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Esquizofrenia – Saiba mais

A esquizofrenia é uma doença mental crônica, grave e debilitante, que tem como características o pensamento desordenado, comportamento anormal e antissocial, é um agravo considerado desordem psicótica, pois seu portador não reconhece a realidade na maioria das vezes.
A esquizofrenia determina um impacto não somente sobre as histórias de vida dos acometidos, mas sobre as respectivas famílias e a sociedade em geral, tendo sua maior incidência em uma parcela importante da população economicamente ativa (principalmente jovem), além de ser extremamente onerosa para a sociedade.
Este distúrbio afeta aproximadamente 1,1% da população mundial, geralmente é diagnosticada na idade precoce dos 16 aos 25 anos.

Tipos de Esquizofrenia

Existem cinco tipos de esquizofrenia, que são caracterizados pelos sintomas que o portador apresenta na avaliação clínica:

– Esquizofrenia paranoica: ela se caracteriza pelo comportamento paranoico apresentado pelo portador, que incluem delírios, alucinações auditivas (queixam-se de ouvir vozes imaginárias). O comportamento paranoico é representado por sintomas persecutórios – perseguição – de estar sendo vigiado, achar que é alguém famoso, uma entidade ou personagens religiosos. O portador deste tipo de esquizofrenia pode apresentar raiva, ansiedade e hostilidade quando em episódios esquizofrênicos. No entanto em condições de normalidade, tem um bom funcionamento intelectual e demonstra expressão de afetividade.

– Esquizofrenia desorganizada: O indivíduo acometido por este tipo de agravo apresentará comportamentos estranhos, desorganizados que chegam a ser bizarros e uma fala difícil de entender, costumam apresentar reações ou emoções inadequadas, que não tem relação com a situação que se encontram. Atividades diárias como a higiene, alimentação e trabalho podem ser interrompidas ou negligenciadas devido aos padrões de pensamento desorganizado.

– Esquizofrenia catatônica: Pessoas que apresentam este tipo de esquizofrenia costumam variar o comportamento aos extremos, como permanecer imóveis durante muito tempo e após se movimentar incessantemente, por todo o lugar. Estas alterações bruscas e radicais no comportamento, fazem com que o esquizofrênico catatônico tenha dificuldade no auto cuidado – cuidar de si – e na realização das atividades da vida diária.

– Esquizofrenia indiferenciada: Neste tipo de esquizofrenia, o indivíduo apresenta sinais e sintomas que se encaixam em dois ou mais tipos de esquizofrenia citados acima, como delírios, alucinações, discurso ou comportamento desorganizado e comportamento catatônico.

– Esquizofrenia residual: Neste caso, o portador tem histórico de apenas um episódio de esquizofrenia no passado e no presente não apresenta nenhum sinal – o que não é garantia que no futuro não possa apresentar outros.

Causas da esquizofrenia

A esquizofrenia tem múltiplas causas, e possui características específicas para cada pessoa, podemos citar:

– Genética (herança familiar) – A esquizofrenia é um distúrbio hereditário. Possuir um parente com esquizofrenia é o fator de risco mais importante e significativo para o desenvolvimento da doença. Uma relação clara pode ser encontrada entre o risco de esquizofrenia e o grau de parentesco de uma pessoa com esquizofrenia. Muitos estudos epidemiológicos mostram que indivíduos que possuem parentes em primeiro grau com esquizofrenia, possuem um risco aumentado em desenvolver a doença. Pessoas que tenham parentes de primeiro grau com esquizofrenia correm o risco de 10% de desenvolver a doença.

– Meio ambiente – Relaciona-se com o estudo da influência de “eventos estressores psicossociais” no curso da doença. O curso de diversas doenças psíquicas pode ser influenciado por “eventos estressores psicossociais”, como perda de familiar próximo, mudança de moradia, exames escolares entre outros, que podem desencadear sintomas esquizofrênicos.

– Alterações químicas no cérebro – É possível que os sintomas esquizofreniformes (grande agitação psicomotora, alucinações auditivas, e ideias delirantes do tipo persecutório) sejam devidos ao excesso de atividade dopaminérgica (neurotransmissor estimulante cerebral).

– Histórico de abuso de substâncias – uso de substâncias como o tabaco e outras substâncias psicoativas (drogas) podem potencializar os sintomas da esquizofrenia.

