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Neurônios podem se formar mesmo em fases tardias da vida – Diz estudo recente

Por anos, cientistas acreditaram que os neurônios do hipocampo, deixavam de ser formados ao atingir a maturidade.  Mas, um novo estudo derrubou dramaticamente essa crença.

Por anos, cientistas acreditaram que os neurônios do hipocampo, deixavam de ser formados ao atingir a maturidade.  Mas, um novo estudo derrubou dramaticamente essa crença.

À medida que a população de idosos aumenta, entender como o cérebro reage a este fato está se tornando cada vez mais importante.

De particular interesse muitas pesquisas relacionadas aos neurônios, com a descoberta da neurogênese (capacidade do cérebro de formar novos neurônios), no hipocampo que  é uma região do cérebro responsável por armazenar temporariamente a memória, principalmente a de longo prazo. A formação de novos neurônios nessa região melhora a capacidade de relacionar memórias passadas com os acontecimentos do presente. Ou seja, a neurogênese, compensa a morte de alguns neurônios. Este processo é importante na manutenção da vida, na capacidade do cérebro de se adaptar a novas experiências.

No entanto, alguns fatores podem diminuir o surgimento de novos neurônios, como o estresse, sedentarismo e dormir pouco.

Se o hipocampo se degenera, haverá prejuízo na memória e na capacidade em aprender coisas novas.

Quando isso ocorre, uma parte do hipocampo chamada de giro dentado, particularmente importante para a formação de novas memórias, encolhe em volume. Há algum tempo, os cientistas acreditam que isso também ocorre nos seres humanos

Com o passar dos anos, acreditava-se que a neurogênese no hipocampo cessasse com o avançar da idade, pois em cobaias roedores e primatas a capacidade de formação de novos neurônios diminuía com a idade. Em meados do século XX cientistas descobriram que estes processo continuava na fase adulta.

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Columbia e do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova York, realizaram um experimento na esperança de chegar a uma conclusão definitiva acerca da neurogênese em idosos.

Estudos anteriores exploraram o volume do hipocampo em indivíduos mais velhos, mas os resultados foram dificultados por  técnicas utilizadas para medir com precisão partes do cérebro que utilizavam tecnologia de escaneamento.

Para contornar essas questões, os pesquisadores inspecionaram todo o hipocampo autopsiado de 28 homens e mulheres, todos com idade entre 14 e 79 anos, que morreram subitamente. Nenhum dos indivíduos apresentavam problemas de saúde a longo prazo ou défices cognitivos, e nenhum deles sofreu um acontecimento estressante nos últimos 3 meses de vida.

A equipe garantiu, que nenhum dos indivíduos tivesse sido diagnosticado com depressão ou estivesse fazendo uso de medicação, um detalhe importante neste estudo, pois em pesquisas anteriores dos mesmos cientistas demonstraram que os antidepressivos afetavam negativamente a neurogênese.

Este estudo foi o primeiro a avaliar o número de “neurônios recém-formados” e vasos sanguíneos em todo o hipocampo humano após a morte. Os resultados foram publicados na revista Cell Stem Cell.

Surpreendentemente, os cientistas descobriram que homens e mulheres mais velhos podem gerar o mesmo nível de novas células cerebrais que os mais jovens.

Descobriu-se que idosos têm capacidade similar de produzir milhares de novos neurônios do hipocampo a partir de células progenitoras como os mais jovens. Também encontraram volumes equivalentes do hipocampo.

Mesmo os cérebros de pessoas muito idosas, na oitava década de vida, ainda estavam produzindo novas células cerebrais. Os autores do estudo encontraram  números semelhantes de progenitores neurais intermediários e milhares de neurônios imaturos.

Além da neurogênese

No entanto, alguns déficits neuronais foram detectados, pois diferentes indivíduos possuem vascularização e habilidades diferentes na produção de novos neurônios e para fazer conexões.

Ou seja, alguns idosos tinham menos vasos sanguíneos e um suprimento reduzido de células progenitoras – semelhantes a células tronco.

Os autores acreditam que este pool reduzido de células progenitoras pode desempenhar um papel na explicação da queda na resiliência cognitivo-emocional em indivíduos mais velhos. Além disso, a redução dos vasos sanguíneos e a diminuição da interação célula a célula no hipocampo também poderiam resultar em desaceleração cognitiva.

Resumindo, as células do cérebro no hipocampo continuam a ser produzidas mesmo em idades avançada vida, no entanto essas células estão menos conectadas e têm uma oferta reduzida de oxigênio e nutrientes.

O responsável pela pesquisa, quer continuar investigando como a neurogênese do hipocampo é afetada por outros fatores, como fatores de transcrição, hormônios e outras vias bioquímicas.

Fonte:

https://www.medicalnewstoday.com/articles/321416.php

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