A dieta cetogênica é utlizada quando para a quantidade de carboidratos, tanto quanto possível, aumentando a quantidade de gordura. Acredita-se que essa dieta tem poder terapêutico e sua composição é rica em lipídeos, moderada em proteínas e pobre em carboidratos. Há uma substituição dos carboidratos por lipídeos que provém uma fonte energética alternativa para o cérebro, as cetonas, e diminui-se levemente a quantidade de proteínas.
Além de seus benefícios relacionados à perda de peso, estudos recentes apontaram muitas outras vantagens. Pesquisas sugerem que a dieta pode aumentar a longevidade e melhorar a memória na velhice.
Outros estudos descreveram os benefícios no sistema neurológico no uso da dieta. A dieta cetônica é usada para tratar epilepsia e alguns sugerem que ela pode ser útil na doença de Alzheimer e Parkinson.
No entanto, o mecanismo pelo qual uma dieta cetogênica pode beneficiar o cérebro nessas doenças tem sido um mistério. Uma nova pesquisa – liderada pelo Dr. Raymond Swanson, professor de neurologia na Universidade da Califórnia, em San Francisco – sugere que isso pode ocorrer pela redução da inflamação cerebral.
Neste estudo os pesquisadores demostram o processo molecular pelo qual a dieta ceto reduz a inflamação do cérebro. Os pesquisadores também identificaram uma proteína chave que, se bloqueada, poderia criar os efeitos de uma dieta cetônica.
Isso significa que uma droga pode ser projetada para reduzir a inflamação cerebral em pacientes que não podem seguir uma dieta cetônica por outras razões de saúde.
Um estado cetogênico reduz a inflamação cerebral
Uma dieta cetônica altera o metabolismo e a maneira pelo qual o corpo processa energia. Em uma dieta cetônica, o corpo é privado de glicose derivada de carboidratos, e começa a usar a gordura como fonte alternativa de energia.
No novo estudo, Swanson e seus colegas recriaram esse efeito usando uma molécula chamada 2-desoxiglucose (2DG).
A molécula 2DG impediu a metabolização da glicose e criou um estado cetogênico em roedores com inflamação cerebral e em culturas celulares. Observou-se que s níveis de inflamação cerebral foram drasticamente reduzidos – quase a níveis saudáveis - como resultado.
As implicações clínicas do estudo mostram que é possível obter o efeito anti-inflamatório de uma dieta cetogênica sem realmente ser cetogênico, através da criação de um medicamento, que possa imitar os efeitos da dieta cetogênica.
As descobertas podem se aplicar a outras condições caracterizadas por inflamação. Na diabetes por exemplo, o excesso de glicose produz uma resposta inflamatória, e os novos resultados podem ser usados para controlar essa dinâmica.
Os pesquisadores pretendem se aprofundar neste estudo afim de identificar outros benefícios para o cérebro da dieta cetogêncica.
Fonte:
https://www.medicalnewstoday.com/articles/319549.php
PEREIRA, Érica Silva et al. Dieta cetogênica: como o uso de uma dieta pode interferir em mecanismos neuropatológicos. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v. 9, n. 1, p. 78-82, 2010.
SILVA, Flávia Moraes et al. Papel do índice glicêmico e da carga glicêmica na prevenção e no controle metabólico de pacientes com diabetes melito tipo 2. Arquivos brasileiros de endocrinologia & metabologia= Brazilian archives of endocrinology and metabolism. São Paulo. Vol. 53, n. 5 (jul. 2009), p. 560-571, 2009.
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