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Nutrição e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

Olá pessoal, tudo bem? O nosso assunto de hoje é Nutrição e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) ou somente hipertensão.

O que é Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)?

Bem, segundo Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2010), a HAS é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados de Pressão Arterial (PA). E por que ela é considerada uma condição multifatorial?

Porque inúmeros fatores podem representar um risco para essa patologia. Alguns desses fatores não temos como modificar tais como: idade, sexo, etnia e fatores genéticos.

Por outro lado, o excesso de peso e obesidade, ingestão de sódio (sal) e álcool e sedentarismo podem ser modificados e controlados.

E quais são as complicações da HAS? De acordo com a SBC (2010), a HAS tem alta prevalência e baixas taxas de controle, sendo considerada um dos principais fatores de risco modificáveis e um dos mais importantes problemas de saúde pública.

A mortalidade por Doença Cardiovascular (DCV) aumenta progressivamente com a elevação da PA.

A HAS associa-se, frequentemente, com alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos como o coração (Infarto Agudo do Miocárdio, Insuficiência Cardíaca, angina), o cérebro (Acidente Vascular Cerebral isquêmico ou hemorrágico), os rins (Insuficiência Renal Crônica) e os vasos sanguíneos (Trombose).

Quais são os sintomas da HAS? Geralmente é uma doença assintomática, ou seja, não apresenta sintomas.

Mas alguns autores relatam que pode ocorrer: cefaleia (dor de cabeça), tontura, náuseas, vômitos, sudorese (suor excessivo), edema (acúmulo de líquidos) de membros, sangramento nasal, irritabilidade, taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos), dispneia (dificuldade de respirar) e fadiga.

E como se trata a HAS?

O tratamento da HAS consiste em mudança no estilo de vida, supressão do tabagismo e do etilismo (consumo de álcool), quando estiverem presentes, manutenção do peso regular, prática de atividade física de forma regular, tratamento medicamentoso  e tratamento dietoterápico, ou seja, alimentação.

Tratamento dietoterápico da HAS

De acordo com a SBC (2010), o sucesso do tratamento depende, fundamentalmente, de mudança comportamental e da adesão a um plano alimentar saudável. Mesmo uma modesta perda do peso corporal está associada a reduções na PA em pessoas com excesso de peso, entretanto o alcance das metas deve ser encorajado pelo nutricionista.

Ou seja, o nutricionista irá realizar uma avaliação do padrão alimentar e dos fatores de risco presentes e elaborar um plano alimentar (com horários das refeições, quantidades e tipos de alimentos) para cada indivíduo, entretanto, vale ressaltar algumas dicas importantes:

Proteínas: O consumo de alimentos fontes de proteínas, seja de origem animal e/ou de origem vegetal, deve ser controlado para se evitar o aumento do risco de sobrecarga dos rins, o que pode ocasionar o surgimento de doenças renais.

Carboidratos: Não há restrição quanto ao consumo de alimentos fontes de carboidratos. A exceção é para os indivíduos que necessitam do controle desse nutriente, em decorrência de outras patologias como, por exemplo, o diabetes mellitus, ou que precisam controlar o peso.

Gorduras: Não há restrições quanto ao consumo de alimentos fontes de gorduras, entretanto, deve-se dar preferência para as gorduras de origem vegetais, tais como: óleos vegetais (soja, canola, girassol, milho, azeite de oliva, margarina), em relação às de origem animal (manteiga, creme de leite, etc.). As gorduras de origem animal favorecem o aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Introduzir o consumo de peixes de águas frias e profundas (salmão, atum, sardinha, arenque, cavala) pois são ricos em ácidos graxos ômega 3.

Fibras: Consumir de 20 a 30g/dia, estimulando o consumo de alimentos crus, com casca e integrais devido serem fontes de fibra, principalmente, solúvel que atuam diminuindo as taxas de colesterol sanguíneo.

Vitaminas e minerais: De acordo com as necessidades de cada indivíduo, entretanto, deve-se aumentar o consumo de frutas e verduras em função da presença de potássio (pois seu consumo é inversamente proporcional ao aumento da PA) e do magnésio (mineral com ação vasodilatadora).

Sódio: O sódio é um dos elementos químicos que formam o sal de cozinha (cloreto de sódio – NaCl), mas ele, também, está presente em outros sais que são utilizados na elaboração dos alimentos. A recomendação é reduzir o consumo. A necessidade nutricional de sódio para os seres humanos é de 500mg (cerca de 1,2g de sal), tendo sido definido recentemente, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 5g de cloreto de sódio ou sal de cozinha (que corresponde a 2g de sódio) a quantidade considerada máxima saudável para ingestão alimentar diária. O consumo médio do brasileiro corresponde ao dobro do recomendado.

Outras orientações

Além das recomendações acima, vale lembrar que:

– SEMPRE LEIA OS RÓTULOS DOS ALIMENTOS e avalie a presença de sódio e/ou sal (cloreto de sódio) na declaração obrigatória de nutrientes.

– Os alimentos salgados devem ter sua ingestão controlada. Exemplo: carnes salgadas e/ou curadas e/ou defumadas tais como: carne seca, bacalhau, bacon, linguiça, salsicha, salame, mortadela, paio, presunto, etc.

– Controlar o consumo de alimentos em conserva, principalmente, em água com sal. Exemplo: ervilha, milho, picles, molho de tomate, azeitona, palmito, etc.

– Controlar o consumo de alimentos como salgadinhos, aperitivos (azeitonas, alcaparras, picles, etc.

– Temperos, molhos prontos (molhos de saladas, de tomate, mostarda), caldos concentrados (carne, galinha, picanha, legumes, etc.), ketchup, molho inglês, maionese, patês, sopas devem ter sua ingestão reduzida.

– Evitar os alimentos contendo sal, tais como: queijos amarelos (muçarela, prato, cheddar, etc.), manteiga e margarina com sal.

– Prefira os alimentos sem sal. No caso dos queijos, prefira os brancos.

– Preferir alimentos in natura aos industrializados.

– Não utilizar saleiro na mesa. Tenha por hábito, antes de adicionar sal aos alimentos, experimenta-los para verificar seu tempero, em relação ao sal.

– Não consumir bicarbonato de sódio e glutamato monossódico, pois esses compostos apresentam o sódio em sua composição.

– Controlar o consumo de cafeína (presente em café, chá, refrigerantes tipo cola e guaraná) e teobromina (presente no chocolate).

– SUBSTITUIR O SAL por outros condimentos, sejam eles frescos ou secos, como, por exemplo, a cebola, o alho, o manjericão, o orégano, o alecrim, a salsa, o coentro, o louro, etc. Uma alternativa interessante é a elaboração do sal temperado com ervas secas.

– Consumir sal dietético com moderação, pois, geralmente, em sua composição, também, há o cloreto de sódio (NaCl), entretanto, em quantidades reduzidas.

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