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Farmacologia e envelhecimento – Parte I

O assunto deste post é sobre os fármacos e o processo de envelhecimento.

A população idosa tem características singulares, o processo de envelhecimento pode levar a diminuição de algumas funções fundamentais para o metabolismo de drogas, entre eles, o sistema renal e o sistema endócrino, sendo o fígado o órgão mais importante deste sistema para o metabolismo das drogas.

Deve-se atentar que em se tratando de população idosa a eficiência e a toxicidade de um medicamento variam de forma ampla de um indivíduo para outro.

A polifarmácia, ou seja, o excesso de medicamentos aumenta o risco de comprometimento cognitivo – relacionada as funções cerebrais como memória, verbalização e função executiva- na terceira idade e de quedas.

A adesão à um esquema de medicação é na maioria das vezes difícil para alguns idosos em função da deficiência cognitiva, problemas visuais, dificuldades financeiras e esquemas posológicos complicados – a não explicação adequada das drogas em uso ou o excesso de drogas para um mesmo problema.

O idoso apresenta alterações no funcionamento corporal e, associadas ao envelhecimento, irão afetar a absorção, distribuição, o metabolismo e a excreção das drogas.

A absorção é afetada por modificações no pH gástrico, sendo a acloridria (ausência na produção de ácido clorídrico – HCl) o que pode reduzir os níveis séricos de algumas drogas.

O idoso também apresenta diminuição de massa magra (sarcopenia) aumento de gordura corporal, no homem este acúmulo de gordura pode ultrapassar 33%, na mulher de 40 à 50%.

Além de diminuição da água corporal total o que provoca uma diminuição do volume de distribuição das drogas hidrofílicas – diluíveis em água – e aumento do volume de distribuição de drogas lipofílicas – diluídas em gordura.

O aumento do volume de distribuição das drogas é o que explica a permanência maior do benzodiazepínicos lipofílicos nos idosos – os também chamados calmantes.

As alterações do metabolismo são decorrentes da diminuição da massa hepática (fígado) e do fluxo sanguíneo.

Devido a diminuição do volume renal e da filtração glomerular – filtragem do sangue – ocorrem alterações na excreção das drogas.

As reações adversas aos medicamentos pelo idoso, está entre as formas mais comuns de iatrogenia (acidentes durante um tratamento) nesta população.

Os fatores que predispõe a ocorrência de iatrogenia no idosos incluem: idade, polifarmácia, sexo feminino, baixo peso, insuficiência hepática e renal e história anterior de reações anormais no uso de medicamento.

Algumas drogas devem ser evitadas na terceira idade ou se forem necessários devem ser utilizadas com prudência, e incluem:

Benzodiazepínicos (diazepam, alprazolam, clordizepóxido, midazolam, etc)
– Barbitúricos (fenobarbital, tiopental, etc)
Analgésicos (ácido acetilsalicílico, dipirona, paracetamol, piroxicam, ibuprofeno, cetoprofeno, ácido mefenâmico, etc)
– Relaxantes musculares (Miosan®, Dorflex®, Torsilax®, Tandrilax®, etc)
Antieméticos (ciclizina, hidroxizina, prometazina, difenidramina, dimenidrato, metoclopramida, clorpromazina, etc)
– Antihistamínicos (prometazina, loratadina, etc)

E atenção pessoal, a automedicação pode trazer riscos à você, que vão desde reações alérgicas leves ou moderadas à reações irreversíveis que podem levar à limitações físicas à morte.

Se tiver dúvida procure um médico, ele é o profissional preparado para lhe auxiliar em caso de doença.

CONTINUEM LENDO: Farmacologia e envelhecimento – parte II

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