Bom, sabe aquele dia em que você parece que perdeu a memória e esqueceu de pagar a conta de luz, onde guardou as chaves do carro, o nome daquela conhecida do mercado, onde colocou os óculos….
Então???? Ai você começa a pensar: “Será que eu não estou ficando doente?” Estou com problemas de memória!!!! Espera um pouco…… NADA DISSO!!!!
A nossa memória, ao longo dos anos, pode falhar algumas vezes. Pensa bem!!!! São tantas informações compartilhadas durante muitos anos. É absolutamente normal que algumas dessas informações, não tão importantes, se percam e talvez não consigamos lembrar ou demore um pouco mais para recordar.
Isso ocorre, pois a partir dos 30 – 35 anos vamos perdendo, gradativamente, nossos neurônios e aos 75 anos perdemos, aproximadamente, 20% do total dessas células.
Também diminui a produção e metabolismo dos nossos neurotransmissores, que são substâncias químicas produzidas pelos neurônios para enviar sinais a outras células. Entre os inúmeros neurotransmissores, destacam-se a serotonina (relacionada ao humor), dopamina (promove energia e disposição) e acetilcolina (promove o bom funcionamento cognitivo, atua no aprendizado e tem poder excitatório no neurônio).
Mas calma, não fique nervoso … nós nos adaptamos a isso, pois utilizamos pouco nosso cérebro e ele tem uma propriedade denominada plasticidade cerebral, que é a capacidade que o mesmo tem de se remodelar em função de nossas necessidades, ou seja, algumas regiões lesadas podem ser substituídas por áreas vizinhas. Mas é claro, isso depende de alguns fatores, tais como: a idade, a área lesada, o tempo de exposição ao dano, a natureza da lesão, os fatores ambientais e sociais.
No entanto a perda de memória nos idosos pode, também, estar relacionada à solidão, tristeza, depressão, uso de álcool, medicamentos e estresse e todos este fatores devem ser afastados, antes que você comece a pensar em uma doença grave como a Doença de Alzheimer. Entendendo o processo fica mais fácil para procurarmos ajuda se necessário.
Geralmente, após certa idade, nos lamentamos por esquecer fatos recentes como o que ocorreu na semana passada, ontem ou pela manhã, mas nos lembramos muito bem de fatos antigos de 5, 10, 30 anos atrás ou de nossa infância, e isso ocorre geralmente para fatos que marcaram nossa vida, representam nossa identidade o que nós construímos em nossas lembranças e ficam sedimentados em nossa mente. Bom e porque isso ocorre?
É que cada área do nosso cérebro é responsável por um tipo de memória e nossos neurônios precisam se conectar cada vez que um fato precisa ser acessado. Seguem alguns tipos de memória:
Memória episódica: É aquela denominada memória individual de curto e longo prazo que está relacionada a fatos de nossa vida. No processo de envelhecimento pode ser comum perder a de curto prazo de vez em quando (onde eu coloquei os óculos, onde guardei o telefone do médico entre outras), mas não é comum a de longo prazo relacionada a fatos marcantes de nossa vida como o nome dos filhos, o dia do casamento, ou seja, fatos marcantes de nossa vida.
Memória semântica: Também chamada de memória coletiva e está relacionada a tudo aquilo que aprendemos, como o significado das palavras, cultura, hábitos de comportamento e higiene, ou seja, a tudo que assimilado ao longo de nossa vida e que tem significado comum.
Memória procedural: Esta memória se relaciona com a realização de procedimentos que necessita de uma sequência na sua realização como abrir uma porta, usar um garfo, fazer café, amarrar um sapato. É neste tipo de memória que guardamos habilidades relacionadas a nossa profissão.
Bom, mas sempre devemos nos atentar se a perda de memória interfere na realização das atividades do nosso dia a dia ou se isso chega ao ponto de atrapalhar nossa funcionalidade. Pode ser que tenha algo errado e, se for o caso, procure um profissional habilitado, para que o mesmo faça um diagnóstico direcionado e possa lhe orientar da melhor forma possível. Mas, não esqueça: a perda de memória pode ocorrer em qualquer idade e muitos fatores que levam a ela são tratáveis.
No entanto, se seus problemas de memória são pontuais, ou seja, não atrapalham nas suas atividades da vida diária, mas atrapalham sua rotina eles podem ser minimizados ou até revertidos com a prática de atividade física, exercícios com cálculos, jogos que exijam raciocínio (como por exemplo sudoko), leituras, palavras cruzadas, quebra cabeças, entre outros.
A memória deve sempre ser exercitada participe de grupos de convivência, vá a bailes e dance muito, tenha amigos, se tiver dúvida em uma informação pergunte, leia jornal, revistas, faça trabalhos manuais como crochê, tricô, pintura, se desafie e isso fará bem não somente para sua memória como para todo o seu corpo.
Não fique se lamentando do que você não fez ao contrário. Fique feliz com tudo que construiu. A vida é cheia de novidades, basta termos coragem de descobrir e ir em frente apesar das pedras no caminho.
Lembre-se da música do Roberto Carlos: “Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo. Olhando pra você e as mesmas emoções sentindo. São tantas já vividas, são momentos que eu não me esqueci. Detalhes de uma vida, histórias que eu contei aqui … Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”.