Olá pessoal, tudo bem? O nosso post de hoje irá falar sobre uma doença que afeta alguns indivíduos, conhecida como intolerância à lactose.
Mas, muita calma. O assunto é interessante, mas precisamos entender alguns conceitos antes.
A lactose é classificada como um carboidrato (açúcar) formada por outros dois carboidratos menores: a glicose e a galactose.
Quando ingerimos leite ou alimentos contendo leite e derivados, para que ocorra a digestão da lactose, no intestino, é necessário a presença e atuação de uma enzima conhecida como LACTASE, a qual é produzida no intestino delgado e tem a capacidade de quebrar a lactose em seus componentes primários (glicose e galactose).
No entanto, quando o indivíduo não tem a enzima, ou ela é produzida em pequenas quantidades ou não está atuante, a lactose não é quebrada, passando intacta pelo nosso intestino. Essa situação é conhecida como INTOLERÂNCIA À LACTOSE.
A Figura abaixo mostra a diferença entre a situação onde não há sintomas de intolerância à lactose e com os sintomas.
Figura 1: Ação da enzima lactase e suas consequências.
Fonte: Adaptado da internet.
Tipos
Há 3 (três) tipos de Intolerância à Lactose:
– Congênita: quando há ausência de lactase no nascimento devido a uma situação genética.
– Primária: há uma perda da capacidade de produção da enzima, de forma progressiva, a partir da adolescência até o final da vida.
– Secundária: há uma diminuição na produção da enzima em decorrência de doenças ou lesões intestinais como, por exemplo, devido à doença celíaca, gastroenterite e doença de Crohn. Nesse caso, a deficiência pode ser temporária e desaparecer com o tratamento da doença primária.
Sintomas
Os sintomas da Intolerância à Lactose, geralmente, se concentram no sistema digestório e se manifestam, entre alguns minutos a horas, após a ingestão de alimentos contendo a lactose. Dentre os sintomas, pode-se destacar:
– Diarreia;
- Náuseas e às vezes vômitos;
– Desconforto abdominal;
– Distensão abdominal (Inchaço);
– Gases;
– Perda de peso e lentidão de crescimento em bebês e crianças portadoras da patologia.
A intensidade dos sintomas é variável, de acordo com a situação e o indivíduo.
Diagnóstico
Além da avaliação clínica, realizada pelo médico, o diagnóstico da Intolerância à Lactose se faz, também, através de:
– Teste de intolerância à lactose: Após a ingestão de uma solução rica em lactose, em jejum, coleta-se amostras de sangue para verificar a quantidade de glicose na corrente sanguínea, os quais permanecem inalterados em portadores da doença.
– Teste do hidrogênio expirado: Após a ingestão de uma solução rica em lactose, faz-se a coleta e quantificação do gás hidrogênio expelido.
– Teste da acidez nas fezes: Considera-se o grau de acidez através do exame de fezes, visto que lactose, quando não digerida, produz ácido láctico.
Tratamento
Para alguns profissionais da área da saúde, a Intolerância à Lactose não é considerada uma patologia, mas uma carência do organismo, que pode ser controlada através do uso de medicamentos e dieta.
Inicialmente, interrompe-se o consumo de alimentos contendo leite e derivados com o objetivo de aliviar os sintomas.
Posteriormente, os alimentos são reintroduzidos, de forma lenta e em pequenas quantidades, até se identificar a quantidade máxima que o organismo suporta sem manifestar os sintomas. O objetivo dessa conduta é manter a oferta de cálcio, através da alimentação, pois é um nutriente que, em associação com a vitamina D, é imprescindível para a formação de dentes e ossos.
Suplementos contendo lactase ou leites e derivados modificados com baixo teor de lactose são úteis para a manutenção da ingestão de cálcio, quando a quantidade de leite e derivados for insuficiente, entretanto, não se deve descartar a utilização da suplementação medicamentosa do cálcio e vitamina D.
Outras recomendações
– É importante que o portador de Intolerância à Lactose saiba que:
– Dentro do possível deve-se manter a ingestão de leite e seus derivados, para fornecimento do cálcio, através da dieta. Essa ingestão deverá ser avaliada pelo médico e nutricionista individualmente;
– Deve-se ler a lista de ingredientes apresentada nos rótulos dos alimentos e bebidas, além da bula dos medicamentos;
– Extratos “leitosos” de soja, arroz, aveia não contem lactose, mas, do ponto de vista nutricional, não se comparam com o leite e seus derivados.