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Um novo estudo identifica uma classe de medicamentos que pode aumentar o risco de demência

Uma pesquisa recente realizada na Universidade de Nottingham, no Reino Unido, analisou a ligação entre uma determinada classe de medicamentos e o risco de demência.

Uma pesquisa recente realizada na Universidade de Nottingham, no Reino Unido, analisou a ligação entre uma determinada classe de medicamentos e o risco de demência.

Os medicamentos em questão são os anticolinérgicos, que funcionam inibindo um mensageiro químico importante para a cognição, a acetilcolina.

A Acetilcolina é um neurotransmissor que atua em diversas partes do corpo como um mensageiro entre as células nervosas, sendo que seus principais efeitos são no sistema cardiovascular, sistema excretor, sistema respiratório, sistema muscular e no cérebro. As principais funções da acetilcolina são:

  • Vasodilatação (dilatação das veias, o que faz com que o sangue corra mais depressa nas veias)
  • Redução da frequência cardíaca a partir da diminuição da contração do coração (regulando a taxa cardíaca)
  • Aumento de secreções (salivação e sudorese)
  • Relaxamento intestinal
  • Contração muscular
  • Auxilia na cognição (aprendizado e na memória do cérebro), uma vez que facilita a comunicação das células cerebrais.

Devido a Acetilcolina auxiliar na contração e relaxamento muscular, pode ser indicados  no tratamento de distúrbios da bexiga, gastrointestinais e na Doença de Parkinson.

Este novo estudo analisou dados de dezenas de milhares de participantes, os pesquisadores concluíram que os anticolinérgicos podem aumentar o risco de um indivíduo desenvolver demência.

O Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde Inglês financiou este estudo, e os pesquisadores publicaram suas descobertas no jornal JAMA.

Para o estudo, a pesquisadora principal, a professora Carol Coupland, analisou os registros médicos de 58.769 pessoas com demência e 225.574 pessoas sem demência. Todos os participantes do estudo tinham 55 anos ou mais no início da pesquisa.

O risco estaria associado apenas a 1.095 doses diárias dentro de um período de 10 anos, o que equivale a um idoso que toma medicação anticolinérgica diariamente por pelo menos três anos.

Esse tipo de dosagem dessas drogas resultou em “aumento de 50% na probabilidade de demência”, segundo o estudo.

Entre os portadores de demência, 63% eram mulheres com idade média de 82 anos. Os pesquisadores coletaram os dados do banco de dados do QResearch (um banco de dados de saúde inglês) e examinaram os registros médicos entre 1 de janeiro de 2004 e 31 de janeiro de 2016.

Os pesquisadores descobriram que os anticolinérgicos em geral estavam associados a um maior risco de demência. Mais especificamente, antidepressivos colinérgicos, drogas antipsicóticas, antiparkinsonianas, para distúrbios da bexiga e para epilepsia, foram associados ao maior risco de demência.

Entre estes, os medicamentos os mais prescritos foram os antidepressivos, medicamentos anti-vertiginosos e antimuscarínicos para incontinência (indicada o tratamento de bexigas hiperativas).

Esses resultados permaneceram mesmo depois que os pesquisadores controlaram variáveis ​​que pudessem interferir nos resultados (ou fatores de risco conhecidos para demência), incluindo índice de massa corporal, IMC), tabagismo, uso de álcool, problemas cardiovasculares e o uso de outros medicamentos, como anti-hipertensivos.

Finalmente, os pesquisadores concluíram, que indivíduos com 55 anos ou mais que fizeram uso de anticolinérgicos em altas doses diariamente por pelo menos 3 anos, tiveram chance quase 50% maior, de desenvolver demência do que as que não usaram esse tipo de medicação.

“Este estudo fornece evidências se deve ter um maior cuidado ao prescrever certos medicamentos que têm propriedades anticolinérgicas”, explica o coautor do estudo, Prof. Tom Dening.

Os autores do estudo acreditam que é importante que as pessoas que tomam medicamentos desse tipo não parem de utilizar abruptamente, pois pode ser muito mais prejudicial. O uso de medicamentos ou a interrupção de uso, sempre deve ser feita sob orientação médica.

Para avaliar ação das drogas anticolinérgicas e com que frequência os participantes as tomaram, a equipe analisou as informações disponíveis sobre as prescrições durante um período de 10 anos.

No entanto, eles destacam que este é um estudo observacional, então eles não podem confirmar se os medicamentos são diretamente responsáveis ​​pelo aumento do risco de demência.

Os pesquisadores acrescentaram que os médicos podem ter prescrito alguns desses medicamentos para seus pacientes precisamente para o tratamento de sintomas muito precoces da demência.

O estudo acrescenta mais evidências dos riscos potenciais associados com a alta dose de drogas anticolinérgicas, particularmente antidepressivos, drogas antimuscarínicas para  tratamento incontinência urinária, drogas anti-Parkinson e drogas para epilepsia.

“Os riscos deste tipo de medicação devem ser cuidadosamente considerados pelos profissionais de saúde, juntamente com os benefícios quando os medicamentos são prescritos e tratamentos alternativos devem ser considerados sempre que possível.”

Estes resultados também destacam a importância de realizar revisões regulares de medicação.

Encontramos um risco maior para as pessoas diagnosticadas com demência antes dos 80 anos, o que indica que os anticolinérgicos devem ser prescritos com cautela em pessoas de meia-idade e em idosos, de acordo com os estudiosos.

Fonte:

https://www.mindfood.com/article/these-common-drugs-may-increase-your-dementia-risk/

https://www.nottingham.ac.uk/news/drugs-and-dementia-risk

http://www.medicalnewstoday.pw/articles/325553.php

Créditos de imagem:

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