Este post é continuação do vídeo publicado anteriormente (Definições em Farmacologia).
Aqui iremos conhecer um pouco mais sobre as formas de medicamentos que podemos encontrar os fármacos (drogas ou substâncias ativas) que são comercializados. Pois cada forma comercializada de medicamento tem um finalidade e, aqui entenderemos o que é cada uma delas e do que são compostas.
Forma farmacêutica é a forma final como um medicamento é apresentado para a sua administração, ou seja, é como o medicamento é comercializado, pois um fármaco (droga) não é administrado na sua forma natural ou pura.
O(s) fármaco(s) faz(em) parte de uma fórmula (composição) onde constam várias substâncias sem função terapeutica (sem algum objetivo de cura, prevenção ou diagnóstica). Entretanto, elas tem a finalidade de solubilizar, suspender, espessar, diluir, estabilizar, preservar, colorir, além de deixar o fármaco agradável ao paladar, bem como dar segurança e confiabilidade para a administração da dose correta de um fármaco.
Como por exemplo, não temos em casa uma balança para pesarmos quantidades muito pequenas de um fármaco para ser administrado. Ou, imagina se ingeríssimos um comprimido com um gosto horrível, não seria muito agradável. Ou ainda, não existe uma forma farmacêutica que seja possível administrar por qualquer via no nosso organismo.
E muitas vezes nos perguntamos porque existem tantas formas de medicamentos…
Bem, como dito anteriormente, existem muitas finalidades para que isso aconteça, tais como: facilitar a administração do fármaco, garantir a precisão da dose que tem que ser administrada, proteger o fármaco durante o percurso até a chegada na corrente sanguinea, garantir a presença do fármaco no local de ação específico, facilitar a ingestão deste fármaco, proteger os fármacos que podem ser sensíveis á luz, temperatura ou umidade.
A partir da forma farmacêutica tem-se a via de administração adequada, ou seja, pela via oral, injetável, tópica, retal, entre outras.
Nas formas líquidas (xarope, solução, gotas, etc…), o fármaco começa a ser absorvido (entrada para a corrente sanguinea) no estômago. Enquanto que nas formas sólidas é necessário ocorrer degradação (quebra em pedaços menores) do comprimido ou abertura da cápsula (desintegração) antes da dissolução (ato de dissolver) do fármaco para que possa ocorrer passagem pela mucosa gastrointestinal e a absorção na corrente sanguínea.
A degradação e dissolução dos comprimidos revestidos ocorrem no duodeno (parte do intestino).
Então, vamos conhecer as formas farmacêuticas mais comuns que são comercializadas:
1- Pós
É uma mistura de fármacos e ou substâncias químicas finamente divididas e na forma seca. Os pós podem ser administrados sob a forma simples ou serem ponto de partida para outras formas farmacêuticas como as cápsulas.
2- Comprimidos
Forma farmacêutica sólida obtida pela compressão de fármacos juntamente com os excipientes (qualquer substância além dos fármacos que fazem parte de uma formulação, sem finalidade terapêutica).
Os comprimidos podem ou não receber revestimentos devido a varios motivos, que pode ser para proteger o fármaco do ar, umidade ou do suco gástrico, os quais podem destruir determinados fármacos. Além disso, o revestimento pode ser para mascarar sabores ou odores desagradáveis da formulação, ou com fins estéticos, ou diminuir o desconforto gátrico que alguns fármacos causam no estômago da pessoa.
Os comprimidos podem ser divididos em:
– Comprimidos com revestimento entérico: o revestimento serve para proteger o fármaco presente no comprimido do suco gástrico, para que ele possa passar intacto pelo estômago e chegar até o intestino, onde acontecerá a sua absorção (passagem para a corrente sanguinea) ou o seu efeito.
– Comprimidos efervescentes: comprimidos fabricados com fármacos e excipientes que liberam gás em contato com a água, dissolvendo-se imediatamente. Portanto, a pessoa ingere na forma de líquido.
– Comprimidos mastigáveis: comprimidos feitos especialmente para serem mastigados e são úteis para crianças ou pessoas com dificuldade de deglutição (ato de engolir).
– Comprimidos orodispersíveis: estes comprimidos são caracterizados pela sua dissolução (ato de dissolver) na boca. Destinam-se geralmente a crianças, idosos ou outros pacientes que apresentem dificuldade de deglutir (engolir) formas sólidas.
– Comprimidos sublinguais: comprimidos para serem dissolvidos embaixo da língua para que ocorra a absorção do fármaco na mucosa oral. Possibilitam a absorção dos fármacos que seriam destruídos pelo suco gástrico ou pouco absorvidos pelo trato gastrintestinal.
