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Os efeitos do envelhecimento: eles podem ser revertidos?

Em termos simples, o envelhecimento é definido como o processo onde nos tornamos mais velhos e, isso envolve uma série de mecanismos biológicos, que podem levar deterioração de saúde – cognitiva e física – ao longo do tempo.

Naturalmente, o envelhecimento é inevitável. Enquanto muitos de nós gostaríamos de parar o relógio e evitar soprar as velas de aniversário – um lembrete nada sutil que estamos um ano mais velho – sonho que ainda vai além dos domínios da ciência médica.

No entanto, o que pode estar dentro do alcance um dia, são maneiras de reduzir ou reverter os efeitos do envelhecimento e não está relacionado a cosméticos antienvelhecimento ou a cirurgia estética.

Cada vez mais, estudos concentraram-se em estratégias que podem combater o envelhecimento em seu núcleo, ou seja, no interior das células (retardar o envelhecimento de dentro para fora – os processos celulares), contribuem para as doenças relacionadas com a idade e as mudanças na nossa aparência física, à medida que nos tornamos mais velhos.

Os pesquisadores, estão buscando a resposta nas teorias que buscam explicar o envelhecimento biológico, entre elas:

A teoria genética

Muitos pesquisadores, acreditam, que os efeitos do envelhecimento, são o resultado de vários fatores genéticos e ambientais e esses efeitos variam de pessoa para pessoa. Esta teoria sugere que, assim como a cor do cabelo e altura, nossa expectativa de vida é influenciada pelos genes que herdamos de nossos pais. Estudos têm mostrado que filhos de pais que têm uma vida longa, são mais propensos a viver mais.

Uma pesquisa publicada em 2013 em uma revista sueca – sugeriu que o processo de envelhecimento é influenciado pelo DNA mitocondrial que herdamos de nossas mães.

A equipe descobriu que animais de laboratório (ratas fêmeas) que foram submetidos a mutações no DNA mitocondrial – causadas por exposições ambientais durante a sua vida – passaram o DNA alterado para sua prole, o que reduziu seu tempo de vida.

Mas, embora a evidência para a teoria do envelhecimento genético seja forte, a verdade é que o envelhecimento saudável e longevidade é amplamente influenciada pelo nosso meio ambiente – ou seja, o que comemos, se nos exercitamos, local onde vivemos, e a exposição a compostos e toxinas durante toda nossa vida.

Teoria do estresse oxidativo e encurtamento dos telômeros

Nosso DNA acumula danos causados ​​por exposições ambientais à medida que envelhecemos. Enquanto as células são capazes de reparar a maioria dos danos, que ocorrem em decorrência do estresse oxidativo (ação de radicais livres sobre as células) no entanto muitas vezes o estresse é tamanho que o corpo não possui antioxidantes (substâncias que eliminam os radicais livres) suficientes para consertar os danos causados ​​por radicais livres – moléculas que tem um elétron a menos e que provocam danos ao DNA. O estresse oxidativo tem sido identificado como uma peça chave, no processo de envelhecimento.

Outra causa importante de danos no DNA é o encurtamento dos telômeros – fundamentais para a divisão celular. Telômeros são tampões e se encontram no final de cada cadeia de DNA protegem os nossos cromossomos – estruturas em forma de cordão que contêm todos os nossos dados genéticos.

Os telômeros vão se encurtando naturalmente à medida que envelhecemos, a redução de comprimento diminui, cada vez que uma célula se divide. Mas quando os telômeros ficam muito curtos, eles não são mais capazes de proteger os cromossomos, deixando-os suscetíveis a danos, que podem levar ao envelhecimento prematuro e desenvolvimento da doença.

Um estudo recente da Universidade de Cambridge no Reino Unido sugere que o encurtamento do telômero, causado por exposições ambientais pode ser passado para a prole.

A equipe descobriu que ratos que tiveram baixa oxigenação no útero durante a gravidez – muitas vezes causadas pelo fumo durante a gravidez em seres humanos – geraram prole com telômeros mais curtos, do que os ratos que tiveram maior exposição de oxigênio.

Os pesquisadores observaram também, que a prole privada de oxigênio, apresentou anormalidades em vasos sanguíneos – um sinal de envelhecimento mais rápido e uma predisposição para doenças cardíacas.

“Já se sabe, que os genes interagem com fatores de risco ambientais, tais como tabagismo, obesidade e falta de exercício e aumentam o risco de doença cardíaca”, observa o pesquisador sênior Prof. Dino Giussani, do Departamento de Fisiologia do Desenvolvimento e Neurociências na Universidade de Cambridge, “mas aqui nós mostramos que o ambiente em que está exposto o feto no útero pode ser tão, se não mais, importante na programação de um risco de doença cardiovascular do que os fatores de riscos presentes na idade adulta.”

A evidência para o comprimento dos telômeros, como um fator importante no processo de envelhecimento, tornou-se tão forte, que os pesquisadores estão pensando em usar os telômeros como um biomarcador, para doenças relacionadas à idade.

Mas, e se os investigadores encontrarem uma maneira de estender o comprimento dos telômeros, para proteger contra as doenças relacionadas a idade e outros efeitos do envelhecimento? Ou se eles identificarem uma estratégia que poderia proteger contra o estresse oxidativo?

Quem sabe em um futuro próximo, podemos ter esperanças e que sabem possamos acrescentar mais qualidade aos anos vividos, pois o envelhecimento é um fato inevitável, mas as descobertas da ciência, podem e muito contribuir para uma velhice bem-sucedida.

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