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Síndrome do intestino irritável

A síndrome do cólon irritável ou do intestino irritável é uma síndrome em que o indivíduo acometido apresenta queixa de dor abdominal crônica e alteração do hábito intestinal na ausência de causa orgânica.

A prevalência é de 15% na população adulta norte-americana, sendo três vezes maior em mulheres, e é considerada hoje como o um distúrbio gastrointestinal mais frequente diagnosticado nos Estados Unidos da América.

Apenas 15% dos afetados procuram atenção médica, ainda assim representa de 25-50% das consultas com gastroenterologistas.

No passado, a síndrome do intestino irritável, também foi chamado cólon ou intestino espástico, doença funcional do cólon, colite mucosa ou cólon nervoso.

Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas mais comuns incluem:

– Dor abdominal

– Alteração dos hábitos intestinais – diarreia que pode vir com impulsos repentinos de fezes líquidas, e/ou constipação acompanhada de prisão de ventre e pouca presença de fezes

– Excesso de flatulência (gazes)

– Distensão abdominal

– Cólicas

– Intolerância alimentar

– Indigestão

– Náuseas

– Fezes espumosas

– Perda de apetite

Causas

A causa exata da síndrome do intestino irritável é desconhecida.

No entanto, é associada a múltiplos fatores tais como:

– Hipersensibilidade à dor no caso de um intestino que produza muitos gazes;

– Sensibilidade alimentar, possivelmente, causada pela má absorção de açúcares ou ácidos presentes em alguns alimentos;

– Os hormônios reprodutivos ou neurotransmissores podem estar fora de equilíbrio em pessoas com esta sindrome.

– Supercrescimento bacteriano no intestino delgado.

– Fatores genéticos estão sendo pesquisados, mas não se tem uma comprovação.

– Alterações na motilidade intestinal é um dos principais fatores implicados – o estresse psíquico e fisiológico pode alterar a contratilidade do cólon.

– Fatores psicossociais: estresse psicológico pode alterar função motora no intestino delgado e cólon em estudos experimentais, também parece ser maior a chance de paciente com sintomas psicológicos, como somatização, depressão e ansiedade, de ter síndrome do intestino irritável.

– Alterações de neurotransmissores: alterações nas concentrações de serotonina em sistema nervoso central e trato gastrointestinal também podem estar envolvidos no desenvolvimento da síndrome.

– Infecção e inflamação: pacientes hipocondríacos ou com eventos estressores quando com infecção entérica aguda (gastroenterite), têm maior chance de desenvolver síndrome do intestino irritável.

Tipos

Existem tipos diferentes desta doença funcional.

Síndrome do Intestino Irritável (SII) com diarreia: caracterizada por dor crónica e diarreia recorrente.

SII comconstipação (SII-C): caracterizada por dor abdominal ou desconforto associado a constipação intestinal.

Algumas pessoas apresentam sintomas alternados de diarreia e prisão de ventre.

O diagnóstico de SII baseia-se na duração (pelo menos seis meses) e na frequência de sinais e sintomas (pelo menos três vezes por mês).

Não há cura conhecida para esta condição, mas existem muitas opções de tratamento para reduzir ou eliminar os sintomas. O tratamento inclui modificações dietéticas, alterações de estilo de vida e prescrição de medicamentos.

Não há nenhuma dieta específica para a SII, diferentes indivíduos responder de forma específica para cada tipo de alimento.

Síndrome do intestino irritável é considerado um distúrbio gastrointestinal funcional, pois o indivíduo apresenta um grupo de sintomas e não uma doença em si, razão pela qual é chamado de “síndrome”, e é considerado menos grave do que outras doenças, como a colite ulcerativa e Doença de Crown.

Diagnóstico

A síndrome do intestino irritável é diagnosticada excluindo outros distúrbios gastrintestinais que podem causar sintomas semelhantes.

O histórico clinico completo e exame físico são determinantes à fim de identificar a duração e frequência dos sintomas.

Para ser diagnosticado com a condição, a duração dos sintomas deve ser de, pelo menos, seis meses ocorrer, pelo menos, três vezes por mês.

O médico pode solicitar exames de imagem e laboratoriais, como exames de sangue, fezes, raios-X, endoscopia, colonoscopia e tomografia computadorizada.

Geralmente, estes testes são solicitados para exclusão de outras causas.

O tratamento desta síndrome é feito por um especialista médico o gastroenterologista.

Tratamento

Geralmente o médico começa o tratamento com mudanças nos hábitos alimentares.

No entanto, se os sintomas persistirem ele pode indicar outras terapias que incluem medicamentos como antidiarreicos, tais como a loperamida, alosetron e rifaximina; ou para melhora da constipação, neste caso o bisacodil, laxantes a base de Senne, entre outros.

Caso, o paciente seja diagnosticado com esta síndrome devido a distúrbios de humor, pode ser prescrito estabilizadores de humos como, fluoxetina, sertralina ou citalopran.

Podem ser utilizados também antiespasmódicos para alívio dos sintomas de náuseas como a metoclopramida, hioscina e a diciclomina.

Mas, atenção esse distúrbio deve ser tratado por um profissional capacitado, e na sua ocorrência um médico deve ser consultado.

Alimentos que podem ajudar na prevenção de sintomas

– Fibra dietética – em caso de obstipação, mas sempre com acompanhamento médico pois o consumo pode também provocar distensão abdominal e aumento de gazes. A ingestão de fibra diária recomendada é de 20 a 35 gramas por dia

– Beber muita Água

– Consumir alimentos com baixo teor de gordura

– Alimentos ricos em carboidratos (como massas de trigo integral, arroz integral e pães integrais)

Probióticos (contendo Lactobacillus acidophilus um e Bifidobacterium) e prebióticos.

Alimentos a serem evitados

– Produtos lácteos, incluindo leite e queijo, pois os sintomas da intolerância à lactose podem ser semelhantes aos sintomas da SII

– Legumes, vegetais e grãos que promovem a formação de gazes (como couve-flor, brócolis, repolho, couve de Bruxelas) e leguminosas (como feijão)

– Alimentos gordurosos ou fritos

– Álcool, cafeína ou refrigerante

– Alimentos ricos em açúcares

Adoçantes artificiais

– Nozes

– Chicletes

Não há cura conhecida para a SII, mas há muitas opções de tratamento para reduzir ou eliminar os sintomas. Uma boa comunicação com um médico é fundamental para ajudar a controlar esta condição.

Espero que tenham gostado deste post e fiquem em paz.

 

Fonte: 

NETO, Rodrigo Antônio Brandão. Síndrome do intestino irritável. 2004.

MORAES-FILHO, Joaquim Prado P.; PASSOS, Maria do Carmo Friche. Síndrome do intestino irritável. RBM rev. bras. med, v. 72, n. 12, p. 32-39, 2015.

MORAES-FILHO, Joaquim Prado P. et al. Síndrome do intestino irritável. Sociedade de Gastroenterologia de São Paulo.

 

Credito da imagem:

<a href=”http://www.freepik.com/free-photos-vectors/fundo”>Fundo fotografia created by Asierromero – Freepik.com</a>

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