A palavra fibromialgia vem do latim fibro que significa “tecido fibroso”, e do grego myos que significa “músculo” e algos que significa “dor”.
A fibromialgia é, frequentemente, referida como uma condição relacionada com a artrite, entretanto, ela não causa danos nas articulações ou inflamação, como a artrite.
No entanto, sua semelhança com a artrite está no fato de provocar dor e cansaço grave, e por diminuir a capacidade do paciente em exercer suas atividades diárias.
A fibromialgia é vista como uma condição reumática, ou seja, aquela condição que causa dor nas articulações e nos tecidos moles, os quais incluem os vasos sanguíneos, vasos linfáticos, músculos, tecido gorduroso, aponeuroses, tendões, nervos e os tecidos sinoviais (revestimento das articulações).
Sintomas
Os sintomas mais comuns incluem:
– Rigidez matinal
– Dores de cabeça
– Padrões de sono irregulares
– Síndrome do intestino irritável
– Períodos menstruais dolorosos (dismenorreia)
– Formigamento e entorpecimento de mãos e pés
– Síndrome da perna inquieta
– Sensibilidade ao frio ou calor
– Problemas de memória ou cognitivos
E, os menos comuns são:
– Dor generalizada
– Problemas na visão
– Náusea
– Problemas pélvicos e urinários
– Ganho de peso
– Tontura
– Sintomas semelhantes aos do resfriado ou da gripe
– Dor e rigidez da mandíbula
– Problemas de pele
– Desconforto na região do peito
– Depressão
– Ansiedade
– Síndrome da dor miofascial (dor / cansaço nos músculos)
– Problemas respiratórios.
Estatísticas
De acordo com casos relatados nos EUA, aproximadamente 1 em cada 73 adultos americanos sofre de fibromialgia. O American College of Rheumatology diz que entre 3 e 6 milhões de americanos têm fibromialgia.
O NIH (National Institutes of Health, EUA) diz que 90% dos pacientes com fibromialgia são mulheres. Homens e crianças também podem ser afetados.
Embora, os sintomas possam tornarem-se presentes a qualquer momento durante a vida de uma pessoa, eles são mais comumente relatados quando o paciente é de meia-idade (aproximadamente entre 40 e 55 anos).
As pessoas que sofrem de artrite reumatóide, lúpus (lúpus eritematoso sistêmico), ou espondilite anquilosante têm um maior risco de desenvolver fibromialgia, bem como pacientes com outras doenças reumáticas.
Estudos indicam que a fibromialgia também pode ser hereditária. Assim, as mulheres que têm um parente próximo com fibromialgia têm um risco, significativamente, maior de sofrer desta síndrome. Especialistas não estão certos se a ligação é genética, circunstancial, ou ambos.
Causas
Especialistas dizem que há provavelmente, uma série de fatores. No entanto, ninguém está realmente certo o que causa a fibromialgia.
Fatores como um evento traumático, estressante ou emocional podem estar ligados ao desenvolvimento de fibromialgia. Possíveis fatores causais atualmente incluem:
– Um evento estressante, traumático, físico ou emocional (por exemplo, transtorno de estresse pós-traumático: um acidente de carro)
– Ferimentos repetitivos
– Lúpus
– Problemas do sistema nervoso central
Diagnóstico
Um paciente com fibromialgia, geralmente, vai voltar ao médico muitas vezes antes de seja feito um diagnóstico adequado. Isso ocorre porque os sintomas são semelhantes a outras condições.
Antes de diagnosticar a fibromialgia, o médico precisa descartar outras condições e doenças.
Como os testes de laboratório não mostram uma razão física para a dor que acompanha a fibromialgia, não há nenhum teste de laboratório para diagnosticar esta condição. Isso pode ser frustrante para o paciente e para o médico também.
Infelizmente, o paciente ainda corre o risco de ser informado por um médico inexperiente de que sua dor não é real e que, portanto, não há tratamento.
Tratamentos
É importante que o médico do paciente seja treinado para tratamento da fibromialgia, uma vez que não é uma condição fácil de tratar.
Felizmente, mais e mais médicos, incluindo os clínicos gerais sabem o que fazer.
Para melhores resultados o paciente deve ser tratado pelo médico, um fisioterapeuta e, possivelmente, alguns outros profissionais de saúde simultaneamente.
A adesão do paciente é crucial para bons resultados. Esta adesão significa que o paciente esteja ativamente envolvido no tratamento e não se esqueça de seguir as instruções médicas.
Cada paciente é diferente e exigirá tratamento individualizado.
O tratamento geralmente inclui alguns ou todos os seguintes:
– Baixa dose de antidepressivos
– Um programa de exercícios
– Acupuntura
– Psicoterapia
– Terapia de modificação de comportamento
– Cuidados quiropráticos
– Massagem
– Fisioterapia
Medicamentos para a fibromialgia
Vários estudos indicaram que o tratamento farmacológico para a fibromialgia ajudou entre um terço e metade de todos os pacientes. Entretanto, alguns destes apresentaram piora dos sintomas.
Um estudo demonstrou que tomar um antidepressivo tricíclico, amitriptilina, associado com fluoxetina, foi duas vezes mais eficaz que tomar ambos individualmente. (saiba mais sobre fármacos antidepressivos)
Se a dor é grave, e outras terapias não foram eficazes ou não podem ser utilizados, a utilização dos analgésicos opióides pode ser uma opção. (saiba mais sobre analgésicos opióides)
Exercício
Exercício aeróbico combinado com treinamento de resistência (treinamento de força) mostraram uma melhora significativa na dor, contagem de pontos sensíveis e distúrbios do sono.
Infelizmente, uma grande porcentagem dos pacientes não adere aos exercícios corretamente. Estudos demonstram que trabalhar com um parceiro ou treinador pessoal ajuda a manter o programa ativo.
Acupuntura
Muitos pacientes apresentaram melhora na sua qualidade de vida após o início da terapia de acupuntura. Assim, o número de sessões depende do indivíduo.
Acupuntura é, atualmente, utilizada por 1 em 5 pacientes com fibromialgia dentro de 2 anos de diagnóstico.
Terapia de modificação de comportamento
Isso inclui aprender novas habilidades de enfrentamento, exercícios de relaxamento e auto-hipnose.
Os pacientes comentaram que a percepção da dor, que é um fenômeno muito complicado, pode ser alterada com esta experiência.
Terapia com hormônio do crescimento
Um estudo demonstrou que a terapia com hormônio do crescimento (GH) foi eficaz na redução de sintomas, sem efeitos colaterais graves. No entanto, o tratamento é extremamente caro.
Prognóstico da fibromialgia
Não existe cura definitiva para a fibromialgia. No entanto, hoje o tratamento é muito melhor do que costumava ser.
Estudos clínicos demonstraram que os sintomas podem melhorar significativamente se você seguir todos os seus tratamentos ao pé da letra.
Continuar trabalhando com profissionais de saúde treinados, bem como pacientes informados e motivados, pode promover melhorias significativas nos sintomas e na qualidade de vida.