Um dos maiores estudos genéticos da doença de Alzheimer realizados até hoje, até hoje descobriu que um uma série de variantes genéticas aumentam o risco de algumas pessoas desenvolverem demência e doença cardiovascular. Os resultados deste estudo, sugerem que, podemos ser capazes de redirecionar algumas drogas cardiovasculares para prevenir ou tratar a doença de Alzheimer.
A doença de Alzheimer afeta um grande número de idosos em todo o mundo. Atualmente, cerca de 5,7 milhões de americanos estão vivendo com essa condição, e os especialistas acreditam que esse número atinja quase 14 milhões nas próximas quatro décadas.
Dessa forma, identificando a causa da doença de Alzheimer podemos nos aproximar cada vez mais da cura deste mal.
Essa doença neurodegenerativa tem um forte componente genético em sua ocorrência. O indivíduo com uma cópia da variante do gene APOE4 (Apolipoproteína do tipo E) tem duas vezes mais probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer do que o indivíduo que não possue, e aquele que tiver duas cópias pode aumentar o risco em até 12 vezes de desenvolver a doença.
Este gene codifica uma proteína chamada apolipoproteína E. Em combinação com gorduras, ou lipídios, essa proteína forma um tipo de molécula chamada lipoproteína.
As lipoproteínas desempenham um papel importante no transporte de colesterol e triglicérides na corrente sanguínea, de modo que se acredita que existe uma ligação entre a doença de Alzheimer e o colesterol.
No entanto, novas pesquisas descobriram que outros genes também conectam a doença de Alzheimer com o doença cardiovascular.
Um estudo, publicado na revista Acta Neuropathologica , considerado o maior estudo genético da doença de Alzheimer até hoje analisou”grandes estudos de associação genômica e ferramentas validadas” para examinar o DNA de mais de 1,5 milhão de pessoas.
A equipe examinou as diferenças no DNA de pessoas que tinham fatores de risco para doenças cardíacas como índice massa corporal (IIMC) elevado, diabetes tipo II e altos níveis de triglicérides e colesterol.
Na análise das diferenças foram encontrados 90 pontos no genoma, denominados polimorfismo de nucleotídeo único (SNPs), que demonstraram risco associado de doença de Alzheimer e cardiovascular.
Os cientistas identificaram os 90 SNPs em 19 cromossomos. Seis (6) desses 90 SNPs influenciaram fortemente o risco de doença de Alzheimer e aumentaram os níveis de lipídios (gordura) no sangue – uma descoberta que confirmou os resultados de estudos anteriores.
Alguns dos SNPs que a equipe identificou, estavam em genes que os cientistas não haviam anteriormente associado ao risco de Alzheimer. Estes incluíram vários SNPs na região CELF1 / MTCH2 / SPI1 no cromossomo 11, que estudos anteriores estavam relacionados à imunidade.
Os pesquisadores replicaram suas descobertas, em um grande estudo genético realizado em indivíduos saudáveis. Eles descobriram que os participantes com história familiar de Alzheimer foram mais propensos a ter os genes de risco recém-identificados, mesmo que não apresentassem sintomas.
De acordo com os pesquisadores, os genes que influenciaram o metabolismo lipídico, foram os que também estavam relacionados ao risco de doença de Alzheimer.
No entanto, o mesmo observa que, os genes que contribuem para outros fatores de risco cardiovascular, como índice de massa corporal e diabetes tipo II, não parecem ter relação, para o risco genético da doença de Alzheimer.
Essas descobertas, representam uma oportunidade para considerar a reutilização de drogas, que têm como alvo as vias envolvidas no metabolismo lipídico. Com essas descobertas, os pesquisadores acreditam que podem começar a pensar se algumas dessas drogas podem ser úteis para prevenir ou retardar a doença de Alzheimer.
De acordo com este estudo, as descobertas indicam que manter os níveis de colesterol e triglicérides sob controle poderia ajudar a controlar o risco de Alzheimer em algumas pessoas. No entanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar este fato.
Os pesquisadores enfatizam que há muito a aprender sobre como os genes que conduzem o risco da doença de Alzheimer, pois eles também aumentam o risco de outros problemas de saúde, principalmente de doenças cardiovasculares, e vice-versa.
Fonte:
https://www.medicalnewstoday.com/articles/323765.php
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