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Pesquisadores descobrem um exame de sangue que pode identificar precocemente a doença de Alzheimer

Pesquisadores do Missouri revelam que o exame de exame de sangue pode identificar os marcadores da doença de Alzheimer, antes que indivíduos comecem a apresentar perda  de memória e confusão mental, sintomas típicos desta doença.

Esta descoberta é um passo significativo para prever o risco deste agravo.

A pesquisa foi apresentada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, realizada em Londres, Reino Unido, e os resultados foram publicados na revista Alzheimer’s e Dementia.

Os indivíduos portadores de  doença de Alzheimer, sofrem perda neuronal extensa antes que os sintomas da doença comecem a aparecer.

À medida que o cérebro se dedica às tarefas diárias, ele produz  uma proteína grande e pegajosa, que não reage à degradação química denominada proteína beta amiloide e os pesquisadores descobriram que algumas destas proteínas podem ser encontradas sangue e no líquido cefalorraquidiano, de portadores de doença de Alzheimer.

A doença de Alzheimer tem início, quando esta se acumula em forma de placas no cérebro (placas senis) o que impede a comunicação neuronal  causando danos cerebrais irreversíveis,  contribuindo para o desenvolvimento e progressão da doença de Alzheimer.

Por esta razão, existe uma necessidade urgente de testes de triagem que possam prever o risco da doença de Alzheimer antes do acúmulo de desta proteína ocorrer.

Atualmente, os únicos métodos viáveis ​​para detectar beta amiloide no cérebro é o exame de tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) no líquido cefalorraquidiano.

No entanto, a digitalização de PET scan é dispendiosa e “não está amplamente disponível”, e acompanhado da avaliação do líquido cefaloraquidiano é invasiva e requer um “procedimento médico especializado” fornecido por poucos profissionais.

No entanto, a análise de biomarcadores de beta-amiloide (das placas senis) e de proteína tau (dos emaranhados neurofibrilares) que estão sendo estudados para auxiliar no diagnóstico preciso da Doença de Alzheimer.

Porém, essa análise ainda não é indicada para a prática clínica. Por enquanto, ela está restrita a pesquisas.

Avaliando a viabilidade do teste de sangue

Para superar esses obstáculos, os pesquisadores avaliaram medidas de beta amiloide presentes no sangue para descobrir se um exame de sangue poderia ajudar a identificar níveis alterados da proteína no cérebro e no líquido cefalorraquidiano de um indivíduo.

O exame de rastreio de sangue poderia ser uma maneira barata e menos invasiva de selecionar as pessoas mais propensas a desenvolver a doença de Alzheimer, anos antes de receberem um diagnóstico com base em seus sintomas.

No entanto, estudos anteriores não demonstraram relação entre as medidas do beta amiloide no sangue e no cérebro.

O autor principal do estudo Dr. Randall J. Bateman, Charles F. e Joanne Knight Professores de Neurologia na Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri, realizaram um estudo envolvendo 41 indivíduos com 60 anos ou mais para avaliar o sangue destes indivíduos e encontrar concentrações de beta amiloide.

Um total de 23 pessoas eram amiloides positivas, o que significa que elas apresentavam sinais de comprometimento cognitivo. Esses participantes tiveram varreduras PET e exames espinhais para confirmar a presença de placas amiloides no cérebro ou alterações amiloides no  líquido cefalorraquidiano.

O restante dos 18 participantes envolvidos no estudo, não apresentaram  a presença da proteína amiloide, mas  foram submetidos a mensuração de outros  subtipos da proteína.

Os níveis, a produção e o acúmulo de amiloide foram mensurados coletando 20 amostras de sangue de cada indivíduo ao longo de 24 horas.

As placas amiloides localizadas foram encontradas em “amostra única”

Os pesquisadores descobriram que, em pessoas com placas amiloides, os níveis de amiloide beta 42 em relação ao amiloide beta 40 eram consistentemente cerca de 10 a 15% menores.

“As placas senis são compostas principalmente por proteína beta amiloide 42, então isso provavelmente significa que ela está sendo depositado no cérebro antes de entrar na corrente sanguínea”, explica o Dr. Bateman.

“As diferenças não são grandes, mas são altamente consistentes. Nosso método é muito sensível, e particularmente quando você tem muitas amostras repetidas, como neste estudo – mais de 500 amostras foram testadas – podemos ter muita confiança em que a diferença é real. Uma única amostra pode distinguir quem tem placas amiloides (placas senis) “.

Dr. Bateman afirma que pode classificar com precisão pessoas como amiloide positiva ou amiloide negativa ao calcular a proporção de beta amiloide 42 para beta amiloide 40 em cada uma das 20 amostras de sangue do participante.

“Nossos resultados demonstram que este teste de sangue beta amiloide pode detectar se a mesma  já começou a se acumular no cérebro. Isso é importante  pois poderia ser a base para um teste de rastreio de sangue rápido e barato para identificar pessoas com alto risco de desenvolver a doença de Alzheimer”.

Além das placas amiloides, os novelos neurofibrilares  produzidos pela hiperfosforilação de uma proteína cerebral denominada TAU, que formam os novelos neurofibrilares,  considerados marcadores da doença de Alzheimer.

O Dr. David Holtzman, chefe do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, está atualmente trabalhando em um exame de sangue para identificação da TAU.

O exame de sangue para identificação da proteína TAU,  poderia complementar o exame de sangue de amiloide para maior precisão no diagnóstico.

“Se houvesse um exame de sangue que pudesse identificar a proteína TAU os pesquisadores poderiam combiná-los para obter uma ideia mais precisa de quem corre o risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Isso seria um grande passo a frente na  capacidade de prever e talvez até impedir a Doença de Alzheimer”.

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