Bexiga hiperativa é uma condição urológica caracterizada por sinais e sintomas relacionados à urgência em urinar.
Nos Estados Unidos hoje, a bexiga hiperativa pode afetar até 40% das mulheres e 30% dos homens.
As chances de desenvolver este agravo aumentam com a idade, mas a condição não está relacionada apenas ao envelhecimento. A maioria dos casos de bexiga hiperativa começam com sintomas menores que progridem a longo prazo.
É também chamado de bexiga instável ou irritável e seu portado(a) muitas vezes têm um desejo repentino, incontrolável de urinar, mesmo se a bexiga não está cheia.
Normalmente, a bexiga recebe um sinal do cérebro para esvaziar quando está cheia. O músculo do esfíncter então relaxa e o músculo detrusor contrai-se para expulsar a urina.
Quando algum tipo de anormalidade ocorre em qualquer lugar neste processo, os sintomas de bexiga hiperativa e a incontinência podem ocorrer.
Diferentes grupos étnicos podem apresentar diferentes taxas de prevalência de bexiga hiperativa. Alguns estudos têm mostrado uma taxa aumentada em homens e mulheres afro-americanos, bem como homens hispânicos.
De acordo com estudos a prevalência da incontinência urinária no idoso varia de 8 a 34%.
Sinais e sintomas
Os sintomas físicos variam, mas normalmente envolvem uma perda de controle urinário e a sensação de necessidade de urinar com mais frequência.
Cerca de metade das pessoas com bexiga hiperativa, experimentam incontinência urinária de urgência (IUU), ou perda involuntária de urina ocasional.
Homens e mulheres experimentam diferentes sintomas com base em diferenças anatômicas.
Estudos referem que mulheres podem apresentar sintomas relacionados ao armazenamento de urina com mais frequência do que os homens que tendem a experimentar mais problemas com a liberação de urina do que as mulheres.
O diagnóstico de bexiga hiperativa fica comprometido em muitos casos devido a vergonha que muitas mulheres tem de relatar o problema ao médico.
Os sintomas mais comuns de bexiga hiperativa incluem:
– Urinar mais de 10 vezes por dia.
– Urgência urinária, ou ser incapaz de controlar a micção.
– Desejo incontrolável de urinar espontaneamente, especialmente quando se ouve som de água corrente.
– A necessidade de acordar durante a noite para urinar.
– Vazamento de urina antes de chegar ao banheiro.
– Urinar na cama.
– Tensão ou desconforto durante a micção.
O aumento na frequência de micção e perda de controle da bexiga são apenas alguns sintomas que podem ser relacionados ao envelhecimento. Qualquer pessoa em qualquer idade pode apresentar sintomas de bexiga hiperativa. Um médico deverá ser consultado sempre que os sintomas tornam-se preocupantes, ou atrapalhem a vida cotidiana.
Consequências da Bexiga Hiperativa
– Ansiedade com prejuízos sociais e no local de trabalho.
– Perda do sono ou da qualidade do sono devido à necessidade de urinar à noite.
– Depressão muitas vezes relacionada à falta de sono.
– Diminuição do senso de intimidade.
– Relações tensas com parceiros.
– Menor autoconfiança.
– Redução da atividade física.
– Isolamento social.
Diagnóstico
A avaliação urodinâmica é recomendada para identificar as causas específicas dos sintomas das pacientes, seja o problema incontinência urinária, disfunção miccional ou sintomas irritativos do trato urinário, além de fornecer dados para orientar o correto tratamento.
Apesar do estudo urodinâmico ser considerado o melhor método diagnóstico para avaliação da função do trato urinário, alguns urologistas preferem conduzir os pacientes baseando-se em sintomas clínicos.
O exame de urina, são essenciais para todas as pacientes com queixas uroginecológicas, à fim de afastar suspeita de infecções no trato geniturinário.
A ultrassonografia, do trato geniturinário é indicada para estimar o resíduo miccional, detectar tumores vesicais e distorções na parede vesical por massas pélvicas, avaliação da vascularização dos tecidos periuretrais por meio do efeito Doppler e da musculatura do assoalho pélvico, e para avaliar a hipermobilidade e a posição do colo vesical.
Tratamento
A abordagem terapêutica a este paciente incluem o tratamento medicamentoso e a fisioterapia.
A terapêutica medicamentosa baseia-se na introdução de anticolinérgicos que tem entre 50% à 70% de efetividade, no entanto seus efeitos colaterais, que incluem boca seca, constipação intestinal, visão turva, levam o portador(a) a abandonar o tratamento nos primeiros meses. Nesse caso a terapêutica comportamental e a fisioterapia costumam ser mais efetivos.
O tratamento fisioterapêutico envolve a estimulação elétrica intravesical, anal, vaginal, peniana, transcutânea suprapúbica.
Fonte:
PETER, Jeane Marie et al. Aspectos atuais no tratamento da bexiga hiperativa. Femina, v. 37, n. 9, p. 505-510, 2009.
DOS REIS, Rodolfo Borges et al. Incontinência urinária no idoso. Acta Cir Bras, v. 18, p. 47-51, 2003.
ARRUDA, Raquel Martins et al. Hiperatividade do detrusor: comparação entre oxibutinina, eletroestimulação funcional do assoalho pélvico e exercícios perineais. Estudo randomizado. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2007.
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