O sono pode desempenhar um importante papel na aprendizagem e na formação da memória, mas o que acontece com essas funções caso não tenhamos uma boa noite de sono.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Michigan apresentou algumas respostas para isso em seus estudos.
A pesquisa descobriu que a privação do sono interfere no ritmo neuronal, em uma região do hipocampo cerebral, denominada CA1. É no hipocampo que se formam nossas memórias de longo prazo.
O líder do estudo, Nicolette Ognjanovski, do Departamento de Biologia Molecular, Celular e do Desenvolvimento de Michigan, e colaboradores descobriram que interromper o ritmo de disparo neuronal, ou oscilações, na CA1 de ratos interferiu com a formação de memória.
Os cientistas acreditam que esse estudo, lança uma luz acerca dos efeitos da privação de sono em seres vivos.
As diretrizes atuais recomendam que indivíduos adultos devem procurar obter cerca de 7 a 9 horas de sono por noite para uma saúde ideal.
De acordo com a American Sleep Association, 35% dos adultos nos Estados Unidos dormem menos de 7 horas de sono por noite.
Pesquisas têm demonstrado que o sono é importante para a consolidação da memória – ou seja, a capacidade do cérebro para converter as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. Com isso em mente, não é nenhuma surpresa que a falta de sono pode dificultar na formação de memória consolidada.
Pesquisas anteriores associaram privação do sono com função hipocampal prejudicada. No entanto, Ognjanovski e equipe não identificaram precisamente qual área do hipocampo é afetada pela falta de sono.
Para este estudo, a equipe realizou uma série de experimentos em ratos, começando com uma tarefa de aprendizagem.
Primeiro, os pesquisadores removeram os ratos de seu ambiente usual e colocaram-nos em um novo ambiente.
Após os roedores terem explorado seu novo ambiente por um tempo, os pesquisadores deram-lhes um leve choque no pé. Os ratinhos foram então devolvidos ao seu ambiente usual para repousar.
Ao avaliar a atividade hipocampal dos ratos, os pesquisadores descobriram que os roedores que tinham sono suficiente após a tarefa de aprendizagem demonstraram as oscilações relacionadas ao sono mais fortes na região CA1 do hipocampo, em comparação com os ratos privados de sono.
Em seguida, os pesquisadores resolveram determinar se interromper estas oscilações relacionadas ao sono poderia afetar a memória. Para isso, a equipe deu a um novo grupo de camundongos um fármaco que impediu um pequeno grupo de neurônios na CA1 de produzir a proteína parvalbumina o que causou a privação do sono.
Os roedores completaram então a mesma tarefa de aprendizagem que o grupo anterior de ratinhos, e a atividade do hipocampo foi medida antes e depois da tarefa.
Os pesquisadores descobriram que o bloqueio da atividade de parvalbúmina produzida nos neurônios na CA1 de ratos interferiu com o disparo rítmico dos neurônios circundantes.
Além disso, quando estes ratinhos foram devolvidos ao ambiente em que receberam o choque de pé, todas as memórias deste ambiente pareciam ter sido eliminadas.
Os cientistas relatam que no experimento colocar o rato diante do mesmo experimento um dia após um dia ou até meses depois, eles apresentarão uma resposta de medo muito estereotipada, como ficarem congelados – explica Sara Aton, professora do estudo Departamento de Molecular, Celular e Biologia do Desenvolvimento em Michigan.
Mas se o ratinho for privado de sono por algumas horas após esse contexto de choque de emparelhamento, o mesmo não vai se lembrar do choque no dia seguinte
As memórias não são armazenadas em uma única célula, são distribuídos através da rede neuronal.
Segundo os pesquisadores, suas descobertas desafiam a compreensão atual de como as memórias são formadas.
A atividade oscilatória dominante, tão crítica para o aprendizado, é controlada por um número muito de células no hipocampo.
Além disso, a equipe acredita que os resultados destacam a importância do sono para a aprendizagem e a formação de memória, e eles lançam luz sobre como a privação do sono pode prejudicar este processo.
Fonte:
http://www.medicalnewstoday.com/articles/316863.php
Créditos Imagem:
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