A miastenia ou miastenia gravis (MG) é uma doença autoimune. Nesta doença, o sistema imunológico ataca de forma recorrente uma parte específica dos nervos e músculos do corpo. Isso provoca fraqueza muscular e fadiga no portador.
É uma doença rara autoimune da junção neuromuscular. A idade de início da doença, ocorre frequente mente na terceira década, com predomínio no sexo feminino. Os sintomas da MG apresentam-se como fraqueza muscular esquelética, não dolorosa, flutuante, que se agrava com a repetição de movimentos e melhora com o repouso. Os sintomas variam ao longo do dia, com piora a noite. Após 2 anos de doença, ocorre a progressão para doença generalizada. Os portadores podem apresentar vários graus de disartria, disfagia, dispneia, fraqueza facial, fraqueza dos membros ou axial.
A miastenia gravis pode ser resultado de um ataque autoimune aos receptores de acetilcolina pós-sinápticos, que interrompe a transmissão neuromuscular. O desencadeante da produção de anticorpos é desconhecido, mas a doença está associada a anormalidades no timo, hipertireoidismo e outras doenças autoimunes.
Os fatores precipitantes para miastenia podem ser, Infecção, cirurgia e certos medicamentos como, aminoglicosídeos, quinina, sulfato de magnésio, procainamida, bloqueadores dos canais de cálcio, entre outros.
Os sintomas da MG pioram quando o portador se cansa, os mais comuns são:
- Visão dupla – diplopia
- Ptose palpebral – queda de pálpebra
- Dificuldade de fala
- Dificuldade em mastigar e engolir
- Dificuldade ao respirar
- Fraqueza nos membros
Embora não haja cura para a MG, existem medicamentos que podem ajudar a controlar a doença.
Tratamento:
Fármacos anticolinesterásicos como a Piridostigmina.
Tratamento imunomodulador: Os imunossupressores interrompem a reação autoimune e tornam lenta a evolução da doença, mas não causam alívio rápido da sintomatologia.
Corticoides como a prednisona no tratamento de manutenção em vários pacientes, mas apresentam pouco efeito imediato na crise miastênica.
Outros fármacos que podem ser benéficos são metotrexato, ciclofosfamida e micofenolato de mofetila. Para pacientes com doença refratária, os anticorpos monoclonais (p. ex., rituximabe, eculizumabe) podem ser benéficos, mas são caros.
A timectomia pode ser indicada para pacientes com miastenia generalizada com < 80 anos de idade; deve ser realizada em todos os pacientes com timoma. Subsequentemente, ocorre remissão em 80%, ou o fármaco de manutenção pode ter sua dosagem reduzida. Este é um procedimento cirúrgico que consiste na ressecção do Timo, que é uma glândula localizada no mediastino, este tipo de procedimento é indicado em casos de MG.
Fonte:
CARNEIRO, Sandra Cristiana Rodrigues. Fisiopatologia e tratamento da miastenia gravis: atualidade e perspetivas futuras. 2012. Tese de Doutorado. Universidade da Beira Interior.
SAITO, Eduardo Haruo et al. Timectomia estendida por cirurgia torácica videoassistida e cervicotomia no tratamento da miastenia. Jornal de Pneumologia, v. 29, n. 5, p. 273-279, 2003.
RUIZ JR, Raul Lopes et al. Resultado da timectomia ampliada no tratamento de pacientes com Miastenia gravis. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 30, n. 2, p. 115-120, 2004.
BRANCO, A. C. S. C. et al. Atualizações e Perspectivas na Miastenia gravis. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 15, n. 4, p. 493-506, 2011.