / osteopenia.

Diagnóstico

De acordo com a FENACELBRA, os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca.

Ainda, segundo a FENACELBRA, a doença celíaca deve ser confirmada através da observação de mudanças nas vilosidades que revestem a parede do intestino delgado.

Para se ver essas mudanças, uma amostra de tecido do intestino delgado é colhida através de um procedimento chamado endoscopia com biópsia, ou seja, um instrumento flexível como uma sonda é inserido através da boca, passa pela garganta e pelo estômago, e chega ao intestino delgado para obter pequenas amostras de tecido.

Nos casos em que o resultado da biópsia é duvidoso, exames de sangue para detectar anticorpos anti-gliadina e os alelos HLA-DQ2 e HLA-DQ8 podem ser úteis.

Tratamento

A Doença Celíaca não tem cura. O único tratamento recomendado é a realização de uma dieta ISENTA DE GLÚTEN, DURANTE A VIDA TODA.

Portanto, quem tem a Doença Celíca não deve consumir alimentos e bebidas contendo os seguintes trigo, centeio, cevada e aveia.

Alimentos contendo cereais como arroz e milho, tubérculos e raízes e seus derivados como batata e mandioca são liberados. Assim como frutas, verduras, legumes, leite e seus derivados, carnes, ovos e gorduras.

Outras recomendações

É importante que o portador de Doença Celíaca:

– Leia com atenção todos os rótulos ou embalagens de produtos industrializados e, em caso de dúvida, consulte o fabricante;

– Não use óleos onde foram fritos empanados com farinha de trigo ou farinha de rosca (feita de pão torrado);

– Não engrosse pudins, cremes ou molhos com farinha de trigo;

– Tenha cuidado com temperos e amaciantes de carnes industrializados, pois muitos contêm glúten;

– Não utilize as farinhas proibidas para polvilhar assadeiras ou formas.

Importante:

Existem celíacos que são diabéticos, portanto, sua alimentação não deve conter glúten e nem açúcar;

Existem celíacos que têm intolerância à lactose, portanto, sua alimentação não deve conter glúten, nem leite e seus derivados.

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