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Cuidados com pés diabéticos

Níveis altos de açúcar no sangue (aumento de glicemia) podem estar relacionados a complicações graves em portadores de diabetes tipo II.

E, os pés destes indivíduos correm sério risco de desenvolver anormalidades, as mais comuns são as neuropatias diabéticas e a doença vascular periférica, que podem danificar os pés (e outras áreas do corpo) em indivíduos com diabetes.

As complicações nos pés causam impacto na qualidade de vida da pessoa e no sistema de saúde, pois geram encargos e custos financeiros com internações prolongadas.

Sendo assim, o estímulo ao autocuidado e a avaliação dos fatores de risco por parte da equipe multiprofissional de saúde são medidas necessárias para a detecção precoce e prevenção do pé diabético.

A neuropatia diabética é caracterizada por altos índices de açúcar no sangue que causam lesão em nervos periféricos, o que irá interferir no limiar de dor (o indivíduo não irá sentir sensação de dor em caso de lesão) e na temperatura, a chamada neuropatia sensorial aumenta o risco do diabético em perceber qualquer anormalidade em seus pés. Aproximadamente 10% de portadores de diabetes podem desenvolver úlceras nos pés devido a doença vascular periférica e por danos nos nervos. A ausência de sensação dolorosa faz com que o diabético não sinta a presença de feridas ou cortes nos pés, o que pode levar o indivíduo a apresentar infecção, além de sofrer prejuízo na função muscular, dificultando a marcha.

Os principais sintomas da neuropatia periférica são inicialmente a parestesia (formigamento) e sensação de queimação (especialmente à noite) e à medida que a neuropatia progride, ocorre a perda da sensibilidade. Portadores de neuropatia correm maior risco de surgimento de danos e infecções não detectados nos pés devido à diminuição das sensações de dor e temperatura.

Já a doença vascular periférica, está associada a prejuízos nas articulações, e o fluxo sanguíneo inadequado aumenta o tempo de cicatrização de cortes e feridas (demora mais tempo para cicatrizar). Este agravo acomete principalmente a circulação de braços e pernas, aumentando o risco de desenvolver ulceras e gangrenas, pois irá ocorrer a morte tecidual caso o fluxo sanguíneo – que nutre as células e tecidos – torne-se inadequado.

Problemas mais comuns em pés diabéticos

– Pé de atleta: é uma infecção causada por fungos, onde o pé diabético irá apresentar, coceira, rachaduras, vermelhidão e quando isso ocorre os fungos penetram em rachaduras da pele e neste ambiente propício o fungo se desenvolve. Os fungos infelizmente encontram nos pés um local propício para se proliferarem, pois i calor, umidade e pouca luminosidade dos pés são condições ideiais para sua ocorrência. O tratamento nestes casos pode ser feito com antifúngicos orais ou cremes tópicos nas lesões.

– Infecção nas unhas: unhas espessas, quebradiças, de cor castanho- amarelada ou opacas são sintomas comuns de infecções fungicas nas unhas. A unha infectada pode esmigalhar e com isso deteriorar o restante do leito ungueal. O fungo prospera em ambiente quente, úmido e escuro típico de pessoas que usam sapatos fechados. O tratamento, nestes casos, em sua maioria pode ser feito com medicamentos antifúngicos. No entanto, em casos graves pode-se indicar a cirurgia, á fim de remover unhas infectadas.

– Calos: os calos são acúmulos de pele dura que se formam na parte inferior dos pés, podem ser causados por distribuição irregular de peso, anormalidades na pele, calçados mal ajustados, entre outros.

– Bolhas: bolhas são bolsas cheias de líquido que se formam na pele que se formam na pele devido a fricção de sapatos e meias ou pelo uso constante de uma ferramenta que possa friccionar constantemente a pele.

– Joanete: A joanete ou Halux valgus se caracteriza pela formação de uma saliencia óssea que se forma na articulação de base externa do dedão do pé, essa deformidade pode aparecer em ambos os pés, e o uso de sapatos de salto alto amenta o risco de desenvolver este agravo, esta lesão pode ser bem dolorida e em alguns casos pode ser indicada cirurgia para correção.

– Pele seca: a secura na pele, comum em pacientes diabéticos, pode provocar rachaduras que permitem que bactérias e outros tipos de germes, penetrem no corpo, causando infecção.

– Úlceras nos pés: as ulceras nos pés representam um grande perigo ao portador de diabetes, quando o indivíduo sofre uma lesão, seja por rachadura ou corte. O pé pode desenvolver uma infecção e dessa ferida pode resultar uma ulcera, pois pessoas portadoras de diabetes tem dificuldade de cicatrizar feridas, sendo assim o diagnóstico precoce e tratamento adequado pode garantir e prevenção de complicações como necrose de tecido e amputações.

– Unha encravada: A onicocriptose ( nossa que nome feio!!!) ou popularmente chamada de unha encravada ocorre quando a borda lateral da unha cresce irregularmente e acaba ferindo a pele, pois a pele forma uma barreira que impede o crescimento da unha, e como a unha fica cada vez mais dura e não para de crescer acaba entrando na pele causando dor e inflamação e se não tratada pode provocar amputação do dedo. As causas mais comuns de sua ocorrência é o uso de sapatos apertados, bem como o corte irregular das unhas.

Como prevenir

O portador de diabetes necessita ter uma atenção especial com a saúde, deve tentar manter os níveis de açúcar no sangue dentro de uma faixa recomendada pelo seu médico.

No que se refere a prevenção de complicações nos pés, deve se atentar para uma rotina diária de cuidados que incluem:

– Inspeção diária dos pés, á fim de identificar a presença de vermelhidão, bolhas, feridas, calos ou qualquer outro sinal de irritação.

– Lavar diariamente os pés com sabão neutro se possível água morna – atenção evitar agua quente, pois pode provocar secura na pele.

– Secar completamente os pés após o banho, dando especial atenção às áreas entre os dedos dos pés.

– Evite utilizar loção entre os dedos dos pés;

– Evite cortar as unhas dos pés em formato arredondado, e se tiver dúvidas pergunte a um profissional de saúde a forma correta de corta as unhas dos pés – de preferencia aparar as unhas em linha reta;

– Use um sapato adequado, não muito apertado, nem chinelos muito abertos pois podem provocar lesões;

– Se for usar meias opte por meios macias e com elásticos mais maleáveis;

– Ao escolher seus sapatos opte por sapatos macios;

– Evite cruzar as pernas por longos períodos, procure sempre mudar de posição;

– Diariamente inspecione seu pé á fim de verificar se há presença de dor, vermelhidão, pus, inchaço ou mal cheiro em caso de presença destes sinais procure imediatamente seu médico.

A orientação para diabéticos e familiares é que os pés precisam ser examinados diariamente, para detectar hiperemia, bolhas, calosidade ou ulceração, na amostra estudada 65,6% examinavam os pés, embora nem todos o fizessem diariamente.

Para os clientes que possuem déficit visual, ou mobilidade diminuída das articulações (especialmente os mais idosos), o uso de um espelho para a inspeção das plantas dos pés ou para que outro membro da família os inspecione, pode ser necessário.

Estas orientações em relação aos cuidados com os pés são preconizadas por diferentes autores.

É recomendado o uso de sapatos fechados confortáveis para maior proteção dos pés, pois muitas vezes, os diabéticos já têm a neuropatia periférica, que pode levar a diminuição da sensibilidade dolorosa e tátil dos pés, dificultando a percepção da ocorrência de uma lesão.

É importante para evitar o aparecimento de lesões nos pés que o interior dos calçados seja inspecionado quanto a pontos em relevo ou presença de pequemos objetos, através de inspeção visual e manual, realizadas diariamente.

O uso de sapatos inadequados pode propiciar a formação de bolhas e calosidades nos pés, o que poderá comprometer sua integridade, ocasionando lesões de continuidade que podem não ser percebidas, até que uma infecção grave tenha se desenvolvido.

Bibliografia

ANDRADE, Nájela Hassan Saloum de et al. Pacientes com diabetes mellitus: cuidados e prevenção do pé diabético em atenção primária à saúde. Rev. enferm. UERJ, p. 616-621, 2010.adores pés grandes em uma posição

BARBUI, Elaine Cristina et al. Conhecimento do cliente diabético em relação os cuidados com os pés. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 2002.

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