Sinais e sintomas

Alguns portadores de esquizofrenia podem não aparentar serem doentes, no entanto, as mudanças comportamentais relacionadas aos sintomas esquizofreniformes vão aparecendo a medida que a doença progride, ou após um trauma que pode desencadear os sintomas, que incluem:
– Retraimento social – as pessoas não gostam muito de ficar em ambiente social;
– Ansiedade;
– Delírios;
– Alucinações;
– Sentimentos paranoicos e mania de perseguição;
– Perda de apetite e autonegligência.

Os sintomas de esquizofrenia podem ser agrupados nas seguintes categorias:

– Sintomas positivos ou totalmente psicóticos: estes sintomas tipicamente em pessoas esquizofrênicas e incluem, delírios, alucinações, discurso e pensamento desorganizado, pensamento disfuncional, catatonia e outros distúrbios de movimento.
– Sintomas negativos: relacionados ao déficit comportamental que incluem alterações emocionais e comportamentais que incluem retraimento social, falta de expressão facial, fala monótona, dificuldade em expressar emoções, dificuldade no autocuidado e anedonia (dificuldade em sentir alegria). Estes sintomas são muito similares à depressão.

O portador de esquizofrenia, pode apresentar outros sintomas cognitivos, que podem ser mais difíceis de identificar como a incapacidade de processar informações e tomar decisões, dificuldade de atenção, distúrbios de memória e de aprendizado.
A esquizofrenia também pode afetar o humor – capacidade mental relacionada a motivação – neste caso sintomas depressivos, podem estar presentes associados a pensamentos suicidas ou comportamentos agressivos.

Diagnóstico

Geralmente, a constatação diagnóstica é feita por exclusão de outros transtornos, que podem produzir sintomas comportamentais.
O profissional irá buscar a presença de delírios, alucinações, distúrbios de fala e comportamento, retraimento social, dificuldades em realizar atividades.
O exame físico, avaliação psicológica, exames laboratoriais e de imagem poderão embasar o diagnóstico assertivo da patologia.
O rastreio e avaliação em saúde mental é uma etapa importante do diagnóstico de esquizofrenia, pois outros agravos mentais como transtorno bipolar, transtorno esquizoafetivo, ansiedade, depressão grave e abuso de substâncias podem simular sintomas de esquizofrenia.

Tratamento medicamentoso

As drogas mais utilizadas em caso de esquizofrenia são os antipsicóticos de primeira linha, que podem ser utilizados em combinação com outras drogas que irão auxiliar a diminuir ou controlar os sintomas esquizoides, entre eles estão os estabilizadores de humor (lítio) e os antidepressivos.

Tratamento não medicamento

Podemos citar:
– Incluir intervenções psicossociais, como a inclusão de familiares e amigos, no apoio ao portador na busca de diminuir as taxas de recidiva de episódios psicóticos.
– Criação de grupos de apoio ambulatoriais, incluindo médicos psiquiatras, enfermeiros, psicólogos à fim de minimizar amenizar os episódios psicóticos e estimular habilidades sociais.
– Tratamento adequado, com acompanhamento multidisciplinar aos usuários de drogas portadores de esquizofrenia.
– Terapia cognitiva comportamental, que é uma intervenção que ajuda o paciente a buscar mudanças no padrão do pensamento perturbador ou destrutivo. No entanto, este tipo de terapia não funciona em psicóticos ativos, mas é de grande ajuda em indivíduos que tenham sintomas residuais.
– Controle de peso, pois as drogas utilizadas no tratamento provocam ganho de peso como efeito colateral. O que pode ser feito com uma dieta equilibrada e a prática de atividade física.
O prognóstico e evolução da esquizofrenia variam de um individuo para o outro, no entanto o apoio familiar, e o tratamento adequado podem garantir que o esquizofrênico leve uma vida normal e com qualidade.

Referencias:

SOUZA, Leonardo Araújo de; COUTINHO, Evandro Silva Freire. Fatores associados à qualidade de vida de pacientes com esquizofrenia. Rev Bras Psiquiatr, p. 50-58, 2006.
DA SILVA, Regina Cláudia Barbosa. Esquizofrenia: uma revisão. Psicologia USP, v. 17, n. 4, p. 263-285, 2006.
ELKIS, Helio. A evolução do conceito de esquizofrenia neste século. Revista brasileira de Psiquiatria, v. 22, p. 23-26, 2000.

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