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Menopausa e insônia aceleram o envelhecimento da mulher – diz estudo recente

Cientistas vem se questionando há muito tempo, se o envelhecimento pode ser desencadeado pela menopausa e se sua ocorrência seria uma das causas do envelhecimento feminino. Agora, uma nova pesquisa revela, que quanto mais jovem uma mulher entrar na menopausa, mais rapidamente ela irá envelhecer.

Em um novo estudo, publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, os pesquisadores afirmaram que a menopausa acelera o envelhecimento celular, com isso aumentando o risco de doenças relacionadas com a idade em mulheres.

Outro estudo, publicado na Biological Psychiatry, descobriu que os sintomas de insônia – que ocorrem frequentemente na mulher em menopausa – também podem acelerar o envelhecimento em mulheres pós-menopáusicas.

A menopausa é definida como o tempo em que uma mulher tem o seu último período menstrual, pois os ovários cessam a produção dos hormônios estrógeno e progesterona. A idade média da menopausa é 51 anos, embora possa ocorrer mais cedo ou mais tarde.

Enquanto a menopausa afete cada mulher de forma diferente, os sintomas podem incluir calores (fogachos), insônia, mudanças de humor, problemas vaginais (vagina fica seca e pode ocorrer dispaurenia – dor na relação sexual) e na bexiga.

Acredita-se que o envelhecimento é a causa da menopausa, dado que é um processo natural que ocorre em fases mais tardias da vida. Mas Steve Horvath, da David Geffen School of Medicine na Universidade da Califórnia-Los Angeles (UCLA) e principal autor de ambos os estudos, observa que, durante décadas, os pesquisadores têm debatido se o oposto poderia ser verdade.

“É como o ovo ou a galinha: qual veio primeiro” ele diz. “Nosso estudo é o primeiro a demonstrar que a menopausa faz a mulher envelhecer mais rápido.”

Para os dois estudos, que teve duração de 15 anos, a equipe usou um “relógio epigenético” – desenvolvido por Horvath – que monitorou mudanças epigenéticas ao longo do tempo; isto é, o relógio controla as alterações gênicas que surgem com o passar do tempo através de fatores externos ou ambientais.

No primeiro estudo, Horvath e seus colegas usaram o relógio epigenético para monitorar metilação – um biomarcador químico do envelhecimento celular – nas amostras de DNA de mais de 3.100 mulheres envolvidas em quatro estudos.
Ao analisar a metilação no sangue, saliva e amostras bucais a equipe foi capaz de medir a idade biológica das células das mulheres e compararam isso com sua idade cronológica.

A partir de sua análise, os pesquisadores descobriram que a menopausa acelerou o envelhecimento celular no sangue em cerca de 6 %.

Os pesquisadores citaram como exemplo uma mulher que experimenta menopausa precoce na idade de 42 anos, aos 50 anos o corpo dessa mulher, se apresentaria um ano mais velho do que outra mulher cuja menopausa começou naturalmente com a idade de 50 anos.

Em média de acordo com o estudo, quanto mais jovem uma mulher entra na menopausa, mais precocemente apresentará envelhecimento celular. Este fato pode ter implicações para risco de doenças associadas ao processo de envelhecimento.

Neste estudo também foi observado que a insônia – outro fator relacionado à menopausa – aumentou envelhecimento biológico por 2 anos.

No segundo estudo, Horvath e seus colegas usaram o relógio epigenético para medir o envelhecimento celular de 2.078 mulheres que faziam parte do estudo.

Além disso, os pesquisadores avaliaram a presença de sintomas de insônia entre as mulheres, que incluíram agitação, problemas para dormir, sono interrompido, dificuldade de voltar a dormir e para acordar cedo.

A equipe descobriu que as mulheres que tiveram estes cinco sintomas de insônia apresentaram-se quase dois anos mais velhas biologicamente, em comparação com as mulheres da mesma idade cronológica que não tinham sintomas relacionados ao distúrbio do sono.

A autora principal deste estudo, Judith Caroll, do Instituto Semel de Neurociências e Comportamento Humano e do Centro para Psiconeuroimunologia na UCLA Cousins, relata que os cientistas, são incapazes de estabelecer uma relação de causa e efeito entre insônia e envelhecimento biológico em mulheres pós-menopáusicas.

A grande questão deste estudo é identificar se há indícios de que a terapia de reposição hormonal oferece um efeito antienvelhecimento em mulheres, limitando os riscos a saúde.

Para isso os pesquisadores pretendem usar o relógio epigenético para monitorar a taxa de envelhecimento celular e avaliar quais as terapias podem ser utilizadas para retardar o processo de envelhecimento biológico. “Isso poderia reduzir significativamente a duração e os custos dos ensaios clínicos e benefícios do tratamento de reposição hormonal para as mulheres.” Relata a pesquisadora principal, Judith Caroll.

Fonte:

http://www.medicalnewstoday.com/articles

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