Os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) são medicamentos utilizados para aliviar a dor e reduzir a inflamação.
Eles atuam inibindo a atividade de enzimas chamadas ciclooxigenases (COX). Estas enzimas são divididas em tipos, as chamadas COX-1 e COX-2.
Estas enzimas produzem substâncias químicas chamadas prostaglandinas, que promovem a inflamação.
Segundo a equipe de pesquisa, liderada por Giovanni Corrao, da Universidade de Milano-Bicocca, na Itália, pesquisas anteriores forneceram fortes evidências de que os AINEs, incluindo os inibidores da COX-2 (a mais nova geração de AINEs), podem aumentar o risco de insuficiência cardíaca .
Diretrizes clínicas recomendam o cuidado no uso de AINEs em indivíduos que já estão em risco aumentado de insuficiência cardíaca, enquanto pacientes já diagnosticados com insuficiência cardíaca devem abster-se de usar AINEs completamente.
“No entanto, ainda há informações limitadas sobre o risco de insuficiência cardíaca associada ao uso de AINEs na prática clínica e, especialmente, em suas associações dose-resposta”, observam os autores.
Com isso em mente, Corrao e equipe decidiram estimar como o uso e a dose de AINEs individuais afetam o risco de internação hospitalar por insuficiência cardíaca.
Nove AINEs foram associados ao risco de insuficiência cardíaca
Os pesquisadores avaliaram dados de cinco bancos de dados baseados na população em quatro países europeus: Alemanha, Itália, Holanda e Reino Unido.
Mais de 10 milhões de usuários de AINEs foram incluídos nos dados, e estes foram combinados com mais de 8 milhões de controles.
A análise incluiu um total de 27 AINEs, dos quais quatro eram inibidores selectivos da COX-2.
Em geral, os pesquisadores descobriram que os atuais usuários de AINEs (definidos como indivíduos que usaram AINEs nos últimos 14 dias) tiveram 19% mais chances de serem admitidos no hospital com insuficiência cardíaca do que os usuários anteriores (indivíduos que não usaram AINEs pelo menos 183 dias).
Os pesquisadores identificaram sete AINEs amplamente utilizados (diclofenaco, ibuprofeno, indometacina, cetorolaco, naproxeno, nimesulida e piroxicam) que aumentaram o risco de internação hospitalar por insuficiência cardíaca, bem como dois fármacos inibidores da COX- 2 (etoricoxibe e rofecoxibe).
Além disso, os pesquisadores identificaram uma relação dose-resposta.
Em doses muito elevadas, diclofenaco, etoricoxibe, indometacina, piroxicam e rofecoxibe foram associados com o dobro do risco de internação por insuficiência cardíaca.
Corrao e colegas, afirmam que o seu estudo é observacional, por isso são incapazes de confirmar uma relação causal entre o uso de AINEs e insuficiência cardíaca.
Ainda assim, os pesquisadores acreditam que suas descobertas têm implicações significativas para a saúde pública.
“Nosso estudo fornece evidências de que o uso atual de ambos os inibidores de COX-2 e AINEs tradicionais (inibidores da COX-1) estão associados com o risco aumentado de insuficiência cardíaca. Além disso, a magnitude da associação varia entre os AINEs, bom como com a dose prescrita”, afirma os pesquisadores.
E, ainda complementam: “Como qualquer potencial risco aumentado poderia ter um impacto considerável na saúde pública, as estimativas de efeito de risco fornecidas por este estudo podem ajudar a informar as práticas clínicas e as atividades reguladoras “.
Saiba mais sobre:
Antiinflamatórios não esteróides (AINEs)
Fonte:
http://www.medicalnewstoday.com/articles/313158.php
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