A demência é um termo coletivo usado para descrever uma série de sintomas associados ao declínio cognitivo, como perda de memória, alteração na linguagem e comportamento.
Você sabia que:
- Há cerca de 47,5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo.
- Um novo caso de demência é diagnosticado a cada 4 segundos.
- A demência afeta principalmente pessoas mais velhas, mas não é um fato normal do envelhecimento.
A demência não é uma doença isolada, mas um termo geral para descrever sintomas de comprometimento de memória, comunicação e pensamento.
As deficiências cognitivas leves, como perda de memória de curto prazo, podem ocorrer normalmente no processo de envelhecimento. Isso é conhecido como declínio cognitivo relacionado à idade em vez de demência porque não causa problemas significativos, pois para ser demência, deve afetar a capacidade em realizar atividades da vida diária (AVDs) – atividades como, comer sozinho, tomar banho sozinho, ou seja, a capacidade de auto cuidado.
Uma análise do censo mais recente estima que mais de 4,7 milhões de pessoas com 65 anos ou mais nos Estados Unidos viviam com a doença de Alzheimer e a Alzheimer’s Association estima que:
- Um pouco mais de um décimo das pessoas com 65 anos ou mais tem doença de Alzheimer.
- Essa proporção aumenta 30% nas pessoas com idade igual ou superior a 85 anos.
- A doença de Alzheimer representa 60-80%de todos os casos de demência.
As demências podem ser causadas por morte celular cerebral e doença neurodegenerativa – morte progressiva de neurônios (células cerebrais) que acontece ao longo do tempo – que está associada à maioria das demências.
No entanto, não se sabe se a demência causa a morte dos neurônios, ou a morte das células cerebrais causam a demência.
Entretanto a demência não é causada somente por morte progressiva de neurônios, pode ocorrer também devido a processos infecciosos, traumas, acidentes vascular encefálicos, entre outros.
Algumas causas de Demência
- Demência vascular (também chamada de demência por múltiplos infartos)– resultante da morte celular cerebral causada por condições como doença cerebrovascular , como o acidente vascular cerebral. Este tipo de agravo evita o fluxo sanguíneo normal, privando células cerebrais de oxigênio.
- Lesão– a demência pós-traumática está diretamente relacionada à morte de células cerebrais por lesão.
Alguns tipos de lesões cerebrais traumáticas em especial as repetitivas, como as recebidas por jogadores esportivos – foram ligadas a certas demências que aparecem mais tardiamente. A evidência é fraca, no entanto, que uma única lesão cerebral aumenta a probabilidade de ter uma demência degenerativa, como a doença de Alzheimer.
Doenças Prionica – por exemplo, como a DCJ (doença de Creutzfeldt-Jakob).
- Infecção por HIV– como o vírus danifica células cerebrais ainda é um fato desconhecido, mas sabe-se que isto pode ocorrer.
- Fatores reversíveis– algumas demências podem ser tratadas ao reverter os efeitos das causas subjacentes como o delirium, demência causada por uso de medicamentos que imitam os sintomas de demência, deficiência de vitaminas (B12), e distúrbios metabólicos.
Demências degenerativas
- A doença de Alzheimer é caracterizada pela presença de placas senis entre as células nervosas e emaranhados neurofibrilares no interior dos neurônios (ambas são devidas a anormalidades proteicas). O tecido cerebral em uma pessoa com Alzheimer tem progressivamente menos células nervosas e conexões, o cérebro encolhe devido morte neuronal.
- A demência com corpos de Lewy é uma condição neurodegenerativa ligada a estruturas anormais no cérebro. As alterações cerebrais envolvem uma proteína chamada alfa sinucleina que dá origem aos corpos de Lewy – Esta doença matou o ator Robin Willians.
- A demência mista refere-se a um diagnóstico de dois ou três tipos de demências que ocorrem juntas. Por exemplo, uma pessoa pode mostrar tanto a doença de Alzheimer quanto a demência vascular ao mesmo tempo.
- Doença de Parkinson- também determinada pela presença de corpos de Lewy (neste casos as lesões ficam em uma área específica do cérebro, diferente da demência de Lewy onde estes corpos se espelham por todo o córtex cerebral. Embora o Parkinson seja frequentemente considerado uma desordem do movimento (devido a falta de dopamina), as pessoas com Parkinson também podem desenvolver sintomas de demência.
- Demência fronto temporal (também conhecida como doença de Pick)
- Hidrocefalia de pressão normal (quando o excesso de líquido cefalorraquidiano se acumula no cérebro).
- Síndrome de Down (aumenta o risco de desenvolver a doença de Alzheimer).
Sinais e sintomas mais comuns de demência:
- Perda de memória recente– pode ser um sinal quando o portador começa a fazer mesma pergunta repetidamente.
- Dificuldade em completar tarefas familiares– por exemplo, fazer uma bebida ou cozinhar uma refeição.
- Problemas de comunicação– dificuldade com a linguagem; esquecendo palavras simples ou usando as erradas.
- Desorientação visuo espacial– perdendo-se em locais conhecidos.
- Problemas com o pensamento abstrato– por exemplo, lidar com o dinheiro.
- Desajustando coisas– esquecendo a localização de itens comuns, como chaves ou carteiras, por exemplo.
- Mudanças de humor– mudanças repentinas e inexplicadas na perspectiva ou disposição.
- Mudança de personalidade– demonstrando-se irritado, agressivo, mania de perseguição, pensamentos bizarros. .
- Perda de iniciativa– mostrando menos interesse em começar algo ou em algum lugar.
À medida que o paciente envelhece, os sintomas de demência tardia tendem a piorar.
Diagnosticando a demência
O diagnóstico das demências é essencialmente clínico, os exames laboratoriais e de imagem são solicitados para excluir causas tratáveis. Recomenda-se o uso de testes cognitivos à fim de identificar alterações
Testes de demência cognitiva
Os testes de demência cognitiva de hoje são amplamente utilizados e foram verificados como uma maneira confiável de identificar demência. Entre eles destacam-se o mini-exame de estado mental MEEM é um teste cognitivo que mede:
- orientação para hora e local
- recordação de palavras
- habilidades de linguagem
- atenção e cálculo
- habilidades visuoespaciais
O MMSE é usado para ajudar a diagnosticar a demência causada pela doença de Alzheimer e também avaliar sua gravidade e se o tratamento com drogas é necessário.
Utiliza-se também as escala de Katz e Lawton e Brody, para avaliar as atividades da vida diária (AVDs) e a escala de Yesavage para excluir depressão.
Tratamentos da demência
A morte das células cerebrais não podem ser revertidam, então não existe uma cura conhecida para a demência degenerativa. A gestão dos sinais e sintomas é o foco do tratamento que visa fornecer cuidados e tratar sintomas ao invés de sua causa subjacente.
Se os sintomas de demência são devidos a uma causa reversível e não degenerativa, no entanto, o tratamento pode ser possível para prevenir ou interromper os danos nos tecidos cerebrais. Exemplos incluem lesões, efeitos de medicação e deficiência de vitaminas.
Os sintomas da doença de Alzheimer podem ser reduzidos por alguns medicamentos. Existem quatro medicamentos, chamados inibidores da colinesterase, aprovados:
- donepezil (nome da marca Aricept)
- alantamina (Reminyl)
- rivastigmina (Exelon)
Um tipo diferente de fármaco, memantina (Namenda), um antagonista do receptor NMDA, também pode ser usado, sozinho ou em combinação com um inibidor da colinesterase.
Os inibidores da colinesterase também podem ajudar com os elementos comportamentais da doença de Parkinson.
Outros cuidados são indicados para melhorar a qualidade de vida entre eles:
Exercícios cerebrais são úteis pois objetivam ajudar a melhorar o funcionamento cognitivo e a lidar com o esquecimento nos estágios iniciais da doença de Alzheimer. Isso pode envolver o uso de mnemônicos e outros dispositivos de memória, como dispositivos de recuperação computadorizados.
Fatores associados às demências:
Certos fatores de risco são conhecidos por estarem associados à demência. No entanto, a idade é o mais importante fator de risco. Outros fatores de risco modificáveis incluem:
- – tabagismo e consumo de álcool;
- – aterosclerose (doença cardiovascular que causa que as artérias se estreitam);
- – colesterol alto;
- – níveis sanguíneos acima da média de homocisteína (um tipo de aminoácido);
- – diabetes.
As demências degenerativas não tem cura, mas o portador pode ter mantida sua qualidade de vida com apoio da família e comunidade nos estágios iniciais e a medida que os sintomas se agravam, conhecer um pouco mais sobre isso pode ajudar familiares e amigos a lidar com este agravo.
Fonte:
MARRA, Taís Almeida et al. Avaliação das atividades de vida diária de idosos com diferentes níveis de demência. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 11, n. 4, 2007.
GARRIDO, Regiane; MENEZES, Paulo R. Impacto em cuidadores de idosos com demência atendidos em um serviço psicogeriátrico. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 6, p. 835-841, 2004.
MARRA, Taís Almeida et al. Avaliação das atividades de vida diária de idosos com diferentes níveis de demência. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 11, n. 4, 2007.
BUSTAMANTE, Sonia E. Zevallos et al. Instrumentos combinados na avaliação de demência em idosos: resultados preliminares. Arq Neuropsiquiatr, v. 61, n. 3A, p. 601-6, 2003.
Créditos Imagem:
<a href=”http://www.freepik.com/free-photos-vectors/business”>Business image created by Katemangostar – Freepik.com</a>