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Ai que tristeza… Será que é depressão???

Neste post irei falar sobre um tema muito comum na atualidade, mas pouco discutido em nossa sociedade.

É um distúrbio muitas vezes sub diagnosticado e, as vezes confundido com outras patologias.

E, geralmente, seus portadores desconhecem os sintomas ou até mesmo sentem vergonha de relatar sua ocorrência a seus familiares, amigos e profissionais de saúde.

Este tema é a DEPRESSÃO.

O termo depressão, na linguagem corrente, tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal relacionado tristeza profunda, quanto um sintoma, uma síndrome ou várias doenças que se relacionam a ela.

Enquanto sintoma, a depressão pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, entre outros.

Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a fatores sociais e econômicos adversos.

E, no envelhecimento o excesso de perdas contribui para sua ocorrência, como a perda da funcionalidade, de entes queridos, do papel social e econômico que acompanham a aposentadoria, o abandono, o isolamento social, a incapacidade e em alguns casos a presença de patologias pode ser propícia para o aparecimento desta doença.

É pessoal… Depressão é uma doença!!!

E, está relacionada ao humor, ou melhor, a falta dele.

Entretanto, ela tem tratamento e cura, ou seja, se você for diagnosticado e tratado precocemente de forma assertiva provavelmente terá uma vida plena sem as complicações decorrentes da sua ocorrência.

No entanto, devemos nos atentar que a depressão não tratada, aumenta o risco de morbidade clínica (risco de adquirir outras doenças associadas) e de mortalidade (risco de morrer devido a sua evolução), principalmente em idosos hospitalizados com algum tipo de enfermidade.

As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de um conjunto amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e abandono, e doenças incapacitantes, entre outros.

Cabe ressaltar que a depressão no idoso frequentemente surge em um contexto de perda da qualidade de vida associada ao isolamento social e ao surgimento de doenças clínicas graves.

Mas quais são as causas da depressão?
Será que eu corro o risco de ficar deprimido?
Será que eu tenho depressão?

Bom pessoal, as causas da depressão podem ser várias, quando mais jovens geralmente tem origem genética (herdamos de nossos ancestrais), ou desregulação de alguns neurotransmissores que citarei adiante, também pode ser desencadeada por eventos estressantes, uso de alguns medicamentos, abuso de álcool e drogas e doenças crônicas.

Nos indivíduos mais maduros, geralmente, está associada as perdas relacionadas ao processo de envelhecimento e a diminuição de neurotransmissores (substancias químicas presentes nas nossas células nervosas que permitem a comunicação entre eles e mantém nossa mente em equilíbrio).

Principalmente, dois neurotransmissores: o primeiro relacionado a regulação do sono, no combate a depressão e saciedade, e é uma substancia química também chamada de droga do humor, a serotonina (na depressão a transmissão de serotonina não é satisfatória), e o segundo neurotransmissor é a endorfina, relacionada ao bem estar.

No entanto, alterações químicas a parte, a depressão também esta vinculada à forma como encaramos nossos problemas, ou seja, o dia a dia de todos nós e que sempre vem acompanhado de desafios diários, que requerem enfrentamentos, mas, infelizmente, muitas vezes não nos encontramos preparados para enfrentar, e quando envelhecemos parece que fica mais difícil encarar os desafios.

Porém, algumas ações simples podem nos ajudar enfrentar esta doença terrível que corrói nossa alma e nosso corpo, chamada Depressão.

Mas de que forma podemos reconhecer os sinais da depressão?

Bem, geralmente se portador apresenta sintomas bem característicos como:

– Humor deprimido que se apresenta pela sensação de tristeza profunda, sentimento de culpa e autodesvalorização, a vida parece em branco e preto, sente-se que perdeu a capacidade de sentir alegria ou prazer na vida, quer ficar quieto, isolado, calado e sozinho.

– Alteração do padrão do sono que se caracteriza pelo sono excessivo ou a falta dele, muitas ficar acordado alguns trocam o dia pela noite;

– Fadiga e sensação de perda de energia, onde o indivíduo relata cansaço extremo e até as tarefas mais simples requerem um esforço muito grande;

– Diminuição da capacidade de pensar, tomar decisões e de se concentrar, e muitas vezes dificuldade em encontra palavras adequadas para forma uma frase (o que muitas vezes pode ser confundido al;gumas demências), o curso do pensamento pode ser lento e o rendimento das atividades acaba caindo.

– Alterações do apetite como a perda dele ou o excesso neste caso se caracterizam pelo consumo excessivo de doces;

– Redução do interesse sexual, pois o indivíduo quer ficar quieto isolado o que muitas vezes não é compreendido pelo parceiro;

– Crises de choro geralmente causados pela tristeza profunda e por fim em alguns casos graves ideação suicida.

No entanto, a presença de um ou outro sintoma associado não quer dizer que seja portador de depressão.

A doença depressão é uma síndrome, o que significa que para que seja diagnosticada é necessário a presença de mais de 4 sintomas citados onde o humor deprimido deve estar presente sempre.

Muitas vezes a presença de algum sintoma acima descrito pode ter como origem a perda de alguém ou algo, que neste caso é um estado passageiro e com o tempo acabamos nos adaptando a situação.

Mas, é importante salientar se você acha que está com depressão procure um profissional de saúde habilitado, ele irá lhe ajudar, pois existem instrumentos que avaliam a presença desta doença, bem como durante a consulta o profissional irá identificar se os sintomas estão compatíveis com quadro de depressão.

Entretanto, não esqueçam que a depressão tem cura e seu tratamento pode ser feito através da psicoterapia, com drogas que auxiliam na reposição dos neurotransmissores, que podem melhorar seu humor e você pode voltar a ter qualidade de vida.

Não desista, busque ajuda você consegue, seja feliz ou pelo menos tente. Esse é o meu conselho.

Para saber mais sobre o tratamento para depressão, quais são os medicamentos atualmente utilizados, como eles agem e quais os seus efeitos colaterais, clique aqui.

Referencias:

ABELHA L. Depressão, uma questão de saúde pública. Cad. Saúde Colet., 2014, Rio de Janeiro, 22 (3): 223.

M L da SILVA, DANNYELLE, C. et al. “DEPRESSÃO EM IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE.” 2º Congresso Paranaense de Saúde Pública. 2014.

LEITE, V M M et al. Depressão e envelhecimento: estudo nos participantes do Programa Universidade Aberta à Terceira Idade. Rev. bras. saúde matern. infant, v. 6, n. 1, p. 31-38, 2006.

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