– Comprimidos de liberação prolongada: são comprimidos que liberam o fármaco de uma maneira predeterminada, durante um período de tempo prolongado. Este tipo de comprimido possibilita que a sua administração seja feita poucas vezes ao dia, diminuindo os riscos de esquecimento de uma dose.
– Comprimidos tamponados: comprimido revestido por uma película protetora, permitindo que pessoas que tenham problemas estomacais, como gastrite ou úlcera, possam utilizar este medicamento.
3- Drágeas
Forma farmacêutica obtida pelo revestimento dos comprimidos com açucar e corante. O revestimento tem a finalidade de mascarar odor ou proteger o fármaco presente, o qual pode ser destruído pelo suco gástrico e, possivelmente perder o seu efeito. Portanto, se cortarmos ou amassarmos uma drágea pode ser que não alcancemos o efeito que desejamos.
4- Cápsulas
Forma farmacêutica sólida na qual um ou mais fármacos, bem como os excipientes são colocados em um invólucro (envelope) à base de gelatina. As cápsulas gelatinosas podem ser duras ou moles e, possuem a propriedade de desintegrar e dissolverem-se no trato gastrointestinal. O fármaco encontrado dentro da cápsula pode estar na forma de pó, granulado ou solução.
5- Supositórios
São preparações à base de substância que passa de sólido para líquido pelo calor (37ºC) natural do corpo, destinado a ser introduzido no reto, fazendo com que o fármaco seja dissolvido. Esta forma pode ser utilizada para fazer efeito local (supositório de glicerina) ou sistêmico (Ex.: supositório de dipirona).
6- Óvulos
São formas farmacêuticas para aplicação vaginal, onde devem se dissolver para exercerem um efeito local. Geralmente, o excipiente é a glicerina.
7- Grânulos
São preparações farmacêuticas compostas de um pó ou uma mistura de pós umedecidos e submetidos a secagem, para produzir grânulos de tamanho desejado.
8- Pastilhas
São formas farmacêuticas destinadas a dissolverem-se lentamente na boca, constituída por grande quantidade de açúcar associada a fármacos.
9- Solução
São formas líquidas obtidas pela dissolução de substâncias químicas em água. envasadas em frascos especiais que permitem a dosagem exata, bem como o ajuste de doses individuais.
10- Suspensão
Forma farmaceutica que contêm partículas sólidas finas do fármaco dispersas em um líquido relativamente uniforme. Este tipo de formulação deve ser agitado antes do uso para que o pó que, geralmente, fica no fundo do frasco, possa se dispersar no liquido e permitir a administração de uma quantidade correta de fármaco.
11- Emulsão
Forma farmacêutica líquida de aspecto cremoso feito com a mistura de dois líquidos imiscíveis: óleo e água, contendo o fármaco em uma delas.
12- Xarope
São preparações aquosas caracterizadas pela alta viscosidade, que apresentam, no mínimo, 45% de açucar na sua composição. Portanto, devemos ficar atentos para a administração deste tipo de forma farmacêutica em indivíduos diabéticos, pois a alta concentração de açucar nesta forma pode piorar o quadro da pessoa.
13- Elixir
Forma farmacêutica que contém 20% de alcool e 20% de açucar.
14- Pomada
Preparação farmacêutica de consistência pastosa contendo um ou mais fármacos incorporados a excipientes adequados. Destinada ao uso tópico.
Devido a sua oleosidade, a penetração do fármaco na pele pode ser mais lenta, porém de efeito local mais prolongado. Possui poder hidratante devido a camada que cobre a pele e estimula a transpiração, fazendo com que a area fique úmida. Devido a este fato, esta forma é ideal para aplicação em lesões secas, as quais serão umedecidas.
15- Creme
São emulsões líquidas viscosas do tipo óleo e água. Difere das pomadas por possuir grande quantidade de água em sua formulação, e por isso apresenta penetração do fármaco na pele mais rápida. Ideal para lesões úmidas, pois na própria formulação já possui uma quantidade de água.
16- Gel
Sistema semi-sólido que contém grande quantidade de água misturada a substâncias gelatinosas, as quais acabam evaporando e formando uma fina película adesiva, fazendo com que a penetração do fármaco na pele seja ainda mais rápida.
17- Pasta
Forma farmacêutica semi-sólida de consistência macia, contendo de 20% a 60% de pó. Ação superficial na pele, sem penetração do fármaco na pele.