Duas empresas australianas estão utilizando a realidade virtual no tratamento de demências. De acordo com dados atuais neste país mais de 353.800 indivíduos vivem com sintomas de demência, de acordo com o Instituto Australiano de Estatística e Bem-Estar, que calcula que este número aumente para 500 mil em cinco anos.
Acredita-se que a demência é a segunda causa de morte na Austrália, e dependendo do tipo de demência, o tratamento apenas auxilia na melhora dos sintomas, pois no caso de algumas demências degenerativas não retardam a progressão da doença.
No entanto, até a cura ser encontrada, o cuidado, atenção e apoio a estes pacientes, familiares e cuidadores podem melhorar a qualidade de vida e a sobrevida dos mesmos e, é aqui que a realidade virtual (RV) pode auxiliar.
A RV, já está sendo utilizada em outras páreas da saúde como na cirurgia robótica, treinamento e capacitação de profissionais de saúde, tratamentos de fobias e como ferramenta diagnóstica.
Para o portador de demência, a RV pode melhorar a memória e desencadear emoções positivas, mesmo para indivíduos com quadro mais avançado de demência.
Existem empresas especializadas em RV, onde são feitos passeios virtuais, apresentação e fotografias e vídeos com imagens em 360 graus.
As empresas que fornecem a RV oferecem cinco variedades de vídeos, onde o aparelho pode apresentar cenários com temas aquáticos, viagens, aventuras, animais e relaxamento.
O usuário começa, então, a vivenciar uma experiência gerada por um computador que fica de frente a uma parede com cinco pinturas, cada uma refletindo uma RV. Quando o usuário olha para a pintura, tem início um vídeo de 360 graus direcionado ao tema da pintura.
Os empresários que oferecem este serviço descobriram que é possível sincronizar um tablet com fone de ouvido, para que o profissional de saúde possa ver o que o paciente está experimentando em tempo real.
Um dos efeitos positivos no uso do aparelho é que ao visualizar os vídeos da VR, pode se perceber se o paciente fica entediado ou apresenta comportamento repetitivo.
O aparelho, também, pode provocar sensações de alegria, tristeza, saudades e satisfação nas apresentações. Os pacientes, na maioria dos casos, vivem estas experiencias com a realidade virtual.
Palavras como “belo”, “paraíso” e “jardim”, costumam ser utilizadas em todas as apresentações, que são feitas em casas de repouso na Austrália.
No entanto, algumas instituições são muito cautelosas no uso desta nova tecnologia, pois de acordo com os idealizadores do projeto, no início as instituições demonstraram um pouco intimidadas com a ideia, mas depois que se acostumam com a RV passaram a adorar.
O resultado da RV no tratamento de demências é que o paciente apresenta melhora do senso crítico, da consciência e da empatia, o que pode melhorar a compreensão do indivíduo que convive com a doença.
Espera-se que num futuro próximo um idoso possa se conectar com seus netos e quem sabe juntos fazerem uma viagem virtual, e no caso do portador de demência, melhorar a memória, através da evocação de lembranças agradáveis.
Espero que tenham gostado deste post e fiquem em paz.
Fonte:
http://www.techrepublic.com/article/how-virtual-reality-is-transforming-dementia-care-in-australia/