À medida que envelhecemos, vemos nossa vida e rotina se modificar. Por exemplo, vemos amigos e parentes partindo e muitas vezes a saída de mercado de trabalho e a perda de nosso papel na sociedade.
De acordo com um novo estudo publicado no Journal of Clinical Psychiatry, enfrentar essas mudanças, desperta a necessidade de encontrar sentido na vida.
O estudo, realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, encontra uma ligação entre ter um senso de significado de vida e um funcionamento físico, mental e cognitivo positivo.
De acordo com o estudo, encontrar significado na vida nos torna mais felizes e saudáveis.
Embora a busca por significado na vida, possa estar em nossa mente em vários momentos de nossa existência, o estudo sugere, que quando estamos próximos de familiares, amigos e ativos em nosso papel social (produtivos) o medo da velhice, tende a desaparecer.
Na juventude, aos 20 anos, não temos certeza ainda sobre que carreira seguir, quem será nosso parceiro de vida e quem somos como pessoa, estamos procurando um significado na vida.
Entretanto com o passar dos anos, aos 30, 40 e 50 anos, ao termos relacionamento estabelecido, talvez casados e com uma família, e uma carreira estabilizada, a busca pelo sentido da vida diminui pois ela passa a ter um significado.
Porém, depois dos 60 anos, as coisas começam a mudar. Nos aposentamos de nosso emprego e e algumas pessoas começam a sofrer crises de identidade, buscam se reencontrar. À medida que envelhecemos, parece haver uma necessidade premente de saber o que deveríamos estar fazendo – e o que deveríamos estar sentindo – em nosso tempo restante.
Para muitas pessoas, encontrar significado na vida se torna um pré-requisito para um final feliz na história de vida. Sem ele, sugere o estudo, os anos em declínio e as dificuldades que eles podem envolver podem ser dominados pelo estresse e levar a consequências físicas.
No estudo em questão, os pesquisadores traçaram correlações entre 1.042 indivíduos que participaram de uma avaliação bem-sucedida acerca do envelhecimento, de janeiro de 2013 a junho de 2014.
Os participantes eram residentes de uma comunidade no Condado de San Diego, CA, com idades entre 21 e 100 anos ou mais.
Os pesquisadores realizaram três avaliações:
- “Um Questionário sobre o significado da vida” capturou o relacionamento atual de cada participante com o significado, categorizado como “Pesquisa” ou “Presença”. A equipe pediu aos participantes que se identificassem com declarações diferentes, como “Estou buscando um propósito ou missão para minha vida” ou “Descobri um propósito de vida satisfatório”.
- Cada participante relatou sua condição física e estado mental.
- Cada participante participou de uma entrevista por telefone como forma de avaliar seu status cognitivo.
O que o estudo encontrou
Em termos de busca de significado versus aquisição, os dados mostraram uma relação inversa impressionante entre os dois aos 60 anos: “Presença” atingiu seu nível mais alto nessa idade, enquanto “Busca” atingiu seu nível mais baixo.
Isso sugere que, para muitas pessoas, não havia mais necessidade de continuar buscando significado naquele momento; eles o encontraram quando completaram 60 anos.
Usando modelos estatísticos, os pesquisadores descobriram que a condição física se correlacionava negativamente com a idade avançada, mas positivamente com a presença. De fato, a correlação cresceu ainda mais além dos 60 anos.
O bem-estar mental foi associado positivamente ao envelhecimento e à presença, mas negativamente à pesquisa. A função cognitiva estava ligada negativamente ao avanço da idade e da pesquisa.
A conclusão do estudo é que encontrar significado na vida constitui uma estratégia sólida para viver de forma plena a maturidade – em parte porque apoia a preservação do bem-estar físico e mental de uma pessoa.
As ciências médicas estão começando a reconhecer que o significado na vida é um fator clinicamente relevante e potencialmente modificável, que pode ser direcionado para melhorar o bem-estar e o a saúde das pessoas.
Fonte:
https://www.medicalnewstoday.com/articles/327345.php#1