A Associação de Alzheimer estima que, a cada minuto, um indivíduo nos Estados Unidos desenvolve doença de Alzheimer (DA). A mortalidade relacionada com este agravo aumentou 89% desde o ano 2000.
Pesquisas vêm sendo feitas a fim de identificar a causa desta doença.
Estima-se que a doença afete um a cada três idosos nos Estados Unidos, e descobrir por que a doença de Alzheimer tende a atingir os idosos, em particular, é um objetivo almejado na investigação da comunidade científica.
Os pesquisadores estão analisando a doença de Alzheimer de início tardio com foco nas alterações cerebrais relacionadas à idade.
Um novo estudo – publicado na revista PLOS Medicine – investigou como os metabólitos de ácidos graxos depositados no tecido cerebral de idosos saudáveis atuavam e afetavam as habilidades cognitivas dos participantes do estudo.
A equipe de pesquisa, liderada por Cristina Legido-Quigley do King’s College de Londres no Reino Unido e Madhav Thambisetty do Instituto Nacional sobre o Envelhecimento nos EUA, realizou um estudo de perfil de metabólitos não-direcionado, que analisou a concentração de 100 diferentes metabólitos de ácidos graxos em tecidos cerebrais de idosos que participaram do Baltimore Longitudinal Study of Aging.
Os participantes foram submetidos à avaliação cognitiva no ano anterior à sua morte, e o tecido cerebral dos mesmos foi testado para neuropatologias durante a autópsia.
Os pesquisadores dividiram os participantes em três grupos: 14 participantes tinham cérebros saudáveis, 15 tinham um acúmulo neuropatológico da proteína tau ou um acúmulo de placa amiloide, mas sem problemas de memória e um grupo final de 14 participantes tinham doença de Alzheimer.
As placas amilóides e emaranhados anormais de tau são aglomerados de proteína e feixes de fibras, responsáveis pelo desenvolvimento da doença de Alzheimer.
Os pesquisadores mediram os níveis de metabólitos das regiões cerebrais comumente associadas com a doença de Alzheimer: o giro frontal médio e o giro temporal inferior.
Eles também examinaram os níveis de metabólitos em uma área do cérebro que normalmente não é afetada pela doença de Alzheimer – o cerebelo.
O estudo revelou seis ácidos graxos insaturados (UFAs) no giro médio frontal e temporal inferior que foram associados a Doença de Alzheimer.
Os ácidos graxos são nutrientes essenciais que fornecem energia ao corpo humano. As gorduras são feitas de ácidos graxos, que podem ser saturados ou insaturados.
As gorduras saturadas dietéticas podem elevar os níveis de colesterol ruim – ou seja, o colesterol de lipoproteína de baixa densidade LDL – enquanto os insaturados podem diminuí-lo.
Os ácidos graxos relacionados à Doença de Alzheimer neste estudo foram: ácido docosahexaenóico, ácido linoleico, ácido araquidônico, ácido linolênico, ácido eicosapentaenóico e ácido oleico.
Este trabalho sugere que a desregulação do metabolismo deste ácidos graxos desempenha um papel evolução desta doença e que estes resultados fornecem mais evidências para a base metabólica da patogênese da DA( doença de Alzheimer).
Os autores, no entanto consideram algumas das limitações do estudo. Devido à sua natureza observacional, a investigação não pode explicar a causalidade, por isso não foi possível estabelecer se a desregulação no metabolismo dos ácidos graxos causa DA ou se é o contrário.
Além disso, os autores observaram que mais estudos são necessários para replicar e confirmar os resultados.
A amostra do estudo foi pequena, pois não existem muitos estudos disponíveis analisaram amostras de tecido juntamente com avaliações cognitivas.
Além disso, a natureza dos estudos metabólicos não segmentados é bastante limitada, uma vez que nem todos os metabolitos podem ser identificados de uma só vez, sendo assim mais estudos são necessários nessa linha de pesquisa.
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Fonte:
http://www.medicalnewstoday.com/articles/316500.php
Créditos imagem:
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