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Envelhecimento e mudanças no padrão de sono

Com o envelhecimento, os padrões de sono tendem a mudar. A maioria das pessoas acredita que despertam mais vezes durante a noite e mais cedo pela manhã. O sono exerce papel importante na homeostasia, cujo desequilíbrio favorece o aparecimento de transtornos mentais, diminuição da competência imunológica, prejuízo no desempenho físico e dificuldades adaptativas, causando aumento da vulnerabilidade do organismo idoso e colocando sua vida em risco.

Com o envelhecimento, os padrões de sono tendem a mudar. A maioria das pessoas acredita que despertam mais vezes durante a noite e mais cedo pela manhã. O sono exerce papel importante na homeostasia, cujo desequilíbrio favorece o aparecimento de transtornos mentais, diminuição da competência imunológica, prejuízo no desempenho físico e dificuldades adaptativas, causando aumento da vulnerabilidade do organismo idoso e colocando sua vida em risco.

O tempo total de sono permanece o mesmo ou é ligeiramente diminuído (6,5 a 7 horas por noite). Pode ser mais difícil adormecer e podemos passar mais tempo na cama. A transição entre o sono e o despertar é muitas vezes abrupta, o que faz com que as pessoas mais idosas se sintam mais lentas do que quando jovens.

Menos tempo é gasto em sono profundo e sem sonhos. As pessoas idosas  acordam uma média de 3 ou 4 vezes por noite, e com sono mais leve.

Estudos relatam que a capacidade de iniciar o sono diminui com a idade. O sono tende a ser mais superficial (aumento das fases I e II e encurtamento das fases de ondas lentas) e um pouco mais curto (diminuição de tempo total de sono), além de mais fragmentado (maior taxa de despertares). A diminuição da capacidade de iniciar e de manter o sono está associada ao aumento de morbidade e mortalidade no indivíduo idoso.

Fases do sono

As  fases do sono podem ser divididas em REM (rapid eye movement) e NREM (non-rapid eye movement), tendo o seu início por uma fase NREM, à qual se sucede uma fase REM, em ciclos com uma duração de, aproximadamente, 90 minutos. (4–6).

O sono REM caracteriza-se pela presença de ondas rápidas no eletroencefalograma, acompanhadas por movimentos oculares rápidos no sentido vertical ou horizontal, com duração de 5 a 30 minutos, e está associado a uma grande atividade de “sonhos”. Nesta fase ocorrem grandes variações na frequência cardíaca e respiratória, que oscila entre valores muito altos e muito baixos. Acompanha-se, também, de relaxamento muscular, elevação da pressão arterial e ereção, no homem.

Por sua vez, o sono NREM caracteriza-se pela presença de ondas lentas e ocupa cerca de 75% do ciclo do sono. É nesta fase que se estabelece o repouso do organismo, num período dominado por estímulos parassimpáticos, que promovem diminuição da atividade metabólica com diminuição da temperatura, pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e tónus muscular.

O sono NREM divide-se, ainda, em quatro fases, numeradas de I a IV, de acordo com as suas características eletroencefalográficas. A fase I vem depois  do adormecimento. A fase II surge após  10 minutos de sono e é a fase mais duradoura de todo o ciclo de sono. A fase III surge aos 30 minutos e caracteriza-se pelo domínio parassimpático máximo. A fase IV caracteriza-se por ausência de movimentos. Emparelhadas, as fases I e II correspondem ao designado “sono leve”, enquanto as fases III e IV correspondem ao “sono profundo”, importante para a sensação de “sono reparador”, e do qual é mais difícil despertar.

Os fatores que contribuem para os problemas de sono na velhice incluem:

1) dor ou desconforto físico;

2) fatores ambientais;

3) desconfortos emocionais

4) alterações no padrão do sono – insônia – queixas referentes ao tempo dispendido na cama sem dormir, dificuldade para reiniciar o sono, menor duração do sono noturno, maior latência de sono e despertar pela manhã mais cedo do que o desejado.

Os idosos acordam com mais frequência porque passam menos tempo dormindo profundamente. Outras causas incluem a necessidade de se levantar e urinar – noctúria –  ansiedade e desconforto ou dor crônica e doenças crônicas.

Causas mais frequentes de distúrbio do sono em idosos

– diminuição da capacidade de dormir;

– aumento dos problemas de respiração durante o sono;

– aumento da atividade mioclónica noturna;

– alteração de fase de sono, com avanço de 1 hora por dia;

– perturbações neuropsiquiátricas tais como a depressão e as demências;

– dores e limitação de mobilidade, permanecendo mais tempo no leito alterando o ritmo sono/vigília;

– hábitos de sono insatisfatórios ou incorretos;

– refluxos gastresofágicos;

– causas iatrogênicas;

– causas ambientais adversas.

Consequências das alterações

Dificuldade em dormir é um problema que interfere na qualidade de vida do idoso. Insônia crônica é uma das principais causas de acidentes automobilísticos e depressão. Como os idosos dormem mais levemente e acordam com mais frequência, eles podem se sentir privados do sono mesmo quando o tempo total de sono não sofra alteração.

A privação do sono, pode eventualmente causar confusão mental, mas tem tratamento.

Distúrbios do sono também são sintomas comuns na depressão.

Gerenciando o sono

Você pode tomar medidas simples podem ajudar a ter uma boa noite de sono:

  • Evite tomar estimulantes a base de cafeína (encontrada no café, chá, refrigerantes e chocolate) por pelo menos 3 ou 4 horas antes de dormir.
  • Não tire cochilos durante o dia.
  • Pratique exercício (moderadamente) à tarde.
  • Evite muito estímulo, como programas de TV violentos ou jogos de computador, antes de dormir. Pratique técnicas de relaxamento na hora de dormir.
  • Tente ir para a cama na mesma hora todas as noites e acordar ao mesmo tempo todas as manhãs.
  • Use a cama apenas para dormir ou atividade sexual.
  • Evite produtos de tabaco, especialmente antes de dormir.
  • Pergunte ao seu médico se algum dos medicamentos em uso pode afetar o sono.
  • Não ingerir grandes quantidades de comida ao jantar e aguardar pelo menos três horas antes de deitar.
  • Depois do jantar procurar atividades relaxantes
  • Leia um bom livro, isso ajuda a relaxar.

Fonte:

QUINHONES, Marcos Schmidt; GOMES, Marleide da Mota. Sono no envelhecimento normal e patológico: aspectos clínicos e fisiopatológicos. Rev Bras Neurol, v. 47, n. 1, p. 31-42, 2011.

CORRÊA, Karina et al. Qualidade do sono em pacientes idosos com patologias vasculares periféricas. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 2008.

GONÇALVES, Daianne et al. Avaliação das funções cognitivas, qualidade de sono, tempo de reação e risco de quedas em idosos institucionalizados. Estudos Interdisciplinares sobre o envelhecimento, v. 19, n. 1, 2014.

Créditos de imagem:

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