O post de hoje irá falar sobre algumas orientações gerais para a alimentação na síndrome metabólica.
De acordo com Salaroli et al. (2007), a Síndrome Metabólica (SM) pode ser definida como um transtorno representado pela agregação de fatores predisponentes para desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV) e diabetes.
Apesar da importância da SM, há carência de dados sobre as características epidemiológicas desta condição na população brasileira.
Para Rigo et al. (2009), a SM é caracterizada por obesidade central, dislipidemia, hiperglicemia e pressão arterial limítrofe, sendo, na atualidade, um dos maiores desafios para a saúde pública em todo o mundo, por associar-se com um importante risco para doença cardiovascular e diabetes tipo 2.
Como a SM é uma doença multifatorial associada com o risco de desenvolvimento, principalmente, de DCV, de acordo com Waitzberg (2009) e Silva & Mura (2007), o tratamento não medicamentoso consiste em:
– Mudança do Estilo de Vida (MEV);
– Supressão do tabagismo;
– Supressão do etilismo;
– Prática de atividade física regular;
– Manutenção do peso regular;
– Tratamento medicamentoso;
– Tratamento dietético.
Segundo a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2013), os níveis séricos de colesterol e triglicerídeos sofrem elevação em função do consumo alimentar elevado de colesterol, carboidratos, ácidos graxos saturados, ácidos graxos trans e da quantidade excessiva de calorias.
Por tanto, a seleção adequada destes itens poderá contribuir de maneira eficaz no controle das dislipidemias.
No entanto, é fundamental que as preferências alimentares sejam respeitadas assim como a alimentação seja nutricionalmente adequada para suprir as necessidades de energia e nutrientes do indivíduo, sem esquecer que paladar, também, seja atrativo e agradável.
Em relação ao tratamento de idosos, a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2013), considera que o bom estado geral e mental do paciente idoso, suas condições socioeconômicas, o apoio familiar, as co-morbidades presentes e o uso de medicamentos irão influenciar na adesão e na manutenção do tratamento.
O tratamento não medicamentoso deve seguir as mesmas diretrizes indicadas para adultos jovens, observando-se com maior cautela as necessidades de ingestão de calorias, proteínas e vitaminas, assim como as condições físicas para a prática de atividade física.
Devem-se enfatizar que o abandono do hábito de fumar e a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas são essenciais para os resultados do tratamento.
A Tabela a seguir traz as recomendações dietéticas para a redução da hipercolesterolemia, preconizadas pela V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2013).
Fonte: SBC, 2013
Ainda segundo a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2013), se após 90 dias, não houver resposta, fármacos devem ser indicados, tomando-se como precaução de:
– Iniciar sempre com doses mais baixas e aumentar, se necessário, progressivamente;
– Analisar a relação custo-benefício;
– Verificar a existência de condições socioeconômicas para a manutenção do tratamento em longo prazo e a realização de exames clínicos e laboratoriais periódicos.
Leia sobre: Síndrome Metabólica: Saiba Mais
Referências
– V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Xavier HT, Izar MC, FariaNeto JR, Assad MH, Rocha VZ, Sposito A et al. Arq Bras Cardiol 2013; 101 (4 Supl 1): 1-22.
– Rigo JC, Vieira JL, Dalacorte RR, Reichert CL. Prevalência de Síndrome Metabólica em idosos de uma comunidade: Comparação entre três métodos diagnósticos. Arq Bras Cardiol 2009; 93 (2): 85-91.
– Salaroli LB, Molina MCB, Mill JG, Barbosa GC. Prevalência de síndrome metabólica em estudo de base populacional, Vitória, ES – Brasil. Arq Bras Endocrinol Metabol 2007; 51(7): 1143-52.
– Silva, SMCS; mura, JDP. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007. 1122p.
– Waitzberg, D. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 2 volumes. 4a. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. 2628p.
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