O processo de envelhecimento é um processo irreversível, que se inicia no nascimento, no entanto é percebido com mais evidencia à partir dos 40 anos. No entanto a forma de envelhecer está associada com a qualidade que o nosso organismo está exposto.
Como o envelhecimento é um fenômeno biológico complexo, produto da interação entre fatores genéticos e ambientais, dentre eles, o tabagismo, considerado um acelerador do envelhecimento, tanto diretamente, pelo aumento na produção de radicais livres, quanto indiretamente, devido a condições patológicas à ele relacionadas, pois o tabagismo compromete não apenas a expectativa de vida, mas também a qualidade de vida do fumante.
O tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Estima-se que cerca de 1,25 bilhões de pessoas no mundo sejam fumantes. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O tabaco e a poluição podem acelerar o envelhecimento, pois produzem radicais livres. Os fumantes apresentam envelhecimento mais intenso. Um dos exemplos deste efeito são os danos que ocorrem na pele.
A probabilidade de desenvolver rugas faciais pode ser até cinco vezes maiores em fumantes do que a dos não-fumantes. O cigarro está associado ao aumento de elastose cutânea, que aumenta o envelhecimento facial e contribui para a característica de “face de fumante”.
A contração de músculos labiais e faciais, durante o ato de fumar e interferindo na musculatura dos olhos, devido à irritação promovida pela fumaça, pode aumentar a formação de rugas nestas regiões.
Acredita-se que cerca de 1,25 bilhões de pessoas sejam fumantes.
Calcula-se que quatro milhões de óbitos anuais possam ser atribuídos ao hábito de fumar. Em 2030, este número poderá chegar a 10 milhões, sendo que sete milhões deverão ocorrer nos países em desenvolvimento.
Além da mortalidade, o hábito de fumar está associado com o desenvolvimento de diversos agravos e condições crônicas, principalmente câncer, doenças do aparelho respiratório e doenças cardiovasculares. Essas são as principais causas de mortes nos países desenvolvidos, onde o hábito de fumar é uma constante.
Dos 1,25 bilhões de fumantes no mundo, mais de 30 milhões estão em nosso país.
Devido à este fato o Instituto Nacional de Câncer (INCA) desenvolveu o Programa de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer, que inclui atividades direcionadas para ambientes de trabalho, unidades de saúde e escolas, além de medidas nas áreas da legislação e economia.
Estima-se, também, que o tabagismo gere um prejuízo de pelo menos 338 milhões de reais ao Sistema Público de Saúde do Brasil.
Anualmente, o cigarro compromete cerca de 15% do orçamento da grande maioria dos fumantes com renda mensal de até dois salários mínimos.
Devemos atentar para as principais causas de morte por tabagismo entre elas as doenças cardiovasculares (1,69 milhões de mortes), a doença pulmonar obstrutiva crônica (970 mil mortes) e o câncer de pulmão (850 mil mortes).
O consumo de cigarros é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão e está relacionado ao início de tumores malignos em oito órgãos (boca, laringe, pâncreas, rins, bexiga, pulmão, colo do útero e esôfago).
Dentre os seis tipos de cânceres com maior índice de mortalidade no Brasil, metade (pulmão, colo de útero e esôfago) tem o cigarro como um de seus fatores de risco.
A saber, várias substâncias cancerígenas são liberadas da fumaça dos cigarros; essas substâncias têm influencia direta nos processos neoplásicos e na imunidade prejudicada observada em fumantes.
O cigarro é composto por diversos produtos nocivos à saúde. Os principais são: nicotina, dióxido de carbono (CO2), alcatrão, entre outros.
Vários órgãos e sistemas sofrem com os efeitos da nicotina sua ação infere no sistema cardiovascular, elevando os níveis de tromboexano e promovendo aumento da adesividade plaquetária.
A intoxicação do sistema nervoso central pela nicotina pode desencadear vômitos, tremores, convulsões, depressão respiratória e morte. A queima do tabaco a temperaturas experimentais de 830-900ºC leva à produção de aproximadamente 5.000 substâncias tóxicas já identificadas.
A fase gasosa contém uma mistura heterogênea de gases não-condensados e vapores, como monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, nitrosaminas, entre outras.
A fase sólida consiste em produtos de pirólises, como a nicotina, fenóis, ácidos orgânicos, aldeídos, cetonas, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. O alcatrão contém comprovadamente substâncias carcinogênicas, como o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio e polônio.
Assim, o abandono do cigarro, em qualquer idade, reduz o risco de morte e melhora a condição geral de saúde.
Ao abandonar o cigarro, espera-se um aumento de dois a três anos na expectativa de vida entre idosos com 65 anos ou mais, que fumam até um maço de cigarros por dia.
Fumar continua a ser a principal causa de morte evitável nos Estados Unidos, cerca de 40 milhões de adultos americanos são fumantes, sendo que 70% dos fumantes demonstram desejo em parar de fumar.
Quase 17% dos adultos em os EUA atualmente fumam. O tabagismo responde por cerca de 480.000 mortes em os EUA a cada ano. Cerca de 16 milhões de americanos estão vivendo com uma doença relacionada ao tabagismo.
Se você resolver tentar parar de fumar procure o auxílio médico, pois a orientação não especializada tem taxa de sucesso de apenas 6%.
O primeiro passo é a motivação e a base do tratamento é a terapia cognitivo-comportamental, através da qual o fumante e o seu médico discutem situações, analisando cada situação dita gatilho e como contorná-las.
O uso de medicações que auxiliam na cessação do tabagismo não interfere na motivação, atuam apenas na diminuição dos sintomas de abstinência, tornando menos difícil a jornada de abandono do fumo.
As drogas utilizadas para este fim são os adesivos transdérmicos de nicotina (21, 14 e 7mg), e a bupropiona que é uma droga controlada.
Esperamos que estas orientações tenham sido úteis a você. Fiquem em paz e até a próxima.
Fonte:
Goulart, Denise, et al. “Tabagismo em idosos.” Rev. Bras. Geriatr. Gerontol13.2 (2010): 313-320.
Suehara, Letícia Yumi, Karine Simone, and Marcus Maia. “Evaluation of facial aging related to cigarette smoking.” An Bras Dermatol 81.1 (2006): 34-9.
Ito, Kazuhiro, Peter J. Barnes, and Fátima Rodrigues. “A DPOC como uma doença de envelhecimento acelerado.” Revista Portuguesa de Pneumologia (English Edition) 15.4 (2009): 743-746.