Líquen escleroso é uma condição incomum onde ocorre a presença de manchas esbranquiçadas na pele, que podem ocorrer em qualquer lugar do corpo. Mas, na maioria das vezes, envolve a pele da vulva, prepúcio do pênis ou ao redor do ânus.
É uma dermatose de evolução crônica caracterizada por manchas, pápulas e placas brancas e brilhantes com aspectos córneos foliculares. As lesões formam grupos, mas sem se juntar. Em sua fase inicial, geralmente são escleróticos com aspecto de atrofia enrugada na área da lesão. Ocasionalmente, podem ocorrer bolhas, que podem tornar-se hemorrágicas.
A doença pode ocorrer em qualquer idade, tendo pico máximo de incidência em crianças pré adolescentes, mulheres pós-menopausadas (mais comum) e homens com idade média de 43 anos.
Às vezes, casos leves de líquen escleroso não causam sinais ou sintomas visíveis.
Os portadores deste agravo apresentam os seguintes sinais e sintomas:
- Prurido (coceira) nos locais das lesões;
- Dor desconforto
- Manchas brancas lisas na pele
- Manchas e enrugadas
- Hematomas ou fissuras na pele
- Em casos graves, hemorragias, bolhas ou lesões ulceradas
- Dor na relação sexual – dispaurenia
- Dor ao defecar
A causa exata do líquen escleroso não é conhecida, acredita-se que alterações no sistema imune que se apresente hiperativo ou desequilíbrio hormonais possam ser responsáveis por sua ocorrência.. O líquen escleroso não é contagioso e não é transmitido através de relações sexuais.
Ocorre frequentemente em mulheres na pós-menopausa, mas também em homens e crianças. Nas mulheres, o líquen escleroso geralmente desenvolve-se na vulva. Meninos e homens não circuncidados estão em maior risco, porque a condição geralmente afeta o prepúcio.
As mulheres com líquen escleroso na vulva são mais propensas a desenvolver câncer vulvar. Mas um tratamento a base de corticosteroides tópicos pode reduzir esse risco.
As lesões resultantes do líquen severo, pode tornar o sexo extremamente doloroso para as mulheres porque a coceira e as cicatrizes podem reduzir a abertura vaginal e afetar a habilidade ou desejo de ter relações sexuais. Além disso, as lesões tendem a criar uma pele extremamente sensível ao ponto de que qualquer pressão sobre a área se torne insuportável.
Somete um médico poderá dar um diagnóstico de líquen escleroso atrófico, em geral o dermatologista, o mesmo irá realizar um exame físico à fim de detectar possíveis anormalidades.
Em alguns casos haverá necessidade de remoção de um pequeno pedaço de tecido afetado (biópsia) para exame sob microscópio, á fim de confirmação diagnóstica.
O tratamento de pacientes com líquen escleroso é difícil. Atualmente existem várias opções, incluindo tratamentos tópicos com testosterona 2%, dipropionato de clobetasol 0,05%, furoato de mometasona 0,1%, tacrolimus 0,1%, tratamentos sistêmicos com retinóides e tratamentos cirúrgicos como a desnervação vulvar, criocirurgia e até vulvectomia simples.
Em caso de complicações em sua ocorrência em mulheres o desenvolvimento de atrofia de clítoris, como consequência de sinéquias da linha média ou fusão entre os pequenos e os grandes lábios. Nos casos severos ou não tratados precocemente haver perda total dos pequenos lábios e estreitamento do introito vaginal. O carcinoma espinocelular (CEC) é a complicação mais temida, sendo o risco de malignização de 4 a 6%. Como tal, há indicação para exame histológico qualquer fissura, úlcera ou nódulo resistente à cicatrização.
Fonte:
VÁZQUEZ, María Alejandra et al. Liquen escleroso y atrófico: estudio a propósito de 50 casos. Arch. argent. dermatol, v. 51, n. 2, p. 47-53, 2001.
MELO, Maria das Graças Mota et al. Líquen esclero-atrófico e escleroclemia circunscrita: comunicação de um caso. An Bras Dermatol, p. 33-40, 1985.
BAPTISTA, Pedro Vieira et al. Líquen escleroso: revisão da literatura Lichen sclerosus: revision of the literature. Acta Obstet Ginecol Port, v. 1, n. 1, p. 30-41, 2007.