O mirtilo, ou Blueberry, é uma fruta popular que pode ser adicionada aos cereais, saladas e sobremesas ou servido como um doce ou geleia.
Essa fruta também e conhecida como um “superalimento”, que contém uma grande variedade de nutrientes que oferecem proteção contra doenças como câncer e doenças cardíacas.
O Mirtilo é uma fruto silvestre muito comum nos Estados Unidos e Europa, pequeno no tamanho, de aspecto carnoso e com várias sementes, tem um sabor agridoce e de cor azul escura.
Agora, os pesquisadores acreditam que eles podem ter um papel importante na luta contra a doença de Alzheimer.
O pesquisador Robert Krikorian autor do estudo, apresentará os resultados – conduzidos pela equipe da Universidade de Cincinnati Academic Health Center, em Ohio – no Encontro Nacional 251 & Exposition of the American Chemical Society (ACS).
“Nossos novos achados corroboram com estudos prévios em animais e humanos preliminares, que reforçam a noção de que a fruta blueberry pode trazer benefício real para melhorar a memória e a função cognitiva em pessoas idosas “, afirma Krikorian.
A coloração azul profundo do mirtilo se dá devido a compostos chamados antocianinas, que são encontrados em outras frutas e legumes, com cores semelhantes, como Cranberrys repolho roxo e berinjelas.
Pesquisas anteriores, já haviam atribuído proteção contra doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas e algumas formas de câncer.
Esta fruta é rica em antocianinas, que lhes conferem níveis elevados de antioxidantes, segundo os pesquisadores esta substância está por trás dos efeitos benéficos do mirtilo de acordo com o estudo.
De acordo com a Associação de Alzheimer, em 2015 esta doença atingiu, 5,3 milhões de americanos, é uma doença neurológica que provoca a morte de células cerebrais levando a perda de memória e declínio cognitivo. Dessas pessoas, estima-se que 5,1 milhões tenham 65 anos ou mais.
Como a proporção da população dos EUA com idade acima de 65 anos aumenta cada vez mais, é esperado que a prevalência da doença de Alzheimer se eleve também. De acordo com Associação de Alzheimer até 2025, o número de pessoas nessa faixa etária com a doença vai aumentar em 40%, ou seja, 7,1 milhões de pessoas.
Os ensaios clínicos prévios realizados por Krikorian e equipe indicaram que Blueberrys poderiam ter um efeito sobre o início dos sintomas da doença de Alzheimer. Para isso foram feitos dois estudos.
No primeiro estudo ouve uma melhora na função cerebral e cognitiva nos indivíduos que fizeram uso constante de mirtilo em pó.
Um dos estudos acompanhou 47 adultos com transtorno cognitivo leve com idades acima de 68 anos que foram divididos em dois grupos . Um grupo recebeu uma porção de pó de mirtilo liofilizado – o equivalente a uma porção de mirtilos frescos – e o outro grupo recebeu um pó placebo, uma vez ao dia por de 16 semanas.
Krikorian relata que aqueles que tiveram utilizaram o pó de mirtilo demonstraram uma melhora tanto na função de desempenho cerebral quanto na cognitiva em comparação com aqueles que receberam o placebo.
“O grupo que usou o mirtilo demonstrou melhora da memória e melhor acesso a palavras e conceitos”, afirma. A ressonância magnética funcional (RNMF) também indicou que este grupo apresentou aumento da atividade cerebral.
No entanto o segundo estudo foi menos conclusivo. Um total de 94 pessoas com idades entre 62 e 80 anos com relatos de declínio de memória a amostra foi dividida em quatro grupos de tratamento. Um grupo recebeu mirtilo em pó , outro grupo óleo de peixe (ómega-3), o terceiro uma combinação de óleo de peixe e mirtilo em pó, e o quarto um placebo.
Neste segundo estudo a cognição foi um pouco melhor para aqueles que fizeram uso de mirtilo em pó com óleo de peixe.
Saiba mais sobre os mirtilos:
– Uma porção de mirtilos contém 24% da recomendação diária de vitamina C para um adulto, 5% de vitamina B6 e 36% da vitamina K. A porção diária recomendada é de 30 a 50 gramas;
– Uma porção de mirtilos também contém 3,6 gramas de fibra;
– Tem um alto poder antioxidante;
– Reduz o colesterol e auxilia no tratamento da hipertensão arterial, diminuindo os valores pressóricos;
– Melhora a visão noturna e reduz a vista cansada;
– Melhora a circulação sanguínea e tem poder antinflamatório é muito utilizado para infecções urinárias;
– Melhora o sistema imunológico, tornando o organismo mais resistente à infecções ;
– Reduz o açúcar no sangue.
Os resultados do estudo dão início a uma base para futuras pesquisas a partir do qual a equipe espera determinar se Blueberrys podem oferecer proteção contra o aparecimento de sintomas de Alzheimer. Embora promissor, os resultados do estudo indicam que mais pesquisas serão necessárias.
No momento, a equipe está com o objetivo de realizar um estudo com participantes com idades entre 50-65, incluindo um número de pessoas consideradas em risco de desenvolver a doença de Alzheimer – indivíduos obesos, hipertensos ou níveis elevados de colesterol.