Catarata é a opacificação do cristalino (lente que, através da sua variação dióptrica, conhecida como acomodação, torna possível visão nítida, para perto, para longe e para todas as distâncias, a acomodação diminui, à medida que envelhecemos) que normalmente é transparente. É a principal causa de perda de visão em pessoas com mais de 40 anos de idade.
A catarata pode se desenvolver em um, ou ambos os olhos. Se ela se desenvolve em ambos os olhos, uma vista vai ser mais gravemente afetada do que a outra. Uma lente normalmente transparente permite que a luz passe para a parte de trás do olho, de modo que o indivíduo consiga ver as imagens bem definidas.
Se uma parte do cristalino se torna opaca, a luz não atravessa facilmente e com isso a visão torna-se embaçada – como olhar através de água turva ou uma janela embaçada. Quanto mais opaca a lente se torna, pior a visão da pessoa será.
A catarata é a principal causa de cegueira no mundo, embora seja passível de recuperação por intervenção cirúrgica relativamente simples e de baixo custo
Existem dois tipos de cataratas:
Catarata relacionada com a idade – ocorre tardiamente sendo a forma mais comum de catarata.
Catarata congênita (mais comum na infância) – pode ocorrer quando o bebê nasce, ou logo após o nascimento. A catarata também pode ser diagnosticada em bebês mais velhos e crianças.
O portador de catarata pode se queixar de dificuldade para ler ou dirigir, principalmente a noite. A catarata geralmente não é dolorosa, sendo a visão de longa distância é a maior queixa dos pacientes.
A catarata se desenvolve lentamente e a maioria das pessoas nem notam sua ocorrência. No entanto, com o passar do tempo a visão fica cada vez mais turva e vai piorando gradualmente. Locais bem iluminados e o uso de lentes corretivas, podem auxiliar na melhora da visão. No entanto, em alguns casos, a deficiência visual afeta a capacidade indivíduo na realização de tarefas diárias. Neste ponto, indica-se a cirurgia. Felizmente, a cirurgia da catarata é geralmente um processo muito eficaz e seguro.
Tanto homens como mulheres são igualmente afetados por esse agravo.
De acordo com um estudo realizado na Inglaterra, cerca de um terço das pessoas com 65 anos ou mais tem catarata em um ou ambos os olhos.
Alguns fatores podem contribuir para o aparecimento de catarata entre eles:
– Idade
– História familiar
– Diabetes
– Exposição à radiação ionizante – pilotos de avião têm um risco aumentado de catarata nuclear em comparação com os não-pilotos, pois o risco está associado com a exposição cumulativa à radiação cósmica.
– Estatinas – pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, na revista Optometry and Vision Science que as pessoas que tomam estatinas têm um maior risco de desenvolver catarata relacionada à idade.
– Exposição a longo prazo à luz do sol.
– O uso prolongado de corticosteróides – muitas pessoas com asma dependem de esteróides inalados, e às vezes orais, como fazem as pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica. Um estudo realizado pelo Centro de Vision Research, da Universidade de Sydney, na Austrália, revelou que o risco de catarata é maior para indivíduos que fazem uso destes medicamentos.
– Inflamação ocular
– Lesão ocular anterior
– A exposição ao chumbo – a exposição ao chumbo vida pode aumentar o risco de desenvolver catarata, de acordo com cientistas do Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental, EUA.
Os sinais e sintomas de catarata incluem:
– Visão embaçada, nublada, ou enevoada..
– A visão pode ser afetada por pequenas manchas ou pontos.
– Visão de pequenas manchas que dificultam partes do campo visual
– A visão piora na luz brilhante
– Algumas pessoas com catarata também comentam que as cores parecem menos claras e desbotadas.
– A leitura torna-se muito difícil e eventualmente, impossível.
– As lentes dos óculos precisam ser alterados com mais frequência.
– Eventualmente, o uso de óculos se torna menos eficaz.
– Em alguns casos raros, os pacientes podem ver um halo ao redor de objetos brilhantes, tais como faróis de carros ou luzes de rua.
A catarata, normalmente, não causa qualquer alteração na aparência do olho. Quaisquer desconfortos, como irritação, dor, coceira ou vermelhidão são provavelmente causado por alguma outra doença ocular.
O diagnóstico de catarata é feito pelo oftalmologista, profissional habilitado para este caso.
Tratamento
Quando a catarata se agrava o único tratamento eficaz é a cirurgia. O especialista irá recomendar a cirurgia se o paciente:
– Está tendo dificuldades para cuidar de si mesmo;
– Não pode dirigir, ou dirigir se torna cada vez mais difícil;
– Tem problemas em sair de casa;
– Tem dificuldade para ver ou reconhecer os rostos das pessoas;
– Tem problemas na execução do trabalho diário;
– Não consegue ler corretamente;
– Não consegue ver televisão.
A recomendação de tratamento cirúrgico para portadores de catarata não está relacionada à idade do paciente e sim ao seu comprometimento visual.
Qualquer portador de catarata poderá ser submetido a cirurgia desde se observe capacidade ocular prejudicada pela doença e que apresente condições de recuperação pós-cirurgia.
Podem ser utilizados vários tipos de lentes de substituição na cirurgia de catarata:
– A lente monofocal – possuem somente um foco de visão, ou seja, para perto ou para longe. Assim, estas lentes diminuem dificuldades de visão específicas como miopia ou hipermetropia.
– Lente multifocal – também, conhecida por progressiva, é muito útil para quem precisa usar mais de um óculos para corrigir a presbiopia e outros problemas de acomodação. Dessa forma, através de dois ou três campos de visão, a pessoa pode enxergar objetos que estão perto, distâncias medianas e longe.
– Lente de acomodação – este tipo de lente é o mais semelhante ao da lente natural, permite que o olho possa focar objetos próximos e distantes.
A operação
O cirurgião oftalmologista faz um pequeno corte na córnea. Em seguida, insere uma sonda através do corte. A sonda usa ultra-som que rompe o cristalino opaco em pedaços muito pequenos que são sugados para fora.
A lente artificial é então inserida através do corte. A lente fica na cápsula do cristalino para ser mantida no lugar – a cápsula do cristalino é como um pequeno bolso. Quando é inserido pela primeira vez a lente é dobrada – ela se desenrola quando em posição.
Todo o processo não deve demorar mais do que cerca de 30 minutos. A maioria dos pacientes vai usar um curativo no para a proteção por um tempo curto.
A cirurgia de catarata é a cirurgia mais realizada na oftalmologia e foi uma das técnicas cirúrgicas que mais evoluiu nas últimas décadas.
A incisão de pequeno tamanho e arquitetura auto selante, geralmente, dispensa a utilização de suturas. Trata-se de um procedimento microscópico de alta complexidade, é muito seguro, porém, como qualquer procedimento invasivo, não é isento de riscos.
A tecnologia atual e a experiência do cirurgião reduzem significativamente esse risco.
A saúde geral e ocular do paciente, bem como sua história familiar, são fatores que influenciam diretamente o resultado cirúrgico. Além disso, é fundamental que o paciente siga as orientações pré e pós operatória de seu oftalmologista para minorar os riscos.
Após a retirada da catarata é inserida uma lente no cristalino do portador, alguns oftalmologistas podem optar por operar apenas um olho ou ambos a depender do caso.
Normalmente, a cirurgia de catarata é realizada sob anestesia local com colírio anestésico e sedação, o que provoca sonolência para dar conforto e diminuir a ansiedade durante o procedimento. Para isso, solicita-se tempo de jejum de 6 horas.
O procedimento é rápido ( 20 – 30 minutos ) e indolor. Após a cirurgia o paciente acorda em poucos minutos sem dor e fica com um curativo transparente.
Os cuidados pós-operatórios incluem o uso dos colírios indicados pelo oftalmologista especializado em cirurgia de catarata ( colírio antibiótico a cada 3 horas e colírio anti-inflamatório a cada 3 horas ); repouso mínimo, que significa não pegar peso, não praticar atividade esportiva; não usar maquiagem por 10 dias; uso de protetor durante o primeiro dia e para dormir durante uma semana.
Espero que tenham gostado deste post e até a próxima.
Fonte:
http://www.medicalnewstoday.com/articles/157510.php
Weiss, Douglas Haeser, et al. “Cirurgia de catarata.” Acta méd.(Porto Alegre)27 (2006): 65-71.
Kara-José, Newton, and Edméa Rita Temporini. “Cirurgia de catarata: o porquê dos excluídos.” (1999).
Domingues, Vinícius Oliveira, et al. “Catarata senil: uma revisão de literatura.” Revista de Medicina e Saúde de Brasília 5.1 (2016).