Os cientistas descobriram, associações entre fungos que vivem no intestino e comprometimento cognitivo leve, que podem levar à doença de Alzheimer. Pesquisadores sugerem, que uma dieta cetogênica pode ajudar a prevenir a doença, criando um equilíbrio mais saudável de micro-organismos no intestino.
A Alzheimer’s Association, relata que de 15% à 25% das pessoas com mais de 65 anos, apresentam comprometimento cognitivo leve (CCL), que envolve um declínio na memória e na capacidade de pensar com clareza.
Os médicos não consideram o CCL uma forma de demência, porque as pessoas que a têm são capazes de funcionar relativamente bem e viver de forma independente. No entanto, o CCL está associado a um risco aumentado de doença de Alzheimer, ou outra forma de demência em fases mais tardias da vida.
O desenvolvimento de estratégias preventivas que podem ser iniciadas precocemente é, uma prioridade. Mas, apesar de décadas de pesquisa, nenhuma terapia demonstrou reverter ou prevenir as mudanças cerebrais vistas no Alzheimer.
Uma estratégia potencial que os cientistas começaram a explorar envolve a modificação da dieta para influenciar as comunidades microbianas no intestino.
Existe uma relação íntima entre o microbioma intestinal e o sistema nervoso central com pesquisas recentes sugerindo associações entre comunidades bacterianas específicas e distúrbios neurológicos, incluindo CCL, demência e Alzheimer.
Em um estudo recente, cientistas da Wake Forest School of Medicine, em Winston-Salem, NC, encontraram uma “assinatura” bacteriana intestinal distinta em pessoas com CCL.
Eles também descobriram que uma dieta chamada dieta cetogênica de estilo mediterrâneo modificada alterou as comunidades bacterianas nos intestinos de voluntários e reduziu os biomarcadores da doença de Alzheimer no líquido cefalorraquidiano de portadores de CCL.
Esta dieta contém um número limitado de carboidratos e quantidades aumentadas de gorduras. Estas são principalmente gorduras mono e poli-insaturadas provenientes do azeite e do peixe.
A dieta cetogênica ou “ceto”, contém poucos carboidratos, que o corpo usa como combustível. Quando falta carboidratos, o corpo começa a quebrar suas reservas de gordura para produzir moléculas chamadas cetonas, como uma fonte alternativa de energia.
O mesmo grupo de pesquisadores agora relata associações semelhantes entre as comunidades de fungos no intestino – chamados coletivamente de micobioma – a dieta e o risco de CCL.
Embora não entendamos totalmente como esses fungos contribuem para a doença de Alzheimer, este é o primeiro estudo desse tipo a revelar seu papel na saúde mental, e espera-se que o mesmo acenderá o pensamento da comunidade científica para desenvolver uma melhor compreensão em relação à doença de Alzheimer.
Hábitos alimentares, como uma dieta cetogênica, podem reduzir fungos nocivos no intestino, o que pode ajudar a reduzir os processos cerebrais da doença de Alzheimer.
Fonte:
https://www.thelancet.com/journals/ebiom/article/PIIS2352-3964(20)30326-1/fulltext